Correa relata dor, mas diz que teste com Fórmula 3 em Paul Ricard “correu bem”

O teste realizado em Paul Ricard marcou o retorno do competidor de 21 anos a um carro monoposto 533 dias após o acidente em Spa-Francorchamps

Juan Manuel Correa está cada vez mais próximo de voltar a correr. Na última semana, o competidor deu mais um passo na preparação para a temporada 2021 da Fórmula 3 ao participar de um teste em Paul Ricard com a ART.

O competidor tem enfrentado uma longa jornada de recuperação. Em 2019, durante a etapa em Spa-Francorchamps da Fórmula 2, se envolveu em um forte acidente que acabou com a morte de Anthoine Hubert.

Desde então, o piloto tem tratado as fortes lesões que sofreu nas pernas e que o deixou em uma cadeira de rodas por pouco mais de um ano. Agora, voltou a andar lentamente, mas apenas com ajudas de muletas.

Acontece que 533 dias após a forte batida, Correa andou com um Fórmula 3 em Paul Ricard como preparação para disputar a temporada com a ART. “O teste correu bem. Fisicamente ainda tenho de me preparar um pouco mais, especialmente os músculos da perna, pois senti um pouco de dor, mas fiquei surpreso que fui capaz de acelerar completamente e sem mudanças no carro. Isso era o que mais me preocupava”, falou ao Autosport.

Juan Manuel Correa andou com carro de Fórmula 3 da ART em Paul Ricard (Foto: Reprodução/Twitter)

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“Voltar após um ano e meio tem sido um desafio. Vai ser uma temporada de grandes desafios, mas escolhi a Fórmula 3 justamente porque o campeonato começa em maio e vou ter a chance de estar fisicamente preparado para a primeira etapa”, continuou.

“Quero estar competitivo. Não estou interessado em correr no fim do grid na primeira metade da temporada. Claro que vai ser um ano de transição porque também vou seguir minha reabilitação para melhorar minha qualidade de vida e espero ser capaz de caminhar logo sem a ajuda de muletas”, completou.

Juan aproveitou também para explicar um pouco de como foi a jornada física e mental ao longo desse ano e meio. “Após tudo o que passei, entendi como é não ser capaz de fazer muitas coisas. Você se sente cortado. Passei um ano em uma cadeira de rodas e agora caminho com a ajuda de muletas, sinto dor em cada passo e sei que vou estar assim pelo resto de minha vida por lesões irreversíveis”, contou.

“Talvez quando estiver mais velho serei forçado a amputar minha perna, é uma possibilidade real. Entretanto, tem de aceitar essa realidade e tentar encontrar o melhor de cada situação. Claro, quando tem noção de que não vai ser capaz de andar novamente, mas pode encontrar felicidade pelo simples fato de estar com minha família”, seguiu.

“O que percebi nesse ano e meio é que não precisa estar 100% fisicamente feliz, precisa estar mentalmente feliz para aproveitar o que a vida tem a oferecer. Espero que possa ser um exemplo para todas as pessoas que estão passando por um momento difícil e se recuperando de uma situação similar. Tenho certeza que há pessoas em todo mundo com lesões permanentes como eu e que tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo”, encerrou.

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