Chefe revela que FE chegou a dever cerca de R$ 100 milhões e quase entrou em colapso em 2015

Alejandro Agag, o diretor-geral da Fórmula E, abriu mais detalhes da situação de grave crise financeira em que a categoria se viu no começo de 2015. Segundo o espanhol, a vida da FE seria bastante curta caso Liberty e Discovery não tivessem aparecido

A Fórmula E é vista como uma grande história de sucesso esportivo e comercial em sua curta existência, mas nem tudo são flores nestes quatro anos. Após um começo que chamou a atenção, o campeonato se aproximou de um colapso financeiro durante o começo de 2015, ainda durante a disputa da primeira temporada.

 
A dificuldade não era segredo, mas alguns detalhes do que realmente estava acontecendo foram contados pela primeira vez por Alejandro Agag, o diretor-geral da categoria. De acordo com ele, o dinheiro que o campeonato tinha era suficiente apenas para as primeiras três corridas do calendário: Pequim, Putrajaya e Punta del Este. Após essas três provas, o campeonato foi a Buenos Aires e Miami, onde chegou a um acordo para venda de ações para o Liberty Global – companhia irmã do Liberty Media, acionista majoritária da F1 – e da Discovery Communications.
 
"Nós precisávamos buscar coisas grandes. Concluímos que se começássemos com algo pequeno e insistíssemos, morreríamos. Resolvemos fazer em grande escala, em grandes cidades, em grande estilo e transmissões em TV próprias. Precisamos de muito capital para isso, precisamos ir atrás", falou Agag em entrevista ao também acionista da FE Nico Rosberg.
 
"Conseguimos algum capital no começo, mas não foi o bastante, então estávamos abaixo. Quando começamos, conseguimos capital, mas tivemos que fazer os primeiros carros. Depois desses carros, levantamos mais capital, que foi suficiente para mais três corridas", seguiu.
 
Segundo Agag, as duas etapas realizadas sem apoio de capital colocaram o campeonato em situação de calamidade, forçando que ele mesmo pagasse o preço dos fretes para o eP de Miami. Quando os novos acionistas chegaram, o cenário enfim mudou.
Em Miami, a FE viu uma solução (Foto: Reprodução/Twitter)
"E aí acabou o dinheiro. Não deveríamos ter ficado tão no limite, mas essas merdas acontecem. Ninguém sabia disse fora dois ou três empregados. Em determinado momento, eu devia mais US$25m – mais de R$ 100 milhões em valores convertidos – aos nossos fornecedores no banco. Essa era a situação. Mas estávamos levantando dinheiro, e foi quando Liberty e Discovery chegaram", contou.
 
"Estávamos no limite: tive que pagar o frete aéreo para levar os carros a Miami do meu próprio bolso. Em Miami, finalizamos o acordo com Liberty e Discovery, o dinheiro entrou e a categoria se tornou uma história de sucesso financeiro", encerrou.
 
Agag tentou comprar as ações de Liberty, Discovery, Rosberg e todas as outras no começo deste ano, mas avisou que o negócio não vai acontecer. Os parceiros não querem abrir mão da participação.
 
"Não vai acontecer, porque Liberty e Discovery não querem vender. Estamos numa boa, claro: eu fiz a oferta, e eles levaram muito a sério com uma mensagem de que estão na Fórmula E no longo prazo. Acreditam no futuro do campeonato e querem continuar conosco sem vender. Está tudo bem, vai funcionar da mesma forma que antes", encerrou.
 
A temporada da FE começa em 15 de dezembro, direto da Arábia Saudita.
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