Haas leva cores da Rússia e traz patrocínio de Mazepin em novo VF-21 para Fórmula 1 2021
A Haas finalmente mostrou ao mundo o 'russo' VF-21, carro que traz poucas mudanças em relação ao antecessor e que, de acordo com a própria equipe, já não vai ser mais desenvolvido para as estreias de Mick Schumacher e Nikita Mazepin
Chegou a vez da Haas apresentar a todos o VF-21, carro para a disputa da temporada 2021 da Fórmula 1. O lançamento aconteceu no início da manhã desta quinta-feira (4), confirmando o que já era esperado pelas declarações da chefia do time norte-americano: é praticamente o mesmo carro que fez o campeonato de 2020, mas com layout novo, inspirado na bandeira da Rússia e que remente ao dono do dinheiro oriundo de Nikita Mazepin. Curiosamente, o estreante não vai poder usar o pavilhão caso vá ao pódio em razão da suspensão do país no Tribunal Arbitral do Esporte, ficando o piloto restrito ao uso da bandeira neutra.
O novo carro foi apresentado pela equipe por meio de postagem nas redes sociais. O layout traz algo completamente diferente dos últimos anos, com as cores branca, azul e vermelha e, além do logo da Haas, apresenta também a inscrição da Uralkali, empresa de fertilizantes do bilionário Dimitry Mazepin, pai de Nikita e responsável pelo dinheiro que garantiu a sobrevivência da equipe. Há também a estampa da 1&1, empresa alemã de telecomunicações e patrocinadora de Mick Schumacher.
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A Haas não tem previsão de realizar nenhum dia de filmagem para completar as primeiras voltas do novo modelo antes dos testes de pré-temporada. A estreia do VF-21 vai ficar mesmo para 12 de março, sexta-feira da semana que vem, para o início da sessão de três dias marcada para Sakhir, no Bahrein.
No fim das contas, o lançamento serviu muito mais para mostrar o novo layout e apresentar a Urakali como a patrocinadora principal da Haas, em acordo plurianual. Ou enquanto Mazepin estiver na equipe.
A Haas foi a oitava equipe a apresentar o carro de 2021, mas desde já é a primeira a largar oficialmente o projeto. É que, segundo Guenther Steiner, chefe do time, não faz sentido gastar dinheiro e esforço com o carro atual e, na sequência, chegar atrasado em 2022, com a mudança de regulamento.
O dirigente italiano falou justamente sobre o não-desenvolvimento do carro para a nova temporada da Fórmula 1.
“Estamos às vésperas de uma nova temporada, com um novo patrocinador principal e dois novos pilotos. Vai ser um ano emocionante, e espero que seja emocionante somente no bom sentido. Vamos ter pela frente um ano de aprendizado com os pilotos enquanto, tecnicamente, olhamos para o futuro. Não é segredo que o VF-21 não vai ser desenvolvido, já que vamos concentrar nossas energias desde agora no carro de 2022 e, esperamos, que seja um grid mais igual. Todos nós sabemos o que esperar nesta temporada em termos de competição, mas temos de garantir que vamos estar lá para tirar proveito das oportunidades quando elas surgirem”, disse.
Mesmo com a falta de desenvolvimento do novo carro, Gene Haas, dono da equipe, confia em ver os novatos Schumacher e Mazepin somando alguns pontos na temporada. “Espero que voltemos a estar no bolo para marcar alguns pontos nessas corridas. Foram duas temporadas difíceis, mas também estamos de olho no panorama geral, em particular sobre 2022, e na implementação dos novos regulamentos”, ressaltou.
Só que abandonar o projeto tão cedo faz com que a Haas, naturalmente, se transforme em uma forte candidata à lanterna da Fórmula 1. Afinal, os americanos ficaram na nona colocação com só três pontos conquistados em 2020, enquanto que a Williams, que zerou em 2020, promete investimento maior em 2021.
“Nós sabemos que existe o risco de cairmos para o último lugar, mas precisamos aceitar isso. Nós precisamos entender que o correto é pensar lá na frente e não no que vai acontecer agora. Se pensarmos só no agora, aí vai chegar em 2022 e a gente vai estar atrasado, pensando no carro de 2022. É muito difícil buscar os carros da frente com as restrições aerodinâmicas e o nosso orçamento, então você precisa pensar lá na frente”, disse Steiner à revista britânica Autosport.
A grande mudança no time de Gene Haas para 2021 está na dupla de pilotos, com uma troca de mentalidade muito grande. Com anos de casa, Romain Grosjean e Kevin Magnussen foram trocados e deixaram a Fórmula 1 com rumo aos EUA, na Indy e no SportsCar, respectivamente.
Para as vagas dos experientes pilotos, dois novatos. Como resultado de uma relação cada vez mais próxima com a Ferrari, Mick Schumacher subiu após título da Fórmula 2, enquanto que Nikita Mazepin e o farto orçamento russo de seu pai, Dmitry Mazepin, também foi contratado.
Na dupla, um contraste gigantesco com o público. Schumacher chega ao grid já como um dos mais populares, por recolocar a família na categoria, pegando uma grande fatia de fãs de seu pai, o heptacampeão Michael. Mazepin, por outro lado, vem de um caso de assédio que gerou uma das maiores rejeições já vistas na Fórmula 1.
A Haas, no entanto, resolveu manter o contrato de pé, mas até hoje segue recebendo respostas em suas redes sociais com pedidos de saída de Nikita. Na encruzilhada entre ficar com o dinheiro trazido pela família do piloto e dispensá-lo depois de atitude abominável, a equipe optou pela sobrevivência financeira. O que fica nítido nas cores do novo carro apresentado nesta manhã.
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