Red Bull reconhece falta de evolução com “menos horas” em “túnel de vento antigo”

Ainda que a temporada 2024 da Fórmula 1 tenha começado com mais um domínio da Red Bull nas pistas, que de novo levantou a possibilidade de ter o domínio dos taurinos, o jogo parece ter virado. Dominante em 2023, Max Verstappen não conseguiu vencer as últimas quatro corridas da categoria, abrindo espaço para uma reação surpreendente de McLaren e Mercedes, além de a Ferrari também ter conseguido buscado vitórias e conseguido competir na ponta do grid.

Para a Red Bull, o RB20 deixou de evoluir e isso se deve, entre outros fatores, ao túnel de vento antigo usado pela equipe até hoje. “Você pode atribuir algumas coisas à correlação [entre túnel de vento e pista]”, disse diretor técnico da equipe austríaca, Pierre Waché. “Nosso túnel de vento é relativamente antigo e, por causa de nossa posição no campeonato, podemos usá-lo por menos horas”, explicou.

Atualmente, os taurinos testam seus carros em Bedford, que sedia o antigo centro de pesquisas da equipe e fica a mais de 32 km de distância da fábrica de Milton Keynes. Christian Horner, chefe do time dos energéticos, chegou a dizer que o túnel de vento era “uma relíquia de de guerra” e que a equipe construiria um novo espaço para o trabalho aerodinâmico.

Em contrapartida, a McLaren, que hoje tem o melhor carro do grid, inaugurou no ano passado um novo túnel de vento na Inglaterra. Por anos, a equipe de Woking alugou o espaço da Toyota, na Alemanha, para testar seus carros. Já Ferrari e Mercedes contam com seus espaços em Maranello e Brackley.

O túnel de vento é uma espécie de laboratório de corridas onde se investigam e analisam as características aerodinâmicas de um carro. Ele pode ser usado para testar eficiência, equilíbrio aerodinâmico e otimização dos componentes. O túnel de vento é a ferramenta de maior destaque que uma equipe de F1 pode ter. Não apenas pelo tamanho, mas também pela importância cada vez maior da aerodinâmica na atual geração de carros da Fórmula 1.

“Além disso, pelo terceiro ano consecutivo, os regulamentos permaneceram os mesmos e há pouco espaço para melhorias. A Red Bull melhorou após a atualização em Suzuka, mas depois não avançou muito mais. A McLaren deu a volta por cima com o pacote encorpado em Miami, enquanto a Ferrari e a Mercedes tiveram problemas com os quiques ao trazer um novo assoalho para a pista”, continuou Waché.

“A evolução de desempenho dos adversários foi um cenário que a Red Bull previu e que acabou acontecendo. Esperávamos que eles crescessem em 2023, mas isso aconteceu agora”, concluiu.

A Fórmula 1 faz a tradicional pausa para as férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.

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