Rússia pressiona por serviço militar e ameaça sequência de Mazepin na Fórmula 1

Nikita Mazepin precisa se apresentar e realizar o treinamento no serviço militar da Rússia nos próximos anos. O piloto tenta negociar, mas, até aqui, sem qualquer sucesso

Nikita Mazepin está tendo a continuidade na Fórmula 1 ameaçada pelo serviço militar russo. Nesta sexta-feira (4), Dmitry Mazepin, magnata e pai do piloto da Haas, revelou que o filho tem sido frequentemente pressionado a se apresentr para o treinamento pelo qual passam todos os homens adultos na Rússia.

O serviço militar é obrigatório para todos os homens nascidos na Rússia e pode ser cumprido entre os 18 e 27 anos. O grande porém é sua duração: um ano. Mazepin, que tem 22, tem tentado negociar com as autoridades, mas, segundo Dmitry, não vem tendo sucesso nas tentativas.

“Nikita tem 23 corridas para fazer no ano e eles [Exército Russo] seguem falando para ele [Nikita] se juntar ao treinamento, dizem que precisa ir de qualquer jeito. Nikita vive me perguntando o que ele precisa fazer, já que tem corrida de duas em duas semanas, mas ninguém quer ouvir. Não é só sobre ele, mas sobre todos que vivem a mesma situação. O estado não liga para os atletas”, afirmou Dmitry.

Nikita Mazepin pode ter de deixar a Fórmula 1 (Foto: Haas F1 Team)

Dmitry, aliás, fala com conhecimento de causa. O magnata nascido em Minsk, atual capital de Belarus, teve carreira militar. Nascido em 1968, se formou na academia militar Suvorov em 1985 e, entre 1986 e 1988, defendeu a União Soviética como intérprete no Afeganistão.

Caso Mazepin opte por atender nos próximos meses o chamado do serviço militar russo, a chance pode cair no colo de Pietro Fittipaldi. O brasileiro, que disputa as etapas nos ovais na Indy, segue acompanhando o time americano nas etapas e continua no posto de piloto reserva. Em 2020, Pietro fez duas provas na vaga do lesionado Romain Grosjean, justamente com quem divide carro em 2021 nos EUA.

A história do serviço militar é só mais um capítulo conturbado envolvendo Nikita Mazepin e a Rússia. Por conta de uma punição por doping sistêmico em esportes olímpicos, o país foi banido de competições pelo Tribunal Arbitral do Esporte até o fim de 2022 e, assim, Mazepin corre com a bandeira neutra em sua estreia pela F1.

A suspensão russa já vem se arrastando desde a metade da década passada. Os russos são acusados pela WADA – Agência Mundial Antidoping – de um esquema de dopagem, descoberto nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sóchi, em 2014. Na ocasião, a agência de testagem foi acusada de acobertar os casos.

A situação de Mazepin é semelhante ao que aconteceu com os atletas russos nas Olimpíadas de Inverno de 2018, em PyeongChang, na Coreia do Sul. Na ocasião, eles competiram pelo nome de Atletas Olímpicos da Rússia, com a sigla OAR, sem símbolos, bandeiras ou hinos. O mesmo vai acontecer nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho deste ano.

Mazepin e os demais pilotos russos das categorias mundiais podem ao menos usar as cores do país, bem como terem escrito o nome da Rússia em macacões e outros equipamentos. No entanto, isso deve ser acompanhado do termo ‘atleta neutro’, com o mesmo destaque. Foi nessa brecha que a Haas se encaixou para conseguir pintar o carro de 2021 com a bandeira russa.

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