Bottas diz que “é muito fácil” falar mal após desempenho em Sakhir, mas alfineta críticos

O GP de Sakhir do último domingo (6) proporcionou uma situação completamente desfavorável e desconfortável para Valtteri Bottas. Superado por George Russell em praticamente toda a prova, com direito a ter sofrido uma ultrapassagem marcante do prodígio britânico nas voltas finais da corrida, o finlandês fechou a noite bastante insatisfeito. E entende que a performance exibida no Bahrein é fácil de ser criticada. Mas, ao mesmo tempo, alfinetou os críticos ao afirmar que “quem conhece” tem uma visão diferente a respeito do seu trabalho na penúltima etapa da temporada.

Desde a largada, de onde partiu na pole-position, o finlandês foi superado por Russell nos primeiros metros e andou atrás do britânico — que fez sua primeira corrida pela Mercedes, substituindo Lewis Hamilton, que se recupera após testar positivo para Covid-19 — durante todo o primeiro stint. Depois do primeiro pit-stop, é verdade que Bottas conseguiu se aproximar de Russell e tirou diferença de maneira consistente.

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Mas aí veio o safety-car virtual acionado pela direção de prova por conta do acidente de Jack Aitken, da Williams, na entrada da reta dos boxes. A Mercedes chamou seus dois pilotos para as trocas de pneus, e foi aí que a equipe heptacampeã do mundo fez, nas palavras de Toto Wolff, uma “cagada colossal” ao colocar os pneus reservados para Bottas no carro de Russell e se enrolar ao fixar uma das rodas do carro do finlandês. No fim das contas, a corrida dos dois pilotos ficou arruinada.

Depois de toda a lambança nos boxes, Russell voltou, com pneus médios, atrás de Bottas, com compostos duros. George não tomou conhecimento do finlandês e fez uma bela ultrapassagem, partindo para escalar o pelotão. O dono do carro #63 superou depois Lance Stroll e Esteban Ocon. Quando estava perto de Sergio Pérez, que venceu a prova, Russell enfrentou um furo no pneu e teve de voltar para os boxes para um pit-stop inesperado.

Bottas, por sua vez, não só não conseguiu passar Stroll como foi ultrapassado com facilidade por Carlos Sainz, Daniel Ricciardo, Alexander Albon e Daniil Kvyat. No fim, por conta de toda a bagunça que foi o fim da corrida, o finlandês terminou em oitavo, logo à frente de Russell, em uma jornada complicada demais para Valtteri e para a Mercedes.

Em entrevista pouco depois da corrida em Sakhir, Bottas disse que a “Mercedes cometeu grandes erros” e tentou explicar o que aconteceu. “Sabia que, no primeiro stint, com os pneus médios, a posição na pista seria importante, então obviamente foi uma pena perde-la. Mas no segundo stint, eu estava alcançando [George] com um ritmo bem decente, então sabia que tudo estaria aberto e provavelmente teríamos uma boa briga. Sabia que tudo estava em jogo, especialmente no fim do stint com os pneus duros”.

Valtteri explicou também o momento em que foi ultrapassado por vários carros já na parte final da prova. “Foi um pesadelo estar com os pneus duros usados, que já haviam perdido um pouco de temperatura no pit-stop. Contra caras com pneus médios novos por perto, fui um alvo fácil. Foi um pesadelo”.

Questionado se chegou a pensar em como seria se fosse batido por Russell, Valtteri desconversou. “Na corrida, simplesmente tentei tirar o máximo proveito e sabia que seria uma longa prova pela frente, então não fico pensando nesse tipo de coisa. Mas agora, pensando nisso, com certeza. Se você não sabe das coisas, então eu fico parecendo um completo idiota. Então, isso não é legal”, salientou.

“Foi uma corrida muito ruim para mim por esse lado, e vai ser muito fácil as pessoas falarem que um cara novo chega e bate o cara que está na equipe há alguns anos. Portanto, não é o ideal. Mas as pessoas que conhecem sabem como está o desempenho e sabem como poderia ter sido o resultado final”, rebateu.

De qualquer forma, Bottas não escondeu certo abatimento com sua atuação em Sakhir. “Não sei o que dizer realmente. Não é o ideal, obviamente, neste fim de semana”.

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