Red Bull e FIA suspendem negociações sobre teto de gastos após morte de Mateschitz

A FIA apresentou para a Red Bull uma proposta de acordo sobre a violação do teto orçamentário permitido para 2021, mas diante da morte de Mateschitz as negociações foram congeladas

As negociações entre a Red Bull e a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) por conta da quebra do teto de gastos cometida pela escuderia austríaca na temporada de 2021 da F1 estão temporariamente suspensas. A informação foi confirmada à imprensa na tarde do último sábado (22), pouco antes do início da sessão de classificação do GP dos Estados Unidos, em Austin, e anunciada oficialmente no domingo (23).

O motivo do adiamento sobre a decisão de um possível acordo entre as partes é o falecimento de Dietrich Mateschitz, aos 78 anos, fundador da marca Red Bull e um dos principais responsáveis pelo crescimento dos taurinos no esporte a motor, especialmente na Fórmula 1. O empresário lutava contra uma doença terminal não revelada.

“Após o falecimento do Sr. Mateschitz, todas as conversas com a FIA sobre o Cost Cap e os próximos passos estão suspensas até novo aviso. O prazo para o acordo foi estendido e esperamos que as negociações voltem no meio da semana”, divulgou a Red Bull em um breve comunicado.

Max Verstappen venceu mais uma na temporada 2022 (Foto: Red Bull Content Pool)

Entenda a quebra no teto de gastos

A FIA abriu, no início de outubro, uma investigação sobre uma possível infração no teto de gastos da Red Bull e da Aston Martin. Em 2021, as escuderias tinham que respeitar, obrigatoriamente, o limite orçamentário de US$ 145 milhões. No caso da equipe austríaca, as apurações constataram um excedente nos gastos de no máximo US$ 7,5 milhões. A violação foi qualificada como “menor” e, portanto, a Red Bull deverá receber punições, porém em caráter disciplinador, ou seja, não prejudicará ou alterará o resultado do campeonato do ano passado.

Segundo informações do jornal holandês De Telegraaf, a justificativa para a violação financeira da Red Bull não teria envolvimento com o desenvolvimento do carro, e o erro teria acontecido em questões de alimentação e ausências por doenças. Alguns funcionários da equipe não são cobertos pelo teto orçamentário, enquanto outros sim.

A FIA, então, enviou aos taurinos um Termo de Acordo de Violação Aceita que, caso aceito, a Red Bull reconheceria a sua falha e aceitaria as sanções impostas pela federação. Entretanto, em entrevista no sábado, Christian Horner, chefe da Red Bull, disse que as negociações podem se arrastar por meses.

“Se não houver um acordo, o próximo processo vai para o Painel de Administração do Cost Cap e também há o Tribunal Internacional de Apelação. Desse modo, a conclusão pode demorar mais seis, nove meses, o que não é a nossa intenção”, contou Horner.

“Queremos encerrar em 2021. Acho que tivemos algumas discussões saudáveis e produtivas com a FIA. Estou esperançoso de chegar a uma conclusão em um futuro próximo”, completou.

A polêmica tem tomado conta do universo da Fórmula 1, já que coloca em dúvida a transparência do título de Max Verstappen em 2021. A justificativa da Red Bull não foi aceita por outras equipes como Mercedes, Ferrari e McLaren. Em entrevista no sábado, por exemplo, Toto Wolff, CEO da Mercedes, chegou a ironizar a explicação dos taurinos: “Quase espremi uma lágrima quando ouvi isso”.

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