Pódio é alívio, mas Albon ainda precisa mostrar se vai sair da sombra de Verstappen

Alexander Albon conseguiu um pódio que traz alívio e paz interior. O tailandês tem a chance de ouro de encaixar sequência de resultados mais convincentes, aproximando-se do nível de Max Verstappen – mas sem necessariamente superar

Alexander Albon teve o ventando soprando a seu favor no GP da Toscana. Depois de corridas em que o tailandês foi quase torturado com pódios escapando, bastou uma nova corrida louca para que o terceiro lugar finalmente fosse alcançado. O momento é de festa merecida e alívio para Albon, mas que não podem durar muito tempo. É que o primeiro pódio ainda é pouco para um Albon que sofre para sair da sombra do companheiro Max Verstappen na Red Bull.

Essa afirmação tem motivo claro para quem acompanha a Fórmula 1 2020. Albon fica atrás de Verstappen em 99% das vezes e, verdade seja dita, dificilmente faria pódio se Verstappen não tivesse encarado problema de motor desde a largada. Não que isso faça o terceiro lugar valer menos, até porque problemas mecânicos são uma variável normal do esporte, mas ainda falta o tailandês pelo menos incomodar o holandês em condições iguais.

É aí que entra a importância do pódio. Albon tinha todos os motivos para estar com o psicológico abalado até ontem: além de resultados frustrantes nos GPs do Brasil de 2019 e da Áustria de 2020, o tailandês viu Pierre Gasly fazer o impensável ao vencer com uma AlphaTauri. A Red Bull seguiu apoiando o tempo todo, mas as palavras motivacionais do chefe Christian Horner e do consultor Helmut Marko são frequentemente vazias. Perder a vaga no fim do ano era um risco concreto. Ainda é, mas Alex passa a viver um bom momento que talvez faça toda a diferença lá na frente.

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Alexander Albon deu o primeiro passo para abrir nova fase na F1 (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

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Se o problema era psicológico, essa desculpa já não existe mais. Albon estava sorrindo de orelha a orelha em Mugello e dá pinta de ter a equipe ao seu lado. Isso é ótimo, mas também é uma desculpa a menos para o piloto. A performance que veremos nas oito corridas finais de 2020 precisa ser mais próxima daquela que se espera de um piloto de ponta: disputas parelhas com o companheiro de equipe, lutas por pódio, sonhos eventuais de vitórias.

Se Albon fizer isso, a Red Bull perde os motivos para realizar nova troca de pilotos. Desde a saída de Daniel Ricciardo, nunca se esperou que o segundo piloto fosse alguém capaz de incomodar Verstappen. Precisa ser alguém veloz e com resultados melhores uma vez que outra, ajudando principalmente na pontuação do Mundial de Construtores. Se Albon seguir correndo como em Mugello, certamente chegará lá.

Isso precisa estar bem claro na cabeça de Albon. É chato classificar atrás de Verstappen quase sempre, mas não vale tentar de uma hora para outra tentar colocar no bolso aquele que pode ser considerado o melhor talento de uma geração inteira. Uma meta exagerada e pouco realista só aumentaria o sofrimento de uma caminhada que já é difícil.

Em outras palavras, Albon precisa tentar ser uma espécie de Valtteri Bottas que bebe energético. Ser comparado com o finlandês virou algo negativo na atualidade, mas seria bom para o tailandês. E não vá acreditando que a Red Bull quer mais do que um escudeiro: nomes como os de Pierre Gasly, Sergio Pérez ou até mesmo Nico Hülkenberg não foram ventilados por serem potenciais rivais de Verstappen. Muito pelo contrário.

É a hora da verdade para Albon. Mugello foi um trampolim para novas oportunidades na carreira, talvez se firmando como piloto mais respeitado na F1. A faca e o queijo estão em suas mãos, e é hora de evitar a qualquer custo um novo retrocesso.

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