“Pessimista por natureza”, Wolff admite paranoia e diz que demorou para notar que Mercedes tinha pacote dominante

Chefe da Mercedes, Toto Wolff afirmou que é pessimista por natureza e demorou a perceber que a equipe de Lewis Hamilton e Nico Rosberg tinha um pacote bom o bastante para vencer

A Mercedes dominou a temporada 2014 da F1 com certa facilidade, mas, apesar da vantagem frente às rivais, Toto Wolff garante que não se sentiu confortável ao longo do ano.
 
Em entrevista à revista britânica ‘Autosport’, o chefe da Mercedes admitiu que ficou paranoico, esperando uma reação dos oponentes para tirar a Mercedes do topo da tabela.
Toto Wolff afirmou que demorou para notar que a Mercedes tinha um pacote dominante (Foto: Getty Images)
“Eu sou uma pessoa pessimista por natureza”, disse Wolff. “Foi só na volta de Suzuka para a Europa, obviamente com a nuvem negra do acidente de Jules [Bianchi], que eu percebi pela primeira vez que tínhamos um pacote dominante e que poderíamos vencer”, contou.
 
“Não tive esse pensamento durante toda a temporada”, garantiu. “Nunca acreditei que era um passe fácil — de fato, era o contrário”, continuou.
 
Ainda, Wolff avaliou que seus temores foram alimentados pela recuperação da Red Bull, que conseguiu superar uma pré-temporada desastrosa e viu Daniel Ricciardo subir ao pódio na primeira prova do ano.
 
“Tudo que vimos desde o início da temporada não era indicação o bastante de que o nosso pacote seria bom o bastante”, explicou. “Quando chegamos em Melbourne, Ricciardo terminou em segundo antes de ser desclassificado — depois de quase não testar”, recordou. 
 
“Então isso foi um lembrete de que não deveríamos ser complacentes. Foi por isso que fomos de corrida para corrida tentando melhorar a performance e, se você olhar para a temporada, foi a primeira vez que o time aumentou a vantagem ao longo do ano ao invés de reduzir”, considerou. “Até mesmo em 2009 caiu. No ano passado, nós estávamos realmente indo bem até a pausa de verão e aí, depois disso, nós simplesmente perdemos para as nove vitórias de Sebastian Vettel. E este ano aconteceu o oposto”, seguiu.
 
Por fim, Wolff responsabilizou sua própria paranoia pela sensação de que a vantagem da Mercedes não seria suficiente para conquistar o título, mas avaliou que isso também pode ter um lado positivo.
 
“Nos meus trabalhos passados, eu nunca me senti confortável com nada até que estivesse feito”, relatou. “E não é porque eu disse que nunca deveria estar confortável, é só a maneira como estou calibrado. Não acredito que esteja feito até que esteja feito”, sublinhou.
 
“Isso certamente não facilita a minha vida. Cria um dia miserável após o outro, mas é uma força em sempre esperar pelo pior”, ponderou. “Porque você está controlando suas próprias expectativas em você mesmo e se mantém pressionando, porque você nunca acredita que é bom o bastante”, concluiu.
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