Red Bull e Toro Rosso tentam quebrar contrato com Renault e vão atrás de Mercedes e Honda, diz revista

A Red Bull não tem mais paciência com a Renault - e nem muita crença de que a montadora francesa possa fazer a equipe competitiva num futuro próximo. Os austríacos querem o fim do contrato para poder conseguir um novo motor para o ano que vem, tanto para a equipe principal quando para a Toro Rosso - Mercedes e Honda, no caso

Não é a menor novidade que a paciência da Red Bull com a Renault – e a da própria montadora francesa com o atual status de sua situação na F1 – acabou faz tempo. Para mudar a situação, a Red Bull está atrás de saídas.
 
De acordo com o jornal alemão 'Auto Motor und Sport', a equipe austríaca está tentando se desligar o mais rápido possível do contrato que ainda a prende à Renault por mais um ano, até o final da próxima temporada, 2016. 
 
O time dos energéticos não quer outra temporada arruinada por uma unidade de força medíocre, mas precisa negociar. Se a Renault comprar a Lotus para voltar a operar uma equipe, entende-se que o acordo seria mais fácil.
Dupla Red Bull (Foto: AP)
Segundo a publicação, o maior interesse para a sequência do projeto da Red Bull é ter o motor Mercedes, aceitando a nova condição de equipe cliente. Enquanto isso, a Toro Rosso teria motores da Honda.
 
No entanto, para a Red Bull e as duas fornecedoras na qual está interessada – Mercedes e Ferrari – um acordo pode ser problemática. Isso porque o time tetracampeão mundial de Construtores entre 2010 e 2013 não é uma equipe cliente comum. Tem orçamento e pessoal necessários para bater Mercedes e Ferrari em seus próprios jogos.
 
Desta forma, a marca italiana estaria disposta apenas a ceder motores sempre de um ano de idade. Ou seja, o modelo de 2015 para 2016, de 2016 para 2017 e assim sucessivamente. Já a Mercedes discute com as clientes de outra maneira, por isso é a favorita em Salzburg.
 
O próprio diretor-executivo do time alemão, Toto Wolff, já deixou a porta aberta. "Nunca diga nunca. Há um contrato entre Renault e Red Bull, nós respeitamos isso. Mas isso é F1".

Segundo o diretor-esportivo da Renault, Cyril Abiteboul, a atitude da Red Bull de perda de paciência não é surpreendente. Antes dos primeiros título mundiais, o time se comportou da mesma forma. É uma visão imediatista de um grupo que não se contenta em não ser o melhor.

"Nós conhecemos muito bem a Red Bull, e o comportamento que vemos agora não é diferente daquele que tivemos em 2008 ou 2009. Sempre foi assim desde que começamos a trabalhar juntos. Eles tentam qualquer coisa que podem para ter o desempenho que querem desesperadamente, não para depois de amanhã, mas para amanhã e, se possível, hoje", disse.
 
"Eu até posso entender a frustração deles, mas não entendo em como lidar com esta situação. Ser uma fornecedora de motores é um trabalho difícil, ainda mais para uma equipe que é muito competitiva como a Red Bull", seguiu.

No entanto, lembrou que a experiência da Renault na F1 é bem mais vasta que a de seus parceiros, e sugeriu que a Red Bull precisa ser menos egoísta para que as duas partes se entendam.

 
"Só que nós estamos neste negócio de esporte a motor há mais de um século. Estamos na F1 de um jeito ou de outro há mais de 37 anos. Eles estão nisso há quase dez. Há uma diferença grande entre as duas companhias, e precisamos entender o pensamento de cada uma e o mundo em que operamos. O fator chave para o sucesso é de uma colaboração é ser capaz de compreender o mundo do parceiro, a cultura, o jeito de trabalhar. Nós estamos tentando fazer isso com a Red Bull. E gostaria de que eles entendessem nosso mundo. Não só o de fazer motores, mas de ser uma fabricante de carros e da indústria"

Sobre o boato de quebra de contrato, Abiteboul seguiu dizendo que conhece as liberdades de mercado, mas a Renault está pronta para seguir trabalhando normalmente com o acordo em vigor E acrescentou que  a marca já está produzindo partes pensando em 2016.
 
"É um mercado livre, mas não significa que nele você não seja obrigado a honrar contratos. Claramente, vamos honrar os nossos e já estamos fabricando algumas partes para o ano que vem"

"Não é segredo que nós não estamos convencidos com nosso envolvimento na F1. A única maneira que justifica investir tanto é ter um alto retorno de marketing. Talvez a gente não tenha este valor sendo uma fornecedora de motores, sobretudo com uma marca tão poderosa como a Red Bull.
 
Em 2015, entre os problemas na unidade de força da Renault, a Red Bull fez sua melhor corrida neste domingo, no GP da Hungria, mandando seus dois pilotos ao pódio. São 96 pontos no Mundial, quarto lugar e 55 atrás do terceiro, a Williams.
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.