Grosjean vê menosprezo da FIA com Indy e pede teste na F1 para “especial” McLaughlin

Romain Grosjean defendeu que os pilotos da Indy recebam ao menos a mesma pontuação aplicada à Fórmula 2 quando o assunto é superlicença e citou exemplos de competidores que já provaram ter qualidade para correr na elite do automobilismo mundial

O caso Colton Herta levantou um grande debate em torno da pontuação dada aos pilotos da Indy para a obtenção da superlicença, mas testes recentes realizados com Álex Palou e Pato O’Ward provam que os nomes que correm na principal categoria do automobilismo americano estão aptos a guiar um Fórmula 1. E essa é a visão de quem já esteve no grid da categoria, Romain Grosjean, que defendeu, inclusive, a chance para outro piloto que tem se destacado nos Estados Unidos: Scott McLaughlin.

Multicampeão da V8 Supercars australiana, o neozelandês apareceu de vez para a Indy em 2022, aos 29 anos, depois de um campeonato de novato bastante tímido em 2021. Este ano, Scott conquistou três triunfos e chegou à última etapa, em Laguna Seca, com chances de título, mas fechou o campeonato na quarta colocação.

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Scott McLaughlin venceu três corridas na Indy em 2022 e ganhou elogios de Romain Grosjean (Foto: IndyCar)

Mesmo assim, a sólida temporada rendeu elogios de Grosjean, que citou o representante da Penske ao falar sobre a qualidade dos pilotos que correm na classe americana atualmente. À MotorSport Maganize, o francês começou o tema defendendo o teste realizado por Palou como prova da habilidade dos corredores da Indy.

“Um dos melhores exemplos foi quando Palou participou do TL1 com a McLaren em Austin e, com os mesmos pneus de Lando (Norris), ficou a dois ou três décimos, o que é muito, muito bom”, declarou o veterano, que continuou sobre Herta: “O cenário em torno de Colton era maior. Ele tem capacidade e velocidade para estar na F1, mas se olharmos para a carreira, ele nunca venceu um campeonato. Então entendo ele não ter os pontos para a superlicença, pois não venceu a Indy Lights ou a Indy. Mas acho que o que está errado é a quantidade de pontos que são distribuídos para a Indy.”

Na tabela de pontos da FIA, apenas o campeão da Indy garante automaticamente os 40 pontos exigidos para concorrer a uma vaga no grid da F1. Já na Fórmula 2, que é considerada o último degrau antes da elite do automobilismo mundial, a superlicença é alcançada pelos três primeiros. Para se ter uma ideia da diferença, o terceiro colocado da Indy garante apenas 20 dos 40 tentos.

“Acho que deveria ser ao menos no nível da Fórmula 2, até mais, porque o nível é acima”, defende Grosjean. “Existem alguns pilotos por lá que são muito rápidos. Isso é o que está errado. Porém eu entendo o fato de ele [Herta] não ter os pontos por não ter vencido um campeonato. Mas há pilotos que são muito talentosos. Um dos que mais me surpreenderam é Scott McLaughlin. Ele deveria fazer um teste na F1, seria rápido. Esse cara é muito especial”, ressaltou.

“Se pensarmos que ele correu no Supercars por tantos anos e está indo tão bem na Indy, é algo muito natural. A Indy funciona um pouco diferente da F1 em termos de experiência de corrida exigida, e é por isso que pilotos mais velhos se dão tão bem”, continuou o piloto, ressaltando que o nível da Indy está muito acima de outras categorias.

“As corridas são duras e o nível da competição é alto. Você não pode fazer uma volta de classificação pensando ‘Ok, vou dar 95% porque sei que tenho um bom carro’. Isso não será o bastante, você precisa de 100% em cada volta, e isso é desafiador, mas é muito divertido”, encerrou o piloto.

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