GUIA 2025: F2 tem difícil tarefa de suceder talentosa geração de Bortoleto sem astro-mor

Nada menos do que quatro pilotos que estiveram no grid da Fórmula 2 em 2024 subiram para a F1, e isso já é razão mais que suficiente para colocar o sarrafo do campeonato deste ano lá no alto

Não foi à toa que Bruno Michel saiu de 2024 cantando aos quatro ventos que a Fórmula 2 era o modelo perfeito de preparação de pilotos para a Fórmula 1. De repente, nada menos do que cinco pilotos — seis, contando com Franco Colapinto — migraram da base para a principal categoria do automobilismo mundial com muito mais mérito do que as últimas adições que deixaram uma impressão mais negativa do que positiva sobre aquela que é considerada o penúltimo degrau na escada dos monopostos. Mas é preciso colocar os pingos nos is: o sucesso do campeonato passado está todo na conta da talentosa geração puxada pelo campeão Gabriel Bortoleto, o vice Isack Hadjar e companhia, e isso por si só já é motivo de preocupação para o CEO da classe.

Mas antes do grid propriamente dito, é importante falar sobre o que esperar do campeonato em si em termos técnicos, já que esta será a segunda temporada do carro que estreou no ano passado e virou a ordem de forças de ponta-cabeça. A pancada mais sentida, claro, foi na Prema, e não somente pela expectativa frustrada da estreia de Andrea Kimi Antonelli (um dos promovidos para a F1), mas porque Oliver Bearman, que era claramente um dos favoritos depois do primeiro ano sólido, não conseguiu ter confiança com o carro para se colocar como candidato ao título. A tradicional equipe teve de lidar com problemas de alto desgaste de pneus e também operação e não conseguiu se encontrar.

Já do lado de Hitech e Invicta, o entendimento do efeito-solo fez com que as equipes entregassem a Paul Aron e Bortoleto, respectivamente, carros muito bem acertados para a disputa da temporada, ainda que o brasileiro tenha sofrido um pouco mais no início com algumas falhas que resultaram em dois abandonos. Mesmo assim, as duas partem com vantagem para 2025, pois têm nas mãos projetos bons e que podem evoluir.

O mesmo já não pode ser dito sobre a Campos, que levou o vice-campeonato entre as equipes puramente graças ao raçudo Hadjar, que fez milagres com um carro sem ritmo de classificação e de corrida e mergulhado em problemas de confiabilidade. É difícil, portanto, imaginar que um salto significativo aconteça, ainda que o time esteja muito bem servido daquele que talvez seja o nome mais interessante do grid, mesmo sendo um novato: Arvid Lindblad. O pupilo da Red Bull é da mesma fonte de Hadjar em termos de talento e pode surpreender, para alívio dos espanhóis.

Quatro pilotos da Fórmula 2 2024 vão estrear na F1 em 2025 (Foto: F2)

Mesmo assim, um segundo ano de regulamento já pode trazer algum tipo de proximidade entre os times, sem contar que o formato de grid invertido abre muitas possibilidades para equilibrar a disputa. O segredo, na verdade, é a consistência, e quanto a isso, a geração vinda da Fórmula 3 até promete alguma imprevisibilidade, a julgar pelo que se viu no ano passado, com o título sendo decidido praticamente na última curva da última corrida.

O curioso, porém, é que o campeão, Leonardo Fornaroli, fechou 2024 com mais pontos que todos sem ter vencido nenhuma corrida sequer. E quando o retrospecto do italiano mostra que a última vez que ele subiu ao degrau mais alto do pódio foi em 2021, ainda na F4, fica difícil prever o que será da temporada que começa neste fim de semana, na Austrália, e a F2 é muito mais exigente, com pilotos experientes que são osso duro de roer em disputas diretas.

Só que os veteranos passam a sensação de que serão isso, pedras no sapato do que os que realmente tomarão as rédeas da competição. Victor Martins vai para o terceiro ano de Fórmula 2, assim como Jak Crawford, e são os que mais têm potencial de seguir os passos de Felipe Drugovich e Théo Pourchaire, campeões em seus terceiros anos de disputa. Kush Maini, que até teve atritos em pista com Bortoleto na Invicta, seria um completo azarão se fosse para as cabeças, assim como Roman Stanek e Ritomo Miyata, por mais que os dois estejam em equipes relativamente melhores (Invicta e ART, respectivamente). E Amaury Cordeel estará lá mais uma vez para preencher o vazio deixado por um piloto — Christian Mansell, no caso, jovem promissor que surpreendeu ao comunicar afastamento do automobilismo por razões pessoais.

Nesse meio de campo, quem pode roubar a cena é Joshua Dürksen, que levou o Paraguai à vitória pela primeira vez na história da categoria. A AIX, aliás, foi a equipe que mais cresceu em termos de performance, mas ainda precisa de mais se quiser sonhar com uma disputa de título.

No mais, nomes como Gabriele Minì, Luke Browning, Dino Beganovic e Lindblad surgem com chances de levarem a rivalidade vista na F3 para o grid da Fórmula 2 este ano, mas todos parecem ter um brilho menor que o da geração passada. Só que, em corrida de carro, tudo pode acontecer, por isso a torcida é para que todos estes prognósticos estejam errados e tenhamos uma temporada ainda mais emocionante em 2025.

A Fórmula 2 retorna neste fim de semana com a rodada da Austrália. As atividades de pista abrem na noite de quinta-feira (13), horário de Brasília, com o treino livre às 20h. Depois, às 3h30 de sexta-feira (14), os pilotos realizam a classificação. Na madrugada de sábado (15), à 0h15, acontece a largada da corrida sprint, enquanto a corrida principal será às 21h30 de sábado (15). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da temporada 2025.

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