“É triste”: Pilotos lamentam saída de Zandvoort e buscam salvar corridas europeias

Carlos Sainz, Lewis Hamilton e Oscar Piastri lamentaram saída do circuito de Zandvoort, que estendeu o contrato com a Fórmula 1 até 2026, mas vai deixar o calendário da categoria em 2027

A Fórmula 1 acomodou 24 provas em 2024, o maior número de corridas em um único ano da história da categoria. Com tantas etapas e circuitos surgindo, incluindo três fins de semana nos Estados Unidos, quem acaba perdendo espaço são os circuitos europeus, algo que os pilotos do grid lamentam. 

Recentemente, em dezembro, os promotores do GP dos Países Baixos confirmaram que Zandvoort deixará o calendário da F1 em 2026, depois de renovar por mais uma temporada. Com isso, depois de voltar à categoria em 2021, o país natal de Max Verstappen não receberá mais uma prova. 

Carlos Sainz foi um dos que lamentou a movimentação da Fórmula 1, que busca realizar mais corridas fora da Europa. Além de lembrar as origens do campeonato e cobrar uma forma de acomodar circuitos europeus antigos e clássicos, também pediu para o calendário ter quatro corridas a menos e, no mínimo, seis fins de semana na Europa. 

“Acho que é uma questão muito delicada. Não entendo completamente o panorama de Zandvoort, que pode ou não permanecer no calendário além da temporada 2026. Acho que, de forma geral, o esporte definitivamente se moveu no sentido de ter mais corridas fora da Europa do que na Europa”, disse. 

Carlos Sainz torce por mais corridas da F1 na Europa (Foto: Ferrari)

“Provavelmente por razões econômicas e, obviamente, políticas para o esporte. No mundo ideal, na minha opinião, a temporada de Fórmula 1 deveria ter cerca de 20 corridas. Destas 20 corridas, eu acredito fortemente que de seis a oito delas deveriam ser na Europa, porque é de lá que o esporte vem. E todas as outras deveriam ser rotacionais”, continuou. 

No entanto, para Sainz, o revezamento de provas também pode ser aplicado aos circuitos europeus com menor orçamento, como Zandvoort, para garantir a presença no calendário “a cada dois ou três anos”. 

“Se Zandvoort não puder manter o orçamento para sediar uma corrida de Fórmula 1 enquanto algumas outras corridas conseguem, não significa que Zandvoort deva desaparecer completamente do calendário, mas talvez voltar a cada dois ou três anos para dar a todos os fãs holandeses e apoiadores do Max a oportunidade de assistí-lo ao vivo. O mesmo se aplicaria à Espanha, ao Reino Unido, caso isso aconteça”, comentou. 

“Então, sim, encontrar formas de, mesmo esses circuitos antigos, que talvez não tenham os grandes orçamentos que os circuitos fora da Europa têm, ainda assim encontrar uma maneira de dar a eles a oportunidade de voltar ao calendário de tempos em tempos. Não sei se isso é viável ou não, mas no meu cenário ideal de calendário da F1, tentaria encaixar isso”, finalizou. 

Lewis Hamilton concordou com Sainz e lamentou a saída de Zandvoort do calendário (Foto: AFP)

Além do piloto da Williams, Lewis Hamilton e Oscar Piastri também comentaram a saída de Zandvoort e outros circuitos europeus do calendário. Para o heptacampeão, a situação é triste, pois muitos fãs, que lotam o autódromo neerlandês, ficarão sem ver a F1, enquanto outros circuitos menos fanáticos seguem presentes no campeonato. 

“Acho realmente triste estarmos perdendo Zandvoort, o público lá é incrível. Há um grande número de seguidores, obviamente, principalmente pelo Max, mas, em geral, os fãs são o que fazem o esporte ser o que é. E então, há várias corridas no calendário – não vou mencionar quais, mas você sabe quais – que não têm muitas pessoas que vão, mas, financeiramente, elas conseguem cobrir qualquer que seja o custo”, pontuou.

“Então, não sei. Acho que o negócio está indo muito bem. Precisamos garantir que mantenhamos as corridas históricas, das quais Zandvoort, para mim, é uma delas”, acrescentou. 

Piastri também reforçou a ideia de seguir com os circuitos históricos e amados no calendário, mas também reconheceu as dificuldades logísticas de se realizar uma prova em Zandvoort, em especial em 2026, quando o grid se expandirá para 11 equipes. 

Oscar Piastri disse que é preciso ter cuidado para não apagar circuitos amados da F1 (Foto: McLaren)

“Acho que precisamos ter cuidado, como esporte, para não nos livrarmos de todos os circuitos nos quais todos nós crescemos correndo e amando. Acho que, se perguntar à maioria dos pilotos no grid, o circuito favorito deles, talvez, exceto Suzuka, provavelmente será em algum lugar da Europa. E acho que precisamos ter cuidado para não nos livrarmos de todos esses circuitos”, afirmou. 

“É um pouco desafiador logisticamente correr em Zandvoort, com o layout do circuito e o tipo de paddock dividido e coisas assim, então é exigente e, obviamente, estamos recebendo mais uma equipe, o que vai aumentar essa demanda. Mas sim, acho que precisamos ter cuidado, pois muitos dos circuitos que vão desaparecer do calendário provavelmente são os que todos nós amamos muito. Então, sim, acho que só precisamos ter um pouco de cuidado com quais vamos nos livrar”, concluiu. 

Agora, a Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

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