Retrospectiva 2021: Pérez e Bottas ajudam Red Bull e Mercedes de maneiras diferentes

O protagonismo da Fórmula 1 2021 ficou, evidentemente, com Lewis Hamilton e Max Verstappen, que disputaram o título até a última volta do GP de Abu Dhabi. Mas não é como se os fiéis escudeiros dos líderes de Mercedes e Red Bull — Valtteri Bottas e Sergio Pérez — também não tenham tido a oportunidade de brilhar. Eles tiveram. Mas será que conseguiram aproveitar?

A verdade é que nenhum dos dois contribuiu de forma muito direta na pontuação final de seus respectivos times. Isso, claro, é muito nítido pela grande distância em termos de desempenho deixada pelo #44 e #33, que pareciam estar numa competição à parte. Bottas terminou a temporada com uma vitória, quatro poles-position e 11 pódios. Foi responsável por 36,8% da soma final da equipe alemã. Pérez também teve uma vitória e cinco pódios. Fez 32,5% da pontuação total dos taurinos.

Relembrando um pouco a temporada do finlandês, sua última pela Mercedes, pontos não faltaram. Mas a imprevisibilidade foi muito presente na performance dele. Ele começou o ano já com um pódio, mas viu de perto o bom ritmo de Max Verstappen e um arrojado RB16B. A partir dali, ficaria claro que o dono do W12 #71 poderia ser muito útil na batalha para o Mundial de Construtores — tanto é que a Mercedes realmente conquistou seu octacampeonato —, mas poderia deixar a desejar nas tentativas de separar Verstappen de seu companheiro de equipe.

E foi o que aconteceu algumas vezes na temporada: França, Holanda, Rússia, México e Brasil são exemplos. Os alemães apostaram na estratégia e deixaram muito claro as ordens de segurar o agora campeão mundial. Mas nada funcionou. Bottas não conseguiu ter efeito sobre o #33, que muitas vezes o ultrapassou sem problemas na pista.

Querendo ou não, é um resultado ruim. Bottas tem um dos melhores carros do grid, ainda que a Red Bull tenha tornado as coisas mais parelhas. E, mesmo assim, não conseguiu ser o fiel escuderio de seu parceiro de equipe, que o defendeu por diversas vezes. É verdade, no entanto, que também teve momentos bons e que fizeram a diferença na pontuação bruta da Mercedes. A vitória na Turquia é uma delas. A última dança do finlandês no compasso da Mercedes.

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Já Sergio Pérez teve vida de estreante no potente RB16B. No início da temporada, o assunto era um só: a dificuldade de adaptação. Christian Horner e Helmut Marko eram muito presentes na mídia, insistindo na melhora do mexicano, que teve atuações apagadas no início da temporada.

A grande reviravolta do dono do carro RB16B só viria acontecer no GP do Azerbaijão, sexta etapa da temporada, onde ele foi essencial. Isso porque segurou com todas suas forças um sedento Lewis Hamilton na corrida para deixar Max Verstappen respirando mais aliviado na liderança. Ele conseguiu, é verdade, mas não contava com um estouro do pneu traseiro esquerdo do holandês, que o fez abandonar a corrida. O prêmio de consolação para Pérez foi a vitória — sua primeira pela Red Bull — quando, na relargada, viu o heptacampeão errar e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

A utilidade de Pérez para ajudar Verstappen em brigas diretas seria importante no decorrer na temporada e algo que nem mesmo Bottas conseguira fazer. ‘Checo’ viria a repetir disputas belíssimas com Hamilton em outras oportunidades: Brasil, Turquia e Abu Dhabi. Três corridas da segunda metade da temporada, em que o mexicano melhorou muito. Conseguiu três pódios consecutivos — Turquia, Estados Unidos e México.

Ainda assim, é preciso dizer que Pérez não conseguiu se aproximar de seu comoanheiro de equipe. Falhou e foi vítima de pit-stops ruins e estratégias falhas da Red Bull, mas, por conta da irregularidade, pouco contribui para a equipe sair 100% de 2021, com o Mundial de Construtores em mãos. Coisa que, sim, Bottas o fez.

Os segundões têm lição de casa, portanto. Seja Pérez querendo manter seu assento na Red Bull para além da temporada que vem, ou Bottas e seus novos desafios na Alfa Romeo em 2022. Não chegaram muito perto dos protagonistas, mas tiveram seus momentos, suas vitórias, seus pódios. Agora, os caminhos são diferentes, sobretudo num ano completamente inovador. Resta saber qual aprendizado eles tiraram da temporada maluca da Fórmula 1 2021.

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