Presidente da FIA acusa mídia de perseguição e provoca: “Fizeram de mim mais forte”

Mohammed Ben Sulayem falou brevemente sobre o caso envolvendo Max Verstappen por uso de palavrão e deixou claro que deve satisfação somente aos membros da Assembleia Geral, responsáveis por definir o presidente da FIA

Grande colecionador de polêmicas, o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Mohammed Ben Sulayem, manifestou-se mais uma vez nesta quinta-feira (3) e acusou a imprensa britânica de perseguição. O dirigente afirmou que tem sido amplamente “condenado” ao longo dos últimos anos, começando por 2021, quando assumiu o cargo máximo dentro da entidade.

Os comentários do emiradense vieram na esteira do que foi dito por Adrian Newey há algumas semanas durante uma entrevista ao podcast High Performance, quando afirmou que tanto Max Verstappen quanto Sebastian Vettel sempre foram “demonizados” pela mídia do Reino Unido — a queixa ainda foi maior contra a Sky Sports, chamada de “nacionalista” pelo ‘Mago da Aerodinâmica’.

No início desta semana, Ben Sulayem já havia se manifestado dizendo que a FIA “nunca recebe os devidos créditos” pelas melhorias que estão acontecendo na Fórmula 1, e sobrou até mesmo para o Liberty Media, grupo que detém os direitos comerciais da categoria. A revolta, no entanto, começou após a onda de críticas recebida pela punição imposta a Verstappen durante o fim de semana do GP de Singapura por ter usado um “linguajar rude” durante a coletiva.

O presidente tentou colocar panos quentes na situação ao dizer que respeita o neerlandês da Red Bull e que se compadece das vezes em que foi condenado por alguma atitude, mas logo puxou o assunto para si e falou da perseguição que vem sofrendo. “Eu respeito Max porque sou um piloto. Fui um campeão e respeito outros vencedores e campeões. Vejo que ele teve sua cota [de maus-tratos], mas vamos falar de mim”, começou.

Presidente da FIA falou de Max Verstappen após punição por uso de palavrão (Foto: FIA)

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“Se você olhar para a imprensa britânica e o que eles fizeram comigo. Pelo amor de Deus, eles me condenaram. Não me acusaram [de nada], mas continuam [tentando]. E eu me importo? Não. Por quê? Do que eles estão atrás? Eles estão atrás de vender e obter mais assunto para eles mesmos. Claro, sim. Mas eles não têm poder sobre mim e sobre a FIA”, acrescentou.

Ao mencionar para quem deve satisfações, Mohammed apontou para o apoio recente que recebeu dos 34 representantes de associações do continente americano, das 13 federações e clubes da Europa Central e dos membros de 27 federações da região do Oriente MédioNorte da África e sub-região do Conselho Árabe de Clubes de Turismo e Automobilismo.

“Com o devido respeito à imprensa britânica ou qualquer outra imprensa, eles não têm direito a voto. Somos uma federação independente e democrática. Foi o mundo dos membros que me elegeu. O poder está com a Assembleia Geral, não com eles. E sabe de uma coisa? Podemos simplesmente parar com essa bobagem e voltar aos negócios e fazer o que é melhor para o esporte? Podemos? Estou pedindo. Se eles não quiserem fazer isso, é problema deles”, respondeu o mandatário da FIA.

Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, disse que as mudanças são "extremamente emocionantes" para o futuro da categoria (Foto: Red Bull Content Pool)
Mohammed Ben Sulayem acusou a imprensa britânica de perseguição (Foto: Red Bull Content Pool)

“Mas a vida continua. Sabe o que eles fizeram comigo? Eles me fizeram mais forte. Estou mais cuidadoso agora e mais sábio. E tenho o apoio [dos clubes membros]. E se os membros decidirem que é hora de mudar o presidente, a decisão é deles. No fim das contas, quem me colocou lá? Foi a Assembleia Geral, foram os membros. Sou muito, muito claro quanto a isso. E se eles [a imprensa] não gostarem, é problema deles”, debochou.

“Mas eu não vou contra ninguém, não respondo muito a vocês [membros da imprensa] e não retalio. Por quê? Porque não tenho tempo. Estou muito ocupado respondendo ao que os membros querem e ao que o automobilismo quer”, finalizou Ben Sulayem.

Fórmula 1 agora só volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.

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