Por performance em reta, McLaren planeja repetir em Sóchi acerto de mínimo arrasto usado em Monza

A chegada de Gil de Ferran como novo diretor-esportivo da McLaren trouxe também uma filosofia de trabalho mais arrojada que vai sendo percebida pouco a pouco. Embora já esteja focada no desenvolvimento do carro para 2019, a escuderia de Woking não deixa de pensar nas corridas da reta final desta temporada. A começar pelo GP da Rússia, no Parque Olímpico de Sóchi, no último fim de semana de setembro.

 

A ideia revelada por De Ferran, que falou aos jornalistas ao lado dos pilotos Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne é que, para Sóchi, a McLaren considera adotar o mesmo acerto usado durante os treinos livres em Monza. O circuito italiano é o mais rápido do calendário, e lá s equipes trabalham com o setup de arrasto aerodinâmico mínimo, com pouca asa. 

 

A sugestão visa amenizar uma deficiência do MCL33, que tem naturalmente mais arrasto que os carros das equipes adversárias, e também explorar alguns trechos de alta velocidade em Sóchi.

Dentre as características do Sóchi Autodrom, o asfalto do circuito russo é bastante liso, talvez o mais liso enfrentado pelos pilotos ao longo da temporada. Assim, o aquecimento dos pneus tende a ser um grande desafio, mas o desgaste é bastante baixo. 

 

O traçado compreende uma boa gama de curvas de velocidades distintas, mas também traz uma longa reta, que exige muita potência do motor, além de outro trecho bastante rápido entre as curvas 8 e 9. É neste setor que a McLaren planeja obter ganhos com um acerto semelhante ao que é usado em Monza.

 

Alonso falou sobre o tema ainda na noite do último domingo, em Singapura, depois de ter finalizado como o ‘melhor do resto’ ao cruzar a linha de chegada em sétimo lugar em Marina Bay. “Algumas das ideias que nós testamos em Monza, onde melhoramos no sábado com mais redução de arrasto, vão ser implementadas. Espero que a Rússia seja a primeira oportunidade de rever esses acertos”, comentou.

 

O brasileiro Gil de Ferran confirmou a intenção da McLaren de trabalhar com um acerto mais extremo visando o GP da Rússia da semana que vem.

 

“Não vou entrar em detalhes, obviamente. Nós sempre tentamos fazer o melhor possível e dar o passo em frente. Estamos tentando trazer um pouquinho de desenvolvimento aerodinâmico a cada corrida, mas não é apenas isso: estamos explorando espaços diferentes. Como Fernando disse, em Monza nós decidimos assumir um rumo completamente diferente, e isso funcionou bem naquele tipo de pista. Talvez nós possamos explorar um rimo semelhante novamente na Rússia”, comentou.

 

Mesmo com o foco no ano que vem, De Ferran deixa claro que a McLaren ainda luta para terminar a temporada 2018 na melhor posição possível.

 

“O trabalho não para. Nós estamos todos empenhados no carro da próxima temporada, mas chegamos a cada fim de semana tentando fazer um pouquinho melhor, lutar por pontos e melhorar nossa posição no campeonato”, finalizou.

 

No Mundial de Pilotos, Alonso é o piloto melhor colocado da McLaren e soma 50 pontos, apenas três a menos em relação a Nico Hülkenberg, e aparece em oitavo na tabela do campeonato, enquanto Stoffel Vandoorne somou apenas oito pontos em 15 corridas já realizadas no ano. Entre as equipes, a McLaren está em sexto lugar, com 58 pontos, está 18 atrás da Haas, quinta colocada, e 26 à frente da Force India — depois que a pontuação da equipe foi zerada a partir do GP da Bélgica por conta da aquisição pelo consórcio liderado por Lawrence Stroll, a Racing Point.