5 coisas que aprendemos no eP de São Paulo, 1ª etapa da Fórmula E 2024/25

Em uma das corridas mais longas da história, o eP de São Paulo da Fórmula E teve de tudo. Em meio a batidas, polêmicas, recordes e também alguns problemas, o GRANDE PRÊMIO separa cinco coisas que aprendemos na primeira prova da história do carro Gen3 Evo

A Fórmula E abriu a temporada 2024/25 com uma corrida histórica no último fim de semana. No terceiro eP de São Paulo, a categoria viu de tudo: recordes, briga pela vitória até o fim, capotagem, duas bandeiras vermelhas, safety-car, etc. O público que compareceu ao Anhembi acompanhou uma prova de tirar o fôlego, e Mitch Evans deu ares de mitologia ao sair de 22º e cruzar a linha de chegada em primeiro.

Muito além do poderio de Jaguar e Porsche, que ficou comprovado mais uma vez, a etapa brasileira mostrou que a Nissan vem para cima e que a tração integral vai mudar completamente as disputas. Se o Modo Ataque parecia artificial demais, as coisas prometem ser diferentes em 2024/25.

António Félix da Costa e Taylor Barnard completaram o pódio, com direito a recorde batido do inglês — que, aos 20 anos, é o mais jovem a conseguir o feito. Sam Bird, Edoardo Mortara, Nyck de Vries, Sébastien Buemi, Dan Ticktum, Jean-Éric Vergne e Stoffel Vandoorne completaram o top-10 do eP de São Paulo.

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos no eP de São Paulo, rodada de abertura da temporada 2024/25 da Fórmula E:

A torcida fez a festa no Anhembi, mesmo com o forte calor em São Paulo (Foto: Fórmula E)

Porsche e Jaguar seguem à frente

Não dá para cravar que o domínio da segunda metade de 2023/24 vai continuar, mas Porsche e Jaguar seguem à frente da concorrência. Os felinos levaram um susto com a pane de Mitch Evans na classificação, mas a recuperação de último para primeiro não deixou nenhuma dúvida no ar.

Quanto aos alemães, decepção com o acidente forte de Pascal Wehrlein, mas alívio pelo piloto não ter se machucado e celebração com a pole, obviamente. Além disso, o segundo lugar de António Félix da Costa somado a uma forte classificação dá ainda mais motivos para animação.

Nissan é ameaça real

A corrida da Nissan foi completamente destruída pelas punições por overpower que renderam um drive-through para cada um dos quatro carros empurrados pelo trem de força japonês. O problema precisa ser resolvido, é claro, mas o desempenho esteve lá: Oliver Rowland liderou boa parte da prova e tinha ritmo para vencer, mas acabou atrapalhado pela segunda bandeira vermelha e viu a Jaguar sair em vantagem.

Olhando para a cliente McLaren, fica claro como o poderio japonês foi desperdiçado pela equipe de fábrica. Mesmo depois de Taylor Barnard e Sam Bird serem punidos com um drive-through cada, os dois remaram e terminaram em terceiro e quarto, respectivamente. Grande resultado, mas o time inglês precisa manter o nível — algo que não conseguiu na temporada passada.

Nissan teve problemas, mas precisa ser observada (Foto: Fórmula E)

Tração integral mudou o Modo Ataque

É sempre bom ter uma amostra maior, e a temporada certamente vai trazer um feedback definitivo. Ainda assim, é fato que o Modo Ataque foi completamente diferente do que vinha sendo no eP de São Paulo. Com a nova tração integral ativada durante o aumento de potência, a evolução na aderência foi evidente e rendeu grande vantagem a quem soube usá-la.

Foi assim que Rowland disparou na liderança, mas também assim que perdeu cerca de 2min de ativação na entrada da segunda bandeira vermelha — puro azar. Como a Jaguar ainda tinha uma ativação para fazer com cada piloto, relargou com vantagem e viu Evans extrair tudo para escalar até a ponta. A diferença foi absurda, e resta saber como isso será adaptado em cada uma das pistas.

eP de São Paulo precisa ficar para sempre

Três corridas, três espetáculos cheios de ação e emoção para o público que compareceu ao Sambódromo do Anhembi. O traçado da Fórmula E em São Paulo premia a ousadia, mas também exige conhecimento estratégico e tomadas corretas de decisão — que o diga Wehrlein, que pagou caro por um movimento ousado demais.

O calor gera desafios completamente inesperados, todos precisam se preocupar com desgaste e temperatura, a torcida faz uma festa incrível e as coisas nunca são decididas antes do fim. É uma pista especial para a Fórmula E, e o único problema é que só voltará a receber uma corrida daqui a um ano. É uma combinação perfeita.

São Paulo abriu a temporada da Fórmula E com corrida histórica (Foto: Fórmula E)

Gen3 Evo deixou ótima primeira impressão

Os problemas aconteceram, é claro, e o acidente de Wehrlein precisa ser investigado. Além disso, o carro de Jake Dennis ficou muito tempo em estado de atenção após parar na pista, a Lola Yamaha teve um problema na tração integral que prejudicou a classificação de Lucas Di Grassi e os quatro carros de trem de força Nissan foram punidos por overpower. Naturalmente, muitos aprendizados serão tomados, mas a estreia foi muito positiva.

A promessa de um Modo Ataque diferente gerava dúvidas, mas a prática mostrou um resultado excelente. Os testes com o Pit Boost aconteceram conforme programado, e a estreia segue agendada para Jedá. Por fim, o Gen3 Evo manteve o alto nível de emoção da temporada passada e já chegou mostrando que consegue fazer corrida boa. Se o ótimo Gen3 começou mal das pernas no México, lá em janeiro de 2023, o monoposto atual promete elevar ainda mais o sarrafo antes do Gen4.

Fórmula E 2024/25 volta a acelerar nos dias 10 e 11 de janeiro do próximo ano, com o eP da Cidade do México, no Autódromo Hermanos Rodríguez, para a segunda etapa do calendário. O GRANDE PRÊMIO faz cobertura completa do evento e transmite todas as atividades AO VIVO e COM IMAGENS pelo YouTube.

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