Retrospectiva 2024: Sainz deixa Ferrari em alta e se vê obrigado a salvar Williams em 2025
Carlos Sainz está de saída da Ferrari após quatro temporadas e não recebeu propostas das equipes de ponta. Agora, assume um posto inesperado na Williams, que tenta se levantar na Fórmula 1
A realidade bateu à porta de Carlos Sainz na chegada do recesso de verão da Fórmula 1. Depois de muito tempo aguardando, ao que tudo indica, uma proposta sedutora de uma equipe de ponta, precisou se contentar com o que tinha à mesa e assinou com a Williams. O cenário pode ser entendido como o menos danoso para um piloto que chamou atenção ao lado de Charles Leclerc em uma Ferrari em ascensão e que pode brigar por título em 2025.
Sainz entrou em 2024 já sabendo que esse seria o último ano na Ferrari depois de defender a equipe desde 2021. Antes da temporada começar, a ida de Lewis Hamilton a Maranello já havia sido confirmada, assim como a escolha — natural — por manter Charles Leclerc ao lado do heptacampeão mundial.
Sainz mostrou ao longo de sua jornada pela Ferrari, e também no curso de 2024, que é um talento valioso e que tem espaço para estar em uma equipe de ponta. Talvez ainda não consiga ser visto como um piloto que pode desafiar Max Verstappen, Hamilton ou algum talento geracional pelo título, mas é capaz de corresponder, sim, no mais alto nível do automobilismo.
No entanto, isso não foi o suficiente para colocar o espanhol na lista de desejos dos principais times da categoria, mesmo com vagas abertas na Mercedes e, de certa forma, na Red Bull, considerando a terrível temporada de Sergio Pérez.
Em 2024, Sainz somou 290 pontos, duas vitórias e nove pódios, terminando o ano na quinta posição do Mundial de Pilotos. Logo na terceira rodada, triunfou na Austrália após Verstappen abandonar no começo e repetiu o feito na Cidade do México, já na reta final do ano. Além disso, somou três top-3 logo nas primeiras quatro etapas.
No entanto, mesmo começando mais forte que o companheiro de equipe, ficou atrás de Leclerc na classificação final, o que virou uma tendência nas temporadas sob o regulamento atual. Apenas em 2021, quando a F1 ainda vivia sob um conjunto antigo de regras, que isso não aconteceu.
A Mercedes, interessada em desenvolver o pupilo Andrea Kimi Antonelli, e a Red Bull, que nitidamente teve um pé atrás por conta do relacionamento conturbado que o espanhol teve com Verstappen na Toro Rosso, não viram valor em Sainz. Com isso, restou aceitar o projeto da Williams, que parece bem mais confiável que o da Audi ou da Alpine a curto e médio prazo.
A equipe inglesa superou a concorrência ao oferecer o que Sainz mais gostaria aos 30 anos de idade: um projeto a longo prazo e com possibilidade de uma larga reestruturação e maiores investimentos — pelo menos em comparação com as demais propostas. Com a Audi chegando com mais perguntas do que respostas em 2026 e a Alpine dando tiros constantes no próprio pé, o peso da segurança parece ter orientado a escolha do espanhol.
Porém, por mais histórica que seja a escuderia de Grove, é um time que não sobe ao pódio desde 2021 e não vence uma prova desde 2012, quando triunfou com Pastor Maldonado na Espanha.
Logo, para voltar a ser o que foi nos anos de Ferrari na Fórmula 1, Sainz terá de ser a cara da reconstrução de uma equipe que está novamente no fundo do poço da F1, responsabilidade que já assumiu publicamente.
A Fórmula 1 agora está oficialmente de férias e dá adeus a 2024. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.
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