WADA analisa eventual transgressão após Haas levar bandeira russa em novo carro
A Agência Mundial Antidoping disse estar ciente sobre o fato de a Haas usar as cores da bandeira da Rússia no seu novo carro para a temporada 2021, em clara alusão a Nikita Mazepin, responsável por trazer o patrocinador principal. Em razão de uma suspensão global imposta pela Corte Arbitral do Esporte, nenhum atleta russo pode fazer uso da bandeira nacional do país
O layout do novo carro da Haas, o VF-21, chamou a atenção por levar as cores e o design da bandeira da Rússia. O modelo veio todo pintado em branco, vermelho e azul e leva também como patrocínio principal a marca da empresa de fertilizantes Uralkali, de propriedade do bilionário Dimitry Mazepin, pai de Nikita Mazepin, contratado pela equipe norte-americana para a temporada 2021. Entretanto, o visual do novo carro levantou uma questão: é permitido usar as cores da bandeira russa mesmo depois da suspensão por dois anos imposta pela Corte Arbitral do Esporte?
A suspensão russa já vem se arrastando desde a metade da década passada. Os russos são acusados pela WADA — Agência Mundial Antidoping — de um esquema de dopagem, descoberto nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sóchi, em 2014. Na ocasião, a agência de testagem foi acusada de acobertar os casos.
Relacionadas
Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! Clique aqui.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!
WEB STORIES: Tudo sobre os lançamentos dos carros da F1 2021
Em dezembro, a Corte anunciou que os atletas russos não podem usar símbolos relacionados à Rússia em suas indumentárias, equipamentos esportivos ou outros itens pessoais em competições de caráter mundial em 2021 e 2022. Não é permitido, portanto, que um atleta leve na sua vestimenta qualquer detalhe da bandeira do país e, em caso de premiação em cerimônia no pódio, também está banido o hino nacional do país.
No caso de Mazepin, que vai estrear na Fórmula 1 nesta temporada, está vetado o uso da bandeira russa em seu macacão ou capacete, por exemplo. O piloto terá, em razão da suspensão, de usar um pavilhão neutro como substituição, como todos os atletas olímpicos russos em competições de caráter mundial. A decisão não se estende, por exemplo, a Robert Shwartzman, piloto da Prema na Fórmula 2, já que a categoria de acesso não tem a chancela de campeonato mundial.
A WADA foi procurada pela revista britânica Autosport e se manifestou brevemente sobre o assunto. “A WADA está ciente sobre o assunto e está analisando isso com as autoridades relevantes”.
Entretanto, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) entende que o layout do novo carro da Haas é legal e não fere à decisão da Corte Arbitral do Esporte. Em resposta à publicação britânica, a entidade afirma que “a equipe esclareceu as cores, e a decisão do CAS não proíbe o uso das cores da bandeira russa”.
“Obviamente não podemos usar a bandeira russa como bandeira russa, mas você pode usar as cores do carro”, disse Steiner. “No final das contas, é o atleta que não consegue mostrar a bandeira russa e não a equipe. A equipe é americana. Não escapamos de nada. Chegamos a essa decisão no ano passado, antes de tudo isso da WADA e da bandeira russa surgir”, seguiu.
Steiner ainda frisou que mantém contato com a FIA, a entidade máxima do automobilismo mundial, sobre o que é permitido na F1. “Estamos sempre em contato com a FIA sobre coisas como essa. Eu não acho que eles podem aprovar isso. É a WADA, não é uma regra da FIA”, destacou o dirigente italiano.
“No fim das contas, é o atleta que não pode exibir a bandeira russa e não a equipe. A equipe é americana”, salientou.
A estreia do VF-21 vai ser sacramentada apenas no início da sessão de testes de pré-temporada, a partir de 12 de março em Sakhir, no Bahrein.
🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.