Presidente da Ferrari fala em “realidade dolorosa” e cobra recomeço “com humildade”

John Elkann, presidente da marca mais tradicional da Fórmula 1, está ciente de que há um longo caminho pela frente para resgatar a competitividade da escuderia italiana. Por outro lado, no aspecto empresarial da coisa, o executivo aposta em um 2021 muito mais competitivo e de lucros na comparação com os últimos anos

A equipe mais longeva e dona do maior número de títulos do Mundial de Construtores da Fórmula 1, com 16 conquistas, atravessa um dos momentos mais complicados da sua laureada história. Na temporada 2020, a Ferrari não apenas ficou longe das vitórias, mas somou apenas três pódios em 17 corridas e terminou o campeonato na sexta colocação, a pior posição na tabela desde o décimo lugar conquistado em 1980. Para 2021, ainda chefiada por Mattia Binotto, a escuderia de Maranello terá como novidade a chegada de Carlos Sainz, substituto de Sebastian Vettel e novo companheiro de equipe de Charles Leclerc.

Mas a cúpula da Ferrari sabe que o momento é difícil e que vai levar algum tempo para que a equipe volte ao patamar de anos vitoriosos, como no começo da década de 2000.

John Elkann, presidente da Ferrari, é muito claro sobre o que é preciso para dar a volta por cima. Muito mais do que trabalho duro e investimento, o executivo de origem norte-americana entende que é preciso ter humildade para se reconstruir.

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Mattia Binotto ao lado do presidente da Ferrari, John Elkann, que pediu humildade no momento de reconstrução da equipe (Foto: Scuderia Ferrari)

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“Um grande passado não significa necessariamente um grande presente e um grande futuro. Temos de começar de novo com humildade”, afirmou Elkann em teleconferência realizada com analistas financeiros sobre o balanço da Ferrari em 2020. A declaração foi veiculada pela emissora italiana Sky Sports.

“Obviamente, não estamos satisfeitos com os nossos resultados atuais na Fórmula 1. Temos de partir desta realidade dolorosa para nós e para os nossos torcedores e nos concentrar nas nossas prioridades para voltar a competir e vencer”, afirmou.

Elkann, ítalo-americano nascido em Nova York há 46 anos, falou também sobre a escolha do novo CEO depois da saída de Louis Camilleri no fim do ano passado. Por enquanto, o executivo acumula as funções de presidente e CEO até que o substituto do egípcio de ascendência italiana seja definido. “Vamos dar um tempo para encontrar o melhor CEO possível”. Segundo Elkann, um comitê foi constituído para escolher o novo diretor-executivo a partir de 2021.

Enquanto desenha o futuro alinhado às novas tecnologias e projeta o primeiro modelo elétrico da Ferrari para 2030, Elkann comemora o sucesso da empresa ao menos no aspecto financeiro com resultados “excepcionais, superando o que era esperado para 2020”.

O executivo pontua, de forma evidente, os efeitos da pandemia na indústria automotiva como um todo e, embora a Ferrari tenha registrado uma perda nas receitas líquidas, o entendimento é que o impacto foi menor que o esperado.

Segundo os números apresentados, a Ferrari obteve uma receita líquida de € 3,8 bilhões (R$ 24,5 bilhões) de 2019, número um pouco maior que os € 3,46 bilhões (R$ 22,3 bilhões) em 2020. Contudo, para 2021, a expectativa da empresa é alcançar € 4,3 bilhões. (R$ 27,82 bilhões) Tudo com base no aprendizado vivido no ano passado.

“2020, com os desafios da Covid, permitiu a nós aprender mais sobre os nossos pontos fortes e fracos”, concluiu o presidente da Ferrari.

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