Williams vê McLaren como “inspiração” para virada na F1, mas aponta “problemas distintos”
James Vowles, chefe da Williams, admitiu que a recuperação da McLaren tornou a rival uma inspiração, mas sem achar que o caminho do sucesso é o mesmo
A McLaren vive o melhor momento na Fórmula 1 desde 2008. Dona do melhor carro na parte final da primeira metade do campeonato de 2024, a equipe inglesa está em caminho totalmente diferente daquele que traçava uma década atrás. A recuperação serve de inspiração para a Williams, outro time inglês e tradicionalíssimo que vive muitos anos complicados.
Chefe da Williams, James Vowles foi questionado sobre o exemplo da McLaren. Embora tenha evitado alçar a oponente a um pedestal, deixou claro que, sim, serve de inspiração. Ainda que a estrada para o sucesso seja diferente.
“Minha visão de mundo é essa: nossa jornada é diferente daquela da McLaren em muitos aspectos, mas tem semelhanças que podem ser apontadas”, afirmou em entrevista ao portal inglês MotorsportWeek.
“Demorou entre cinco e oito anos para a McLaren conseguir dar a volta, e eu já disse várias vezes que temos um problema maior que o da McLaren em muitos aspectos. Entretanto, já existe um molde completo de como uma equipe retorna a vencer. Neste aspecto, sim [McLaren é um exemplo]. Além disso, as duas são britânicas, tem uma herança de corridas, absolutamente há semelhanças”, continuou.
“Mas temos um conjunto diferente de problemas aqui. Tenho o prazer de contar com Pat [Fry, diretor-técnico], que já esteve em ambas as equipes e pode compartilhar o que aconteceu por lá. E Zak [Brown, diretor-executivo da McLaren] e eu temos relação muito próxima e podemos conversar abertamente. Inclusive acabei de sair do escritório dele, estivemos conversando sobre algumas coisas exatamente por conta das semelhanças”, contou.
Ao admitir a inspiração, porém, Vowles destaca um exemplo dos problemas distintos das equipes. A McLaren tem investido para melhorar a infraestrutura disponível, mas encontra dificuldades para ampliar a fábrica de Woking por questões imobiliárias. A Williams, por outro lado, tem espaço de sobra para aumentar a fábrica de Grove, mas falta o poder de investimento necessário e a revitalização da infraestrutura datada é uma urgência.
“O motivo pelo qual eu não traço comparação é que cada uma é uma entidade separada com história e formatos próprios, bem como problemas específicos, coisa que eles também ainda têm. [Por exemplo] eu tenho terra, eles, não. É algo que mostra que vamos encontrar diferentes problemas no futuro”, falou.
“Tenho um monte de espaço, mas uma infraestrutura que está envelhecendo e que absolutamente precisa ser substituída. E aí? [A McLaren] é algo a aspirar. Assim que eu os vejo, porque recordo de um time que sofreu por anos, conseguiu reviravolta e voltou à ponta. Se eu dissesse no Bahrein 2023 que a McLaren faria dobradinhas e seria o time a ser batido no ano seguinte, todo mundo riria. Mas é onde estão. Então, sim, são uma inspiração”, finalizou.
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