Prévia: título definido, e daí? Chuva e pista nova podem animar volta da F1 ao México

A F1 volta à Cidade do México após 23 anos neste fim de semana para a 16ª edição do GP do México. Os títulos de Pilotos e Construtores já estão definidos, mas os otimistas podem pensar de outra maneira: um eventual relaxamento da Mercedes e de Lewis Hamilton somado com a chuva e o fator 'novidade' do Autódromo Hermanos Rodríguez podem gerar uma boa corrida

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'¡Arriba, abajo, al centro, adentro!' são palavras que costumam ser ouvidas em momentos de relaxamento, animação, festas. Quem sabe isso não pode ajudar a F1 a ter uma corrida novamente das boas com a categoria de volta ao México após 23 anos?

Calma, calma… É claro que ninguém aqui está sugerindo que os pilotos devem tomar três doses de tequila antes de entrar nos carros para a largada no domingo à tarde. Mas agora que os campeões de Pilotos e Construtores estão definidos, e com pouca coisa ainda em jogo em 2015, por que não imaginar que o povo chegou à Cidade do México mais relaxado? Foi comer um taco na terça, uma quesadilla na quarta, tomou unas cervezas e bebeu algumas tequilas, e então todos vão animados para a pista no fim de semana.

A Peraltada não existe mais, tendo sido substituída por este estádio (Foto: Reprodução)

Se por um lado a definição antecipada dos títulos tira um tanto da expectativa para as últimas corridas, por outro, também tira a pressão de quem vai correr e pode resultar em corridas mais divertidas.

Lewis Hamilton, por exemplo, avisou que agora não tem nada para provar ou para perder. E quando o agora tricampeão resolve correr sem pensar nas consequências, costuma roubar a cena, para o bem ou para o mal. Nico Rosberg e Sebastian Vettel sonham em buscar vitórias nesta reta final para assegurar o vice, e vai ter mais gente lá atrás aprontando para conseguir fechar o ano em alta.

Soma-se a isso a previsão de chuva. Sim, de novo. E para os três dias de atividades. Não deve chover tanto quanto em Austin, mas deu para ver como o piso molhado deu uma tônica diferente ao GP dos Estados Unidos, com a Red Bull pressionando a Mercedes nas voltas iniciais e, depois, Vettel se aproximando de Hamilton e Rosberg mesmo tendo largado na 12ª posição.

Mais uma vez, a corrida não será exibida em TV aberta para o Brasil, com a Globo priorizando o futebol. O SporTV anunciou na semana do GP da Rússia que transmitiria ao vivo tanto o GP dos EUA quanto o do México.

Berger por dentro, Mansell por fora. E deu 'Leão' na épica ultrapassagem na Peraltada (Foto: Reprodução/F1)

Casa cheia

Os ingressos para o retorno da F1 ao México se esgotaram em questão de horas. A última corrida no Autódromo Hermanos Rodríguez foi disputada em 1992, vencida por Nigel Mansell. Foi um fim de uma sequência de sete GPs no país, que tivera início em 1986. Antes, o GP do México havia sido parte do calendário entre 1963 e 1970.

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A pista foi reformada e não tem mais a Peraltada. A curva era lendária, e foi nela que Nigel Mansell fez a espetacular ultrapassagem sobre Gerhard Berger. Contudo, não há mais espaço para a construção de uma área de escape adequada no local, portanto a criação de um trecho de baixa que passa por dentro do estádio de beisebol. Os organizadores entendem que não ter mais a Peraltada é ruim, mas asseguram que a atmosfera na nova sequência será incrível.

O traçado tem apenas 4.304 metros de extensão, o que faz dele o segundo menor da temporada. A pista é mais curta inclusive que a de Interlagos, e supera apenas o traçado que é montado todo ano nas ruas de Monte Carlo. Há uma longa reta dos boxes, sucedida por outra longa reta. Segue um trecho de curvas mais lentas e bem próximas umas das outras que leva à reta oposta e à seção do estádio.

A tendência é que o motor fale alto, porém, como explica o último vencedor do GP, a aerodinâmica e a aderência dos carros serão uma incógnita. A altitude de mais de dois mil metros e o fato de o circuito estar localizado dentro de uma grande cidade acabam influenciando nas condições da pista, segundo Mansell.

