Guia Fórmula E 2025: quem chega favorito, em alta, neutro ou em baixa
Com a temporada 2024/25 da Fórmula E prestes a começar, o GRANDE PRÊMIO preparou um guia especial com a categorização de todos os 22 pilotos do grid. Quem chega como favorito para a disputa? Ou em baixa? Confira todos os nomes abaixo
A Fórmula E se aproxima do início da 11ª temporada de sua história no dia 7 de dezembro, com a abertura oficial no eP de São Paulo, e mais uma vez terá 22 pilotos divididos em 11 equipes diferentes. Com várias mudanças de um campeonato para o outro, o GRANDE PRÊMIO preparou uma categorização do grid da próxima edição: afinal, alguns chegam como favoritos pelo histórico recente; outros se apegam na fase de alta para sonhar com mais em 2025; e ainda há aqueles que entram na próxima temporada tentando reverter um momento de baixa.
Entre favoritos, em alta, neutros ou em baixa, o GP separou todos os 22 pilotos do grid em um vislumbre do que pode ser a temporada 2024/25. Como critérios para a avaliação, foram consideradas a fase dos pilotos nos últimos anos, o nível do conjunto que cada um teve e terá em mãos, a comparação com os próprios companheiros e também o desempenho na reta final da última edição. Os resultados são importantes, mas precisam levar em consideração o carro à disposição de cada um.
O único estreante real do grid é o barbadiano Zane Maloney, que será companheiro de Lucas Di Grassi na Lola Yamaha. Taylor Barnard, que chega como titular pela primeira vez, já disputou duas corridas na última temporada pela McLaren. Por fim, David Beckmann disputou a rodada dupla do eP de Jacarta de 2023 pela Andretti, e agora entra como piloto da Kiro.
FAVORITOS
Pascal Wehrlein
Enfim campeão, Wehrlein chega como um dos óbvios favoritos. Esteve também na briga pelo título de 2022/23, mas perdeu fôlego na segunda metade e ficou para trás. Em 2023/24, ameaçou refugar de novo, mas fez um último terço fortíssimo e foi nada menos que brilhante na rodada dupla final, em Londres. Sozinho contra os dois carros da Jaguar, se virou e foi campeão. É um dos melhores pilotos do grid e, junto ao poderio da Porsche, forma um conjunto ameaçador.
Nick Cassidy
O grande favorito ao título da temporada passada até Portland, Cassidy bateu na trave mais uma vez em 2023/24. Líder, só precisava de uma rodada dupla tranquila nos EUA, mas rodou, bateu e viu tudo que não podia acontecer. Na última etapa, outro balde de água fria com a batida de António Félix da Costa. Nada disso, porém, apaga que o neozelandês foi um dos melhores — se não o melhor — na última edição da categoria. É impressionante o quanto casa com o estilo de pilotagem da Fórmula E, e seria uma grande surpresa se deixasse a categoria sem ao menos um título no futuro.
Mitch Evans
Se alguém entende sobre bater na trave neste grid, é Evans — vice mais uma vez em 2023/24. Fortíssimo em classificações mas claudicante nos inícios de temporada, o neozelandês precisa encaixar um começo forte, pois sempre se coloca em posição de brigar no final. Mesmo sem Roma, onde é soberano, superou uma largada ruim no campeonato para chegar como um dos grandes favoritos no último dia. Wehrlein levou a melhor, mas Mitch certamente está pronto para mais um round.
Jake Dennis
O campeão de 2022/23 encarou uma situação muito diferente em 2023/24: a Andretti simplesmente não conseguiu se equiparar à Porsche no uso do trem de força alemão. Mesmo assim, Dennis conseguiu uma das vitórias mais dominantes da história da Fórmula E em Diriyah e se manteve na briga pelo título até o fim — ao menos matematicamente. Componente do quarteto que briga pela taça desde o início da era Gen3, o inglês precisa ser considerado como uma ameaça séria ao trono de Wehrlein — com quem nutre uma rivalidade nada sadia, aliás.
Oliver Rowland
Rowland foi o quarto colocado em 2023/24, mesmo sem participar da rodada dupla de Portland — quando ficou doente — e com a perda inacreditável de uma vitória garantida na última volta, quando o carro da Nissan ficou sem bateria em Misano — não por culpa do piloto. Esses motivos, além do fato de ter engolido Sacha Fenestraz na concorrência interna, já colocariam o inglês como favorito. Porém, o crescimento da equipe no último campeonato e o fato de que a marca japonesa foi a que mais mexeu no design do trem de força para 2024/25 incrementam ainda mais essa visão. Sem as brigas contra o peso, é um dos pilotos mais velozes e arrojados do grid, com uma pitada de inconsequência.
