Fórmula 2 aumenta entretenimento com rodada tripla, mas formato segue confuso

Por motivos financeiros, a Fórmula 2 foi obrigada a adotar um formato diferente para a temporada 2021. O calendário foi reduzido de 12 para 8 etapas, e agora com rodadas triplas. Dois eventos curtos, com distância de 120 km, acontecem antes da corrida principal, que segue na marca dos 170 km. A sessão de classificação, de 30 minutos, determina o grid de largada da corrida longa, no domingo. A primeira corrida curta terá a ordem definida revertendo o top-10 da classificação de sexta. Já a corrida curta 2 inverte os 10 primeiros colocados da corrida curta 1.

O primeiro experimento aconteceu no Bahrein e foi positivo em termos de entretenimento. As três corridas do fim de semana foram marcadas pelo equilíbrio e competitividade, marcas que já são registradas da categoria, e com destaque para a corrida curta 2, disputada no sábado, que teve uma batalha entre Oscar Piastri, Christian Lundgaard e Guanyou Zhou pela vitória até os últimos metros, além da prova principal, no domingo, que terminou com Zhou vencedor após muito equilíbrio.

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“Um dos pontos mais falados da rodada de abertura foi o novo formato do fim de semana. É seguro dizer que foi um sucesso, vimos duas corridas incríveis, a corrida curta 2 e a longa. Para ser honesto, teve menos show na primeira prova, mas falando com os pilotos, todos disseram que as temperaturas altas tornaram as coisas difíceis”, comentou Bruno Michel, diretor-executivo da categoria e que está feliz com o novo formato.

É certo que a dinâmica trouxe corridas animadas, mas a Fórmula 2 ainda tem desafios a encarar com o formato, e o próximo deles acontecerá na próxima etapa, que acontece em Mônaco, em maio. O circuito de rua mais famoso do mundo é conhecido pelo traçado estreito e as poucas oportunidades de ultrapassagem. Os grids invertidos basicamente beneficiam pilotos que não são necessariamente os mais rápidos.

É certo também que pilotos devem se arriscar menos, especialmente no sábado. O fato de ter duas corridas no mesmo dia é suficiente para controlar a empolgação da maioria do grid. Muitos vão repensar decisões arriscadas de ultrapassagem, sempre evitando o contato. Conforme o tempo passar, os jovens pilotos vão saber melhor como gerenciar o campeonato e seus pontos, tal como Daniel Serra fez em vários anos na Stock Car, e Mick Schumacher fez na temporada passada da F2.

A ideia da rodada tripla é uma boa solução para cortar custos e reduzir o número de viagens, mas a esperança é que o formato não se mantenha por muito tempo, já que tem potencial até de atrasar o desenvolvimento dos próprios pilotos jovens que vão se acostumar com a ideia de corridas curtas e sem poder dar o máximo do potencial em algumas ocasiões para salvar equipamento.

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