Presidente da FIA alerta Mazepin para “graves consequências se isso acontecer de novo”

Jean Todt se pronunciou pela primeira vez sobre o caso de abuso sexual protagonizado por Nikita Mazepin. O dirigente francês não vê motivo para que o russo seja banido da Fórmula 1, mas o alertou sobre episódio. Punição? Só se algo do tipo acontecer novamente

Levou quase três meses para que Jean Todt, autoridade máxima da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), se pronunciasse sobre o caso de abuso sexual protagonizado por Nikita Mazepin no começo de dezembro do ano passado. O piloto russo, que dias antes foi anunciado pela Haas como titular para 2021, postou um vídeo nos stories de sua conta no Instagram em que aparece apalpando um dos seios da modelo Andrea D’Ival. Mazepin apagou a postagem pouco depois, mas não conseguiu impedir a enorme repercussão sobre o caso.

A Haas classificou o episódio como “abominável”, mas, semanas depois, confirmou o russo de 22 anos como um dos pilotos para a nova temporada. Um dos fatores que explica a permanência de Mazepin na equipe norte-americana foi revelado na última quinta-feira (4), no lançamento do layout do novo carro, o VF-21, que apareceu todo pintado nas cores da bandeira da Rússia e, principalmente, com a marca estampada da Uralkali, gigante empresa de fertilizantes de propriedade do pai de Nikita, o bilionário Dimitry Mazepin.

Punição pesada a Mazepin? Só se um novo caso de abuso acontecer, diz Jean Todt, presidente da FIA (Foto: Haas)

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Em entrevista concedida à Cambridge Union Society, Todt foi confrontado sobre o assunto. E justificou porque Mazepin não foi banido da Fórmula 1 logo de cara.

“Para pilotar na Fórmula 1, você precisa ter uma superlicença. E não é fácil obter uma superlicença porque você precisa ter 40 pontos”, disse.

“Então, cada piloto que atinge 40 pontos pode pilotar na Fórmula 1. E Mazepin alcançou tais pontos. Por que ele não poderia pilotar na Fórmula 1? O motivo pelo qual ele não poderia pilotar na Fórmula 1 é caso ele não tivesse acesso à superlicença, o que não é o caso”, acrescentou.

Na visão de Todt, Mazepin só merece uma punição mais severa se protagonizar outro crime do tipo. “Para ser direto, não estou feliz com a situação. Ele foi avisado de que, se isso acontecer novamente, graves consequências vão acontecer”.

“Dito isso, é algo que aconteceu na sua vida privada. E, infelizmente, ele não prestou atenção o suficiente. Então, simplesmente espero que ele aprenda com essa lição”, concluiu o presidente da FIA.

Em entrevista coletiva de 20 minutos concedida na última quinta-feira, auando perguntado se entendeu que havia cometido um grave erro, Mazepin consentiu e se mostrou disposto a mudar.

“Sim, eu entendi. Assumi a responsabilidade por isso, como disse antes. Nós, como seres humanos, temos de demonstrar um determinado comportamento uns com os outros para vivermos num mundo em harmonia e, você sabe, humano. Portanto, estou confiante de que serei um desses humanos a partir de agora”.

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