EM ALTA
António Félix da Costa
A posição de Da Costa foi certamente a mais difícil da lista, já que a segunda meta e de campeonato coloca o português como um claro favorito na briga pelo título. Ninguém venceu mais do que António em 2023/24, vale ressaltar (foram quatro vezes). O único fator que o afasta da categoria mais alta é a falta de regularidade ao longo de uma temporada. Na última, por exemplo, fez um começo dos mais terríveis da carreira, a ponto de a Porsche considerar uma troca, mas se recuperou com uma sequência incrível de quatro vitórias em cinco corridas. Inacreditavelmente, chegou à rodada dupla final com chances — meramente matemáticas, é verdade — de ser campeão. Zerado em 2024/25, tem velocidade, experiência e tudo que é necessário para enfim brigar de novo pela taça.
Maximilian Günther
Dominante contra Edoardo Mortara em 2022/23, ainda mais contra Jehan Daruvala em 2023/24. Günther já vive em alta na Fórmula E há duas temporadas, e a promoção da Maserati para a DS Penske — espécie de ‘equipe principal’ da Stellantis, que controla as duas — é a prova disso. O desafio vai subir consideravelmente contra Jean-Éric Vergne, o único bicampeão da história, mas o alemão chega ao novo time com a pompa de quem conquistou as duas únicas vitórias da marca alemã na Fórmula E. Não é pouco.
Nico Müller
Grande nome do mercado de transferências, Müller foi disputado a tapas pelas equipes depois de extrair muito mais do que o combalido conjunto da ABT oferecia em 2023/24. No fim, se tornou piloto de fábrica da Porsche, que o colocou na Andretti e planeja levá-lo ao time principal para substituir Da Costa — que fica sem contrato até o fim do próximo campeonato. Vivendo o melhor momento da carreira, o suíço recebeu a chance que tanto queria e precisa capitalizar, afinal, terá pela primeira vez um conjunto capaz de brigar por pódios e vitórias. A ver como vai lidar com o novo cenário.
Jean-Éric Vergne
Pode não parecer, mas Vergne fez uma grande temporada em 2023/24. Mais uma vez, foi o único no top-5 do campeonato sem um trem de força capaz de sonhar com vitórias, tornou-se o maior detentor de poles da história da Fórmula E e obliterou Stoffel Vandoorne na concorrência interna mais uma vez, causando até uma mudança do outro lado da garagem: sai o belga, entra Günther. O único bicampeão da história não cansa de provar que é um dos melhores do grid e, se tiver conjunto para sonhar, estará na briga pelo título. Olho na DS Penske de Phil Charles e companhia.
Taylor Barnard
Depois das únicas três aparições em corridas de Fórmula E da carreira, Barnard chega em um óbvio momento de alta à experiência como titular. Substituto de Sam Bird em Mônaco e Berlim devido a uma lesão no punho do inglês, o novato superou Jake Hughes em todas as provas e impressionou a McLaren, que o promoveu ao posto de titular mais jovem da história da categoria aos 20 anos. A idade, porém, pode enganar: Taylor é reserva do time há algum tempo e acumula uma boa experiência nos simuladores. A expectativa é alta em torno do jovem.
NEUTROS
Sam Bird
Único vencedor da história da McLaren na Fórmula E, Bird conquistou a primeira e única vitória da equipe justamente na última temporada, em São Paulo. No entanto, o inglês não conseguiu manter uma campanha regular, apesar de ter precisado de três corridas a menos para igualar a pontuação do ex-companheiro Jake Hughes. Com a chegada do novato Taylor Barnard, Sam será um ponto ainda maior de experiência na equipe, mas o inglês promete incomodar.
Nyck de Vries
De Vries sofreu na temporada de retorno à Fórmula E e indicou, nas primeiras corridas, que seria necessário um período de adaptação ao Gen3 — que os outros pilotos já estavam acostumados. O ritmo do neerlandês, todavia, foi crescendo, e o quarto lugar no eP de Londres 1 igualou o melhor resultado da Mahindra no campeonato. Para 2024/25, espera-se uma evolução em termos de ritmo.
