Renovação de Albon na Williams mostra F1 dinâmica e liga alerta para fundo do grid

Alexander Albon chegou a flertar com equipes como Ferrari e Red Bull, foi ventilado como eventual 'tampão' na Mercedes e, no fim das contas, renovou com a Williams. É mais uma vez a F1 jogando na cara de todo mundo que a frase "você é tão bom quanto seu último resultado" é muito verdadeira. E isso precisa ser um alerta para a turma do fundão do grid. Só que talvez estejam todos de mãos atadas

O mercado da F1 está aquecido como há tempos não se via e, na última semana, Alexander Albon foi mais uma peça a se mover nele. O tailandês de 28 anos renovou o vínculo com a Williams, permanecendo na equipe britânica até a temporada 2027. Mas há muita coisa por trás deste anúncio, sobre Albon, sobre Williams e sobre a F1 como um todo. É um recado para bastante gente.

Inegavelmente talentoso, Alex vive um início de 2024 duríssimo. Ainda zerado, tem oscilado, cometido mais erros que o normal, mas a verdade é que guia uma carroça com C maiúsculo. A Williams versão FW46 é um terror completo, muito abaixo dos carros anteriores que já não eram exatamente bons.

Só que a F1 é dinâmica e raramente alguém leva esse ‘fator carroça’ em consideração. A menos que seja uma jovem promessa ou alguém muito prestigiado, um carro ruim fatalmente vai te empurrar para o buraco. E meio que é isso que aconteceu com a carreira de Albon em questão de meses.

Acostumado a viver na montanha-russa desde sempre na carreira, Alex garantiu mais alguns anos de F1, o que é o copo meio cheio, mas claramente não se encontra mais na crista da onda como esteve meses atrás.

Alexander Albon esteve no radar das grandes equipes, mas ficou na Williams (Foto: Williams)

Mais importante do que resgatar os altos e baixos de alguém que saiu do programa da Red Bull, voltou, quase ficou de fora da F1, quase foi para a Fórmula E, virou companheiro de Max Verstappen e, no fim, foi parar na Williams depois de passar até por DTM, o recorte mais recente é mais válido. Porque foi isso: realmente coisa de meses para tudo virar.

Depois de um 2022 brioso, em que batalhou muito para marcar cada pontinho suado e carregar uma Williams capenga após ter sido mandado embora da Red Bull e ficar de fora da F1, Albon se encontrou de vez em 2023. Com um carro razoavelmente competitivo, anotou 27 pontos, ficou em 13º no Mundial de Pilotos e apareceu no top-5 no ranking de performances para muita gente.

Naturalmente, ganhou os noticiários mais uma vez. Falava-se em eventual retorno à Red Bull diante da falta de resultados de Sergio Pérez, foi cogitado na Mercedes em uma espécie de ‘mandato tampão’ até a subida de Andrea Kimi Antonelli e, principalmente, chegou a ameaçar Carlos Sainz na Ferrari antes dos italianos chocarem o mundo com Lewis Hamilton. Nada disso aconteceu.

E assim, num piscar de olhos, Albon deixou de ser um nome para as principais equipes do grid e foi, sem escalas, renovar com a pior equipe da atualidade. Basicamente de um extremo ao outro, em um choque de realidade que leva a uma reflexão que tende a ser pouco proveitosa, afinal, nada deve mudar.

Alexander Albon ficou sem pneu na corrida em Ímola (Foto: Reprodução/F1)

É que a F1 escancara com Alex, mais uma vez, que a frase “você é tão bom quanto seu último resultado” é tônica total da categoria. No caso do tailandês, aliás, essa frase poderia até ser uma tatuagem diante de tudo que ele passou.

A reflexão, pois: o que Albon poderia fazer de melhor com essa Williams que tem nas mãos? Nada, muito provavelmente. Talvez trocar 15º por 13º, abandono por 17º, algo assim, mas, afinal, bastaria? A resposta é óbvia.

O desprestígio relâmpago de Albon é um choque de realidade e também um sinal de alerta para seus pares do fundo do grid, indicando que essa galera deve sofrer para se recolocar no pelotão, para arranjar algo melhor do que possui hoje.

Assim, nomes como Esteban Ocon e Pierre Gasly, igualmente talentosos e outrora prestigiados, provavelmente vão acabar buscando renovações, isso se não andarem para o lado ou para trás, em times como a Haas.

A renovação de Albon é como um aviso de avalanche. Só que a bola de neve está já pertinho da cabeça deles. A ruindade de Williams e Alpine, no fim das contas, tende a encerrar as chances reais da talentosa geração dos pilotos nascidos em 1996.

Fórmula 1 volta neste fim de semana, de 24 a 26 de maio com o tradicional GP de Mônaco, oitava etapa da temporada 2024, nas ruas de Monte Carlo.

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