Guia Fórmula E 2025: Nissan indica que será rival de verdade contra Porsche e Jaguar

A Nissan ​fez uma boa temporada e conseguiu terminar o Mundial de Equipes da Fórmula E em quarto na temporada 2023/24​. O desempenho da equipe japonesa só não foi melhor pelas dificuldades enfrentadas pelo piloto Sacha Fenestraz — muito abaixo do esperado durante toda a competição — e a ausência de Oliver Rowland no eP de Portland por ter ficado doente. Contudo, apesar dos obstáculos, a vitória de Rowland em uma das etapas do eP de Londres fez com que o time ultrapassasse a Andretti e terminasse o campeonato na quarta posição.

Assim que a última temporada acabou, o time vermelho sabia que seria mais forte com a introdução do Gen3 Evo. Mecânicos e engenheiros da equipe trabalharam incansavelmente para melhorar o carro e parecem ter produzido um trem de força poderoso. Tommaso Volpe, chefe do time japonês, confirmou ​essa expectativa poucos dias após o fim da temporada.

”Lutar pelo título significa estar entre os três primeiros. O carro será diferente no próximo ano, então você nunca sabe de onde virão as surpresas. Sabemos que vamos dar um passo à frente, mas não sabemos o que os outros estão fazendo. No papel, podemos dizer que Porsche, Jaguar e Nissan, com o novo carro, serão, ou espero que sejam, as três equipes mais fortes​”, disse.

Antes mesmo do fim da temporada passada, a montadora japonesa, junto da Jaguar, conduziu testes privados com o Gen3 Evo em Itália e Espanha de forma simultânea. O modelo é o primeiro carro da história a ter tração integral na categoria e agradou a maior dos pilotos e equipes do grid.

Essa tração aumentou aderência com o asfalto, potencializando a velocidade e o comportamento dos pneus, que agora têm mais capacidade de traduzir potência em tração. Nas corridas, ela poderá ser ativada nos duelos da classificação, largadas e nas ativações do Modo Ataque.

Outro grande destaques do carro é o alto poder de aceleração, que vai de 0 a 96 km/h em apenas 1s82 — 30% mais rápido que os carros atuais da F1. As melhorias de performance também significam um aumento de 2% em comparação com o carro da última temporada.

Passa também a ser o carro mais rápido da história da Fórmula E, podendo bater a velocidade de 320 km/h. Traz a frenagem regenerativa de 600 kW, que geram quase 50% da energia necessária para uma corrida durante o próprio eP. Com o fim da homologação de dois anos, a Nissan alterou a concepção do projeto e, agora, quer consolidar o grande desempenho de 2024 em uma batalha real pelo título.

Nick Cassidy, piloto do time felino e terceiro no Mundial de Pilotos em 2023/24, participou dos testes e deu recentes declarações afirmando que a Nissan é, nas palavras dele, a grande referência da categoria agora.

“Sendo completamente honesto, nosso carro não começou muito bem. Ainda temos muito trabalho a fazer”, disse Cassidy ao portal alemão e-formel. “A Nissan nos deixou facilmente para trás nos testes. Para mim, eles são a referência agora. Eles realmente deram um grande passo à frente”, destacou o neozelandês.

Outro piloto que também falou sobre o monoposto japonês foi Rowland. Segundo ele, os rumores do paddock realmente indicam que o motor do carro vermelho foi o que mais sofreu alterações de uma temporada para a outra.

“Acho que fizemos um bom progresso em alguns dos pontos fracos do ano passado, em que estávamos limitados pela homologação. De acordo com os rumores do paddock, não há grandes mudanças para a maioria dos times em termos de design [do trem de força]. Nós temos, e é grande. Estamos vendo bons resultados, especialmente em termos de corrida e eficiência”, celebrou o inglês.

Ainda que a equipe tenha sido punida por estourar o teto de gastos da categoria, estabelecido em aproximadamente € 13 milhões (cerca de R$ 79,8 milhões), e não tenha participado das duas primeiras sessões de testes de pré-temporada em Jarama, com Rowland e o retorno de Norman Nato, a expectativa é que o trem de força japonês ameace a dominância de Porsche e Jaguar na 11ª temporada da categoria dos carros elétricos.

A Nissan ainda busca uma recuperação completa na Fórmula E depois de anos de sucesso como Renault. Após absorver a operação na categoria, o time japonês surgiu com um conceito inovador de trem de força duplo para a temporada 2019/20, mas a FIA optou por bani-lo para “controlar gastos”. Obrigada a recorrer à mesma arquitetura que as rivais, a equipe despencou na ordem de forças e começou muitos passos atrás.

Na era Gen3, porém, a Nissan já deu demonstrações claras de força de uma temporada para a outra. Em 2023/24, o trem de força japonês chegou a vencer três corridas: duas na equipe de fábrica, com Rowland, e uma com a cliente McLaren, que triunfou no Brasil com Sam Bird.

Após o fim do período de testes, a Fórmula E começa a se preparar oficialmente para a estreia da temporada, programada para o dia 7 de dezembro, em São Paulo. O GRANDE PRÊMIO fará a cobertura completa do evento, com presença IN LOCO, e do campeonato na íntegra.

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