Edoardo Mortara
Superior a De Vries durante a temporada inteira, Mortara foi o principal nome da Mahindra e salvou alguns resultados muito importantes, como o quarto lugar em Portland ou o quinto em Londres. Além disso, fez uma corridaça em Tóquio, mas acabou punido por uso excessivo de energia. Fez o que pôde — e até mais — com o conjunto que teve em mãos e se recuperou do ano desastroso na Maserati. Agora, torce para que o time indiano evolua e o devolva à batalha pelo título no futuro.
David Beckmann
Grande surpresa do grid, Beckmann entra como um piloto neutro por realmente não ter dado indicações do que se pode esperar, com exceção da pré-temporada. Titular da Kiro por influência da Porsche, nova fornecedora de motores da equipe, o alemão tem duas largadas feitas no eP de Jacarta de 2022/23, mas sem destaque: um 16º lugar e um abandono. Substituto de Sérgio Sette Câmara, David vai encarar um competidor duríssimo em Dan Ticktum e terá a primeira oportunidade de mostrar o que aprendeu depois de três anos como piloto reserva.
Jake Hughes
Sentindo-se desvalorizado pela McLaren, Hughes partiu para um novo capítulo na Maserati em 2024/25. O inglês não fez um grande campeonato, acabou ofuscado por Bird na vitória épica de São Paulo e até foi superado por Barnard nas três corridas em que estiveram juntos. Ainda assim, é considerado um talento para o futuro e impressiona pelo ritmo de classificação. Chegou a hora de mostrar que já dominou os aspectos da categoria e que tem a possibilidade de corresponder às expectativas.
Robin Frijns
A única coisa que impediu Frijns de entrar na categoria ‘em baixa’ da lista foi a reta final da última temporada. Apagado — assim como a Envision — ao longo de todo o ano, Robin arrebatou dois segundos lugares na rodada dupla de Portland e salvou o time de um vexame no Mundial de Equipes. A sexta colocação ainda é desanimadora para quem foi campeã no ano anterior, mas o fim de campeonato do neerlandês dá motivos para acreditar que 2024/25 pode ser melhor.
Zane Maloney
Mais um novato no grid, Maloney chega com a credencial de um ano competitivo na Fórmula 2, com o quarto lugar na tabela a uma etapa do fim. Companheiro de Lucas Di Grassi na Lola Yamaha, o barbadiano terá a primeira oportunidade de colocar em prática as experiências como piloto reserva da Andretti, mas gera expectativas por ser reconhecidamente rápido. Por outro lado, não é incomum ver Zane se envolvendo em acidentes, o que pode ser um problema grande na Fórmula E — principalmente nas corridas de pelotão.
EM BAIXA
Lucas Di Grassi
Como o próprio Di Grassi reconheceu, a temporada 2024/25 foi “a pior da carreira“. Abaixo do nível de Nico Müller, o brasileiro esteve mais próximo do que os resultados indicam, é verdade, e o alto número de 11º lugares foi uma frustração constante ao longo do ano. Ainda assim, há muito pouco a ser questionado após um placar de 52 a 4 na concorrência interna. Com o novo motor Lola Yamaha, Lucas tem a experiência ao lado para ajudar no crescimento da equipe naquele que promete ser seu último grande projeto na Fórmula E.
Dan Ticktum
Ticktum é sabidamente um piloto com moral na Kiro, e a influência na aproximação entre a equipe e o novo fundo de investimento que a controla elevou ainda mais sua posição. Em termos esportivos, porém, o inglês deveu muito em 2023/24, com direito a um início desastroso de campanha. Dan até superou Sérgio Sette Câmara por um ponto, mas somou todos os 12 no eP de Misano 1 e ainda precisou contar com a desclassificação do brasileiro para ficar à frente. Em um time que promete um salto de competitividade com o motor Porsche, o britânico precisa mostrar que está à altura para liderar.
Stoffel Vandoorne
Depois de se sagrar campeão mundial da Fórmula E no último ano da Mercedes no grid, Vandoorne foi apenas ladeira abaixo. Nos últimos dois anos, o roteiro na DS Penske foi de um piloto apagado e constantemente superado por Jean-Éric Vergne, capaz de apenas um pódio em duas temporadas. Não que o belga tivesse carro para sonhar com vitórias frequentes, mas o desempenho ficou muito abaixo do esperado e até mesmo do que o francês provou ser possível. Na Maserati, Stoffel chega em um novo ambiente para buscar uma virada de chave muito necessária.
Sébastien Buemi
Irreconhecível em 2023/24, Buemi foi