Lewis Hamilton está prestes a iniciar a luta pelo seu sétimo título mundial de Fórmula 1. O inglês de 35 anos está a apenas uma taça de igualar a histórica marca obtida por Michael Schumacher, que também detém o recorde de mais vitórias na categoria, 91, outro recorde que pode ser igualado e até superado por Hamilton, que soma 84 triunfos. Entretanto, Lewis entende que chegar ao hepta em 2020 tem um significado muito maior do que ‘simplesmente’ superar aquele que hoje é o maior piloto da Fórmula 1 nos números, mas está relacionada com as lutas que o piloto da Mercedes abraçou definitivamente nos últimos tempos: a batalha contra o racismo e a repressão policial e o enfrentamento contra outras tantas mazelas sociais, como a desigualdade e a homofobia.
Em entrevista na última quinta-feira (2) no Red Bull Ring, palco do GP da Áustria, prova que abre a temporada 2020 do Mundial de Fórmula 1 neste fim de semana, Hamilton falou sobre o que significaria a conquista do heptacampeonato em um ano tão incomum quanto este.
“Vencer o título neste ano significaria mais do que qualquer outro antes, sendo que este é um ano muito importante no sentido dessa pandemia que estamos lutando. Mas, em um nível mais pessoal, o movimento Black Lives Matter e a luta contra a injustiça e por igualdade, acho que nesta época também é sobre a luta por algo tão importante”, explicou.
“Isso não vai mudar muito para a nossa geração, para as nossas crianças e para os filhos dos nossos filhos, é um momento muito importante para nós. Então, sim, conquistar o título mundial nesta época acho que vai ser ainda mais importante do que antes”, ressaltou o hexacampeão.
Hamilton lembrou que o intervalo de quase quatro meses sem corridas o permitiu ter mais tempo para pensar em questões importantes para a sociedade e que vão muito além do espectro esportivo. Uma forma que o britânico entende que vai ser possível contribuir para diminuir a desigualdade, até mesmo na Fórmula 1, é a criação da Comissão Hamilton, em parceria com a Academia Real de Engenharia da Inglaterra, com o objetivo de abrir portas para que jovens de origem preta tenham a oportunidade de fazer parte do esporte a motor.
“Tem sido um momento muito difícil para muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, deu a muitos de nós a oportunidade de focar em coisas diferentes. Eu, pessoalmente, foquei em estar presente, foquei em algumas das outras coisas que eu não teria tanto tempo quanto gostaria e consegui focar”, disse o dono do carro #44 da Mercedes.
“Então, durante este período, foquei muito na criação da Comissão Hamilton, no trabalho que estou fazendo com a Global Goals (Objetivos Globais, em tradução livre), trabalhando no Fight for Peace (Luta pela Paz), o projeto que nós temos em Londres, e dando toda a força”, acrescentou.
Em termos de preparação física e mental, Hamilton se considera melhor do que nunca. “E tentando me concentrar bastante no bem-estar e buscando me assegurar que estou na forma mais saudável possível. É a primeira vez na minha carreira que fico sem correr por tanto tempo. Isso foi um ponto positivo”.
“Acho que isso rejuvenesceu muito a moinha motivação, principalmente com um objetivo mais direcionado, como eu mencionei com todas as coisas que estão acontecendo”, concluiu.
O GRANDE PRÊMIO transmite em tempo real todas as atividades do fim de semana do GP da Áustria de F1