Newey cita “terceira evolução” e vê RB20 “extremamente semelhante” aos antecessores

A Red Bull surpreendeu o mundo da Fórmula 1 quando apresentou o seu novo carro para a temporada 2024, o RB20, em meados de fevereiro. Após dominar amplamente o Mundial anterior, com 21 vitórias conquistadas em 22 GPs disputados, a equipe austríaca trouxe um bólido com mudanças visuais significativas em relação ao antecessor, o que mostrou ser um movimento ousado de modificar o que já estava dando muito certo. Adrian Newey, no entanto, minimizou os novos detalhes do carro, afirmando que a base para o desenvolvimento permanece a mesma.

Em 2024, Max Verstappen continuou o seu período de domínio e já subiu no degrau mais alto de pódio em três oportunidades, ficando de fora apenas no GP da Austrália, quando teve de abandonar por causa de um problema nos freios. Sergio Pérez também começou o ano com o pé direito e ocupa a segunda posição do campeonato, apenas 13 pontos atrás do neerlandês. Apesar do desenvolvimento das rivais, o RB20 ainda possui aquele mesmo ar de invencibilidade do RB19, que ficou conhecido como o carro mais dominante da história da categoria.

No entanto, o renomado projetista do time de Milton Keynes afirmou que existe um certo exagero por parte do público quando o assunto são as mudanças pelas quais o novo bólido passou.

“Por ser uma grande mudança visual, as pessoas fazem esses comentários”, disse Newey em entrevista ao portal neerlandês RacingNews365. “A verdade é que a base do carro, o design arquitetônico principal, a suspensão dianteira e traseira, é a terceira evolução do que foi o RB18 [carro de 2022]. É extremamente semelhante”, continuou.

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“Obviamente, houve algumas mudanças visuais significativas, principalmente em torno dos radiadores e do desenho da entrada de ar, que trouxeram benefícios. É um daqueles casos em que há uma grande mudança visual em relação ao que, na verdade, é uma pequena mudança de desempenho. Os detalhes do assoalho também evoluíram e ninguém, claro, percebe”, observou o engenheiro.

Equipes como Ferrari e McLaren, por exemplo, demoraram a entender o caminho que deveriam seguir com o desenvolvimento de seus respectivos carros, enquanto que a Mercedes, por outro lado, assumidamente ainda possui problemas que os engenheiros em Brackley não conseguem entender. A Red Bull, por sua vez, acertou em cheio no projeto aerodinâmico desde o primeiro momento, e depois disso, de acordo com Adrian, apenas evoluiu a partir da base já estabelecida.

O britânico ainda apontou que a regra do teto orçamentário torna tudo ainda mais difícil, já que as equipes não podem simplesmente corrigir os erros livremente, mas precisam calcular bem os gastos para não extrapolar o que é permitido.

“O carro do ano passado e o carro deste ano foram evoluções adicionais daquele RB18 de 2022. Com as regras do teto orçamentário, se você conseguir começar com um princípio decente, então será mais fácil desenvolvê-lo. Se você tiver a infelicidade e começar com o princípio errado, o regulamento do limite de custos dificultará o processo de recuperação”, finalizou Newey.

A Fórmula 1 volta a acelerar entre os dias 19 e 21 de abril, para o GP da China, retorno da etapa ao calendário pós-pandemia, com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

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