Williams acerta com reestruturação e vê luz no horizonte mesmo em lanterna irreal

Definitivamente, a Williams não merece ser a lanterna da temporada 2023 da F1, e isso porque o carro é bem melhor que, por exemplo, AlphaTauri e até mesmo McLaren. Some-se isso à visão correta do novo chefe, James Vowles, e a equipe só vai depender de si mesma para tornar esse cenário realidade

Nem sempre os números são capazes de dar um cenário real de uma determinada situação, principalmente quando se trata de esporte. Julgar ‘melhor’ e ‘pior’ pode ser um desafio quando se olha, por exemplo, para atual classificação da Fórmula 1 2023, já que todas as dez equipes listadas na competição conseguiram pontuar após três rodadas. Uma coisa, porém, é certa: dessa vez, a Williams não merece ser a lanterna.

A mudança de regulamento que a F1 sofreu no ano passado bagunçou o grid. Além da mudança mais impactante na ordem de forças, com a Mercedes sendo jogada para o terceiro posto, a volta do efeito-solo também fez o time de Grove voltar a ocupar o fim da fila, lugar que era cativo desde 2018, mas que foi deixado após um 2021 um pouco mais sólido, com o promissor George Russell e o nem tanto Nicholas Latifi.

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James Vowles tem os pés no chão: trabalho na Williams é a longo prazo, mas visão é correta (Foto: Williams)

Só que a realidade bateu sem dó na equipe que é a segunda maior vencedora da história entre os construtores. A Williams dos áureos tempos da década de 1990, ainda mergulhada no espírito garagista, não existia mais. Era preciso, portanto, partir para o óbvio se quisesse retomar o caminho das vitórias: a reestruturação.

2023, então, trouxe um comandante para Grove com um currículo e tanto: James Vowles, um dos homens fortes da Mercedes. Mas apenas a experiência do ex-diretor de estratégia do time de Brackley não seria suficiente, e isso porque o tempo foi cruel com a Williams outrora equipe de ponta, porém cada vez mais afundada em problemas financeiros.

“É preciso alguns anos para levar algumas das instalações ao nível adequado para nos permitir competir na frente. Não é um trabalho de seis ou doze meses”, Vowles em entrevista recente. “O nosso plano permanece o mesmo. Estamos aqui para o longo prazo, para garantir que investimos na infraestrutura certa e nas ferramentas certas para ser competitivo em 2024 e 2025”, salientou.

A visão realista é algo muito bom, pois mostra que a equipe não vai se deslumbrar com eventuais resultados positivos de sua atual dupla, Alexander Albon e o novato Logan Sargeant. Porque, sim, a Williams começou 2023 muito diferente de como terminou a temporada passada, tanto em ritmo de classificação quanto em corrida.

Para se ter uma ideia, Albon teve de apelar para uma estratégia maluca no último ano, na Austrália, para sair do zero (para quem não se lembra, foi a corrida em que o anglo-tailandês só parou na penúltima volta para a troca obrigatória de pneus e conseguiu cruzar a linha de chegada em décimo). Já nesse ano, no mesmo circuito de Melbourne, não só passou para o Q3, como vinha com um bom ritmo entre os dez antes do incidente, com chances reais de pontuar e sem mirabolâncias.

É uma melhora clara, tanto que a Williams saiu do Bahrein, palco da etapa de abertura, vendo os carros da AlphaTauri e — pasmem — McLaren com rendimentos muito piores na corrida. Yuki Tsunoda, por exemplo, chegou a dizer que a AT04 é cerca de “12 km/h mais lenta” que o FW45. Lando Norris foi o 17º — e último — em Sakhir, enquanto Albon pontuou.

É um caminho longo, que envolve muito investimento e trabalho, mas é esse mesmo. Pensar em pontos em todas as etapas ainda é um pouco demais, mas pelo que se viu até aqui em termos de performance pura e simples, a Williams está à frente de AlphaTauri e McLaren. Uma briga mais objetiva seria com Haas e Alfa Romeo, e não é cedo para não ver isso acontecendo nas próximas etapas.

Um coisa, porém, é bem clara: a equipe inglesa só vai depender de si mesma para tornar esse cenário realidade na F1 2023.

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