Por luta pelo título, Honda antecipa motores de 2022 para 2021 para Red Bull e AlphaTauri

A Honda quer sair de cena de mais um ciclo na Fórmula 1 da melhor forma. Toyoharu Tanabe e Masashi Yamamoto, diretor-técnico e gerente da marca de Sakura, respectivamente, reafirmam os objetivos para a temporada 2021: desafiar a Mercedes e ajudar a Red Bull a conquistar a taça

Se depender da Honda, a Mercedes vai ter muito trabalho para manter a condição de equipe campeã mundial na temporada 2021 da Fórmula 1. A marca japonesa, que ainda no ano passado anunciou a sua saída do Mundial ao fim do campeonato que vai se iniciar em 28 de março, no Bahrein, vai fornecer tanto para Red Bull quanto AlphaTauri a versão de motor que tinha projetado colocar na pista em 2022. A antecipação tem apenas um objetivo: ajudar os taurinos a conquistar o título e superar a Mercedes.

Em 2020, a Honda foi a única fornecedora de motor a quebrar a hegemonia da Mercedes e vencer corridas. Max Verstappen triunfou nos GPs dos 70 Anos e de Abu Dhabi, enquanto Pierre Gasly surpreendeu o mundo do esporte ao conquistar o GP da Itália com a AlphaTauri.

Mas em 2021, a Honda quer mais do que algumas vitórias aqui e ali. Por isso, mudou os planos para colocar na pista já em 2021 a versão do motor que estava sendo projetada para a temporada do ano que vem.

A Honda promete todos os esforços para levar a Red Bull ao título em 2021 (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

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“Não conseguimos cumprir o objetivo de conquistar o título. Por isso, na nossa última temporada com a equipe, queremos correr atrás e por isso vamos avançar o motor de 2022 para este ano. As pessoas estão muito motivadas, e ninguém em Milton Keynes e Sakura rejeitou a ideia”, afirmou Toyoharu Tanabe, diretor-técnico da Honda, em entrevista ao site britânico The Race.

Tanabe-san deixa claro que na Honda não há espaço para comodismo mesmo no ano em que vai se despedir novamente da Fórmula 1. A marca japonesa voltou ao grid em 2015 como fornecedora da McLaren, enfrentou um calvário de três anos, mas deu a volta por cima desde quando firmou laços com a Red Bull, a partir de 2019, reencontrando o caminho das poles e das vitórias.

“As pessoas na Honda amam as corridas. Se não tivessem motivação no momento em que a Honda diz que está saindo da Fórmula 1, não poderíamos ficar motivados. Alguns diriam: ‘Tudo certo, um ano, mesmo motor, é tranquilo’. Mas nossos funcionários não são assim. ‘Ok, nossa última temporada, o que podemos fazer para conquistar o título? O que podemos fazer com a equipe?’”, ressaltou.

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Mesmo de saída da F1 ao fim do ano, a Honda aumenta os esforços para buscar o título (Foto: Honda Racing)

Masashi Yamamoto, gerente e responsável maior pelo projeto da Honda na Fórmula 1, a decisão de antecipar o motor de 2022 para a temporada deste ano tem relação com o objetivo de medir forças com a Mercedes. “Isso não está conectado com a decisão de sair. Está muito conectado à performance dos outros. O desempenho da Mercedes foi muito bom e também estável, e levando em conta que pensamos também que deveríamos fazer mudanças na unidade de potência”.

“Ainda estamos atrás da Mercedes. Estamos mais perto do que antes, mas estamos mais perto do que antes, embora a diferença seja clara. Ainda é uma situação difícil do ponto de vista da unidade de potência. Tentamos reduzir a diferença, depois alcançar [a Mercedes] e, então, superá-la. Não é um trabalho fácil para nós”, reconheceu o engenheiro.

“Cada unidade precisa melhorar. A potência do motor de combustão interna e o ERS (sistema de reaproveitamento de energia), na comparação com a outra fornecedora, também temos um ponto fraco nesse quesito. No geral, temos uma diferença em relação à Mercedes”, pontuou.

A ambição da Honda é uma forma, também, de agradecer à Red Bull pela confiança depositada no momento em que a marca japonesa lutava para construir uma nova história vitoriosa depois de anos em que foi desacreditada e até virou motivo de chacota sendo parceira da McLaren.

“A aliança Red Bull-Honda é uma família, portanto despedir-se da equipe vai ser difícil. Foi uma decisão da empresa. Queremos corresponder às expectativas do nosso último ano. Vamos dar tudo”, prometeu Yamamoto.

A partir de 2022, a Red Bull vai seguir o desenvolvimento dos motores construídos pela Honda, mas com tecnologia própria, desenvolvendo as unidades motrizes para as suas duas equipes na Fórmula 1. Entretanto, a decisão está atrelada ao congelamento dos motores a partir da próxima temporada, o que precisa da anuência das outras três montadoras envolvidas com a Fórmula 1: Mercedes, Renault e Ferrari.

A medida, já estudada pela Fórmula 1, seria também uma maneira de frear custos e salvar equipes da crise financeira causada pela pandemia. Outra mudança causada pela Covid-19 foi o adiamento do novo regulamento para 2022, dando mais tempo para que as equipes possam trabalhar em seus projetos sem elevar tanto os custos.

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