Petrobras espera homologar gasolina para Williams ainda em 2015 e descarta impacto da Lava-Jato no automobilismo

A Petrobras acredita que a vantagem que a Petronas tem no desenvolvimento de combustíveis por sua relação com a Mercedes se dá apenas pelo fato de a relação ter começado mais cedo. Empresa brasileira tem acordo com a Williams para fornecer produtos e espera homologar sua gasolina ainda neste ano

Ainda desenvolvendo sua gasolina para fornecer a Williams na F1, a Petrobras espera ter um produto apto a ser usado na categoria o mais cedo possível, conseguindo homologá-lo ainda em 2015.
 
Parceira da equipe inglesa entre 1997 e 2008, a empresa brasileira retomou a ligação com a Williams em fevereiro no ano passado. Desde então, teve início uma relação de patrocínio e também uma relação técnica. No GP da Itália, os carros da Williams passaram a usar o óleo de câmbio brasileiro. Enquanto isso, a empresa segue trabalhando em sua nova gasolina e também em óleo de motor. A ideia era tê-la pronta já para a temporada 2015, mas ela ainda não é usada na F1.
 
Com a introdução dos motores V6 turbo em 2014, o desenvolvimento do combustível voltou a ser uma área em que é possível obter alguma vantagem sobre a concorrência com base na eficiência. O próprio Pat Symonds, diretor-técnico da Williams, já comentou isso.
Petrobras, Rexona, Martini, as patrocinadoras da Williams (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
Para tal, as fornecedoras de motores possuem ligações muito íntimas com firmas do ramo, como a Mercedes com a Petronas e a McLaren com a Mobil. No caso da Williams, que usa unidades de força da Mercedes, a ‘concorrência interna’ é com a malaia Petronas, que, para a Petrobras, está em vantagem neste momento por ter começado antes a desenvolver seu produto.
 
“Na F1, a gente assinou o contrato em fevereiro do ano passado, então foram feitas as primeiras reuniões com o fornecedor de motores, acertado o processo de desenvolvimento, e a gente tem uma expectativa de ao longo deste ano homologar o combustível”, declarou ao GRANDE PRÊMIO Thiago Luz, da gerência de patrocínios esportivos da Petrobras, durante a etapa da Stock Car em Brasília — a empresa também retomou o fornecimento à categoria nacional. “Não posso precisar uma data, porque ainda depende de testes que não estão sob o controle do Petrobras. A gente tem o controle da produção, e a homologação é com a Mercedes, que é a fornecedora de motores.”
 
“Não acredito que haja um favorecimento [à Petronas]”, minimizou. “O que ocorre é um desenvolvimento conjunto, principalmente quando ocorre uma ruptura tecnológica quando como rompe dos V8 para os V6, é um processo novo. E como a Petronas e a Mercedes começaram isso há três anos e a Petrobras está há um ano, existe também um gap, um atraso em relação a isso em função do tempo de desenvolvimento, não um favorecimento. Então a gente está em um ritmo normal para o desenvolvimento. Claro que, se tivesse começado junto, também já teria homologado. Mas isso também é um processo que a gente está trabalhando duro para que o mais próximo possível possa iniciar o fornecimento, e também do óleo de câmbio e do óleo de motor.”
 
Neste ano, a Petrobras ainda retomou o fornecimento de gasolina à Stock Car, onde entrega às equipes a mesma gasolina Podium que é vendida nos postos. “No caso da F1, é uma gasolina bastante diferente”, explicou Thiago. “Mas você tem o ganho do know-how tecnológico.”
 
“A própria Podium, no primeiro período em que a gente esteve com a Williams, nasceu neste período. Você desenvolve modelos computadorizados, de simulação, e conforme as características que você quer, consegue ter uma noção de componentes, procedimentos e matéria-prima para chegar a uma gasolina comercial. A Podium é o maior exemplo disso”, destacou.
 
Por fim, Luz também descartou que as investigações da Operação Lava-Jato, que têm dominado o noticiário de política e economia nos últimos meses, tenha impacto no projeto de automobilismo da empresa. Segundo ele, trata-se de uma atividade muito técnica que fica isolada deste processo.
 
“Não tem influência direta. Claro que a gente sabe o processo que a empresa está passando, mas o nosso trabalho no dia a dia continua. A gente faz um trabalho muito técnico e esses outros fatores a gente deixa a cargo de quem tem que cuidar”, falou.
 
ACERTOU NA MOSCA

33 CARROS, 66 PILOTOS. 25 títulos da Stock Car na pista, 14 ex-pilotos da F1 e, dentre eles, um campeão. Estrelas de campeonatos de turismo e endurance ao redor do mundo. Prost e Senna companheiros de equipe outra vez no grid. Uma corrida bem disputada no domingo de manhã. Mais uma vez, a Stock Car deu a largada para a temporada com o pé direito. Não há dúvidas disso, depois da segunda edição da Corrida de Duplas em Goiânia. 

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