Secretário da FIA admite que Masi ficou “abalado” com hostilidades: “Insuportável”

Michael Masi entrou no olho do furacão após decisões questionáveis no GP de Abu Dhabi de 2021, e Peter Bayer admitiu que quantidade de críticas afetaram o diretor de provas da FIA

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Os eventos que se desenrolaram no encerramento da temporada 2021 da Fórmula 1, em Abu Dhabi, continuam sendo objeto de estudo da FIA — que promete divulgar os primeiros resultados em fevereiro. No entanto, a figura do diretor de provas da FIA, Michael Masi, continua sofrendo críticas pela sequência de decisões que culminou no título mundial de Max Verstappen. E para o secretário geral da entidade, Peter Bayer, as críticas parecem o ter afetado.

“Como oficial de polícia, você raramente recebe simpatia. O que se tonou insuportável foram as reações nas mídias sociais, que não pararam por nada, como foi visto nas ameaças de morte ao [Nicholas] Latifi, da Williams”, disse Bayer ao jornal austríaco Die Presse. “Michael [Masi] não tem uma conta, mas a hostilidade em outros canais realmente o abalou”, explicou Bayer.

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Lewis Hamilton não se pronunciou após perder título da F1 para Verstappen (Foto: Lars Baron/Getty Images/Red Bull Content Pool)

No entanto, Bayer — que já admitiu a possibilidade de substituir Masi no cargo de diretor de provas — declarou que mantém o suporte ao australiano, mas reconhece a necessidade da investigação acerca dos fatos de Yas Marina.

“Em nossas conversas, eu garanti a ele o suporte da associação e deixei claro: quero continuar trabalhando junto com ele”, afirmou. “Mas também preciso do entendimento dele de que investigaremos esse assunto [final da F1 em Abu Dhabi]”, ressaltou.

A pressão não chegou a Masi apenas pelas redes sociais, mas também durante a disputa do campeonato em forma de reclamações dos chefes de equipe pelo rádio. Com a novidade do diálogo sendo transmitido ao público, foi possível ver algumas das ações que acontecem nos bastidores — em que cada equipe pede para que as coisas sejam feitas da sua maneira.

A dramática — e polêmica — última volta do GP de Abu Dhabi de F1 (Vídeo: TSN)

Em Abu Dhabi, por exemplo, Mercedes e Red Bull entraram constantemente via rádio para pressionarem Masi a tomar as atitudes que mais lhe cabiam. A escuderia alemã queria um safety-car virtual que permitiria a Lewis Hamilton manter a vantagem na liderança, mas quando o SC entrou na pista, o time passou a pedir para que a corrida fosse encerrada sob regime de bandeira amarela.

A Red Bull, por outro lado, queria que a relargada fosse dada na última volta, com os carros que se posicionavam entre Hamilton e Verstappen — todos retardatários — recebendo a permissão de ultrapassar os líderes. E foi exatamente o que Masi fez, permitindo ao holandês sua primeira conquista mundial.

“Os chefes de equipe não poderão mais intervir por esse canal”, adiantou Bayer, apesar de continuar dizendo que “por outro lado, os chefes ainda podem intervir porque precisam ter o poder de fazer perguntas”, argumentou. “Dessa maneira, o diretor de prova pode se concentrar em seu trabalho no futuro, e não ser mais distraído”, encerrou.

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