"Com a altitude, os carros tinham 20% a menos de grip aerodinâmico, mas, por causa dos motores turbo, que estavam muito bons naquela época, ainda tínhamos muita potência", comentou. Embora também sofram um pouco, os turbo não perdem tanta potência quanto os aspirados com a altitude. Aliás, em termos de altura em relação ao nível do mar, de longe a Cidade do México é a parada mais alta da F1: São Paulo fica a menos de 800 metros.

"As pessoas esquecem que, quando você está em uma cidade grande como a Cidade do México, a fumaça e a sujeira podem impregnar na pista enquanto você está correndo. Como resultado, a aderência mudava o tempo todo. Era assim na Peraltada. Você achava que tinha aderência, pensava 'posso atacar um pouquinho mais'. Foi o que aconteceu com o Ayrton naquele acidente de 1991. Ele obviamente se sentiu relativamente confortável e quis tentar ser mais rápido na volta seguinte, e a aderência não estava lá", relatou.

Fora isso, ainda existiam as ondulações. "Acho que o circuito foi construído onde antes havia um lago. Um bump que não estava lá num dia aparecia no outro. O terreno mudava assim mesmo. Você se via procurando novas linhas nas curvas. 'Acertei essa curva ontem e hoje estou com dificuldade'. Era extraordinário, de verdade, porque era um desafio fantástico a cada vez que entrávamos na pista. Você não conseguia deixar o carro equilibrado para todo o circuito", acrescentou.

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Fator casa?

Sergio Pérez finalmente vai descobrir como é andar em casa. O mexicano vem conquistando bons resultados desde que a Force India estreou seu novo carro, no meio do ano, inclusive indo ao pódio em Sóchi.

Pérez, que é de Guadalajara, será apenas o terceiro mexicano a largar em uma corrida no país. O primeiro foi Pedro Rodríguez, um dos 'Hermanos' que dá nome ao circuito, e o outro foi Matheus Solana. Não fosse a presença de 'Checo' no grid de 2011, talvez a prova não fosse acontecer. Quem banca é Carlos Slim, o magnata das telecomunicações que há mais de uma década está investindo no automobilismo local e que levou Pérez até a F1. Lá, o piloto retribuiu com resultados de destaque: cinco pódios com equipes do pelotão intermediário.

A Force India, teoricamente, tem um carro que pode se dar bem no México. Contudo, por tudo o que foi mencionado a respeito do circuito, é difícil traçar qualquer prognóstico. Mercedes, Ferrari, Williams… Em condições normais, estas serão as equipes mais fortes. Levando em conta a previsão do tempo, a definição do grid e até mesmo a corrida vão virar uma loteria.

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RAPIDINHAS…
1) A última edição do GP do México foi a segunda etapa do Mundial de F1 de 1992. Mansell, rumo a um título inédito, venceu. E, junto dele no pódio, estava Michael Schumacher para receber o 1º dos 155 troféus de sua carreira.

2) A primeira vitória da Honda na F1 aconteceu na Cidade do México. Foi em 1965, no primeiro e único triunfo de Richie Ginther no Mundial. Com sua equipe oficial, a marca voltou a vencer só duas vezes: em 1967, com John Surteees no GP da Itália, e em 2006, com Jenson Button no GP da Hungria.

3) Honda que vem a ser a fabricante de motor que mais teve sucesso em terras mexicanas. Foram quatro poles e quatro vitórias. O curioso é que cada vitória foi com um piloto diferente: Ginther em 1964, Mansell em 1987, Prost em 1988 e Senna em 1989.

4) Ao todo, oito equipes venceram nas 15 edições do GP do México. McLaren, Lotus e Williams, três vezes cada. A Ferrari, duas. Brabham, Honda, Cooper e Benetton, uma.

5) Os maiores vencedores são os britânicos Mansell e Jim Clark e o francês Alain Prost, cada um ganhou duas vezes. Depois deles, a lista de ganhadores tem outros nove nomes.

6) Dos pilotos brasileiros, somente Senna conseguiu vencer no México. Emerson Fittipaldi nunca correu e Nelson Piquet foi segundo em 1987.

7) O melhor resultado de um mexicano no GP do México foi o quarto lugar de Pedro Rodríguez em 1968. 

8) Rodríguez é o único mexicano com vitórias na F1: ganhou na África do Sul em 1967 e na Bélgica em 1970.

9) Hamilton continua com chance de igualar o recorde de 13 vitórias de Sebastian Vettel em 2013. Precisa vencer as três provas que restam.

 (Foto: Reuters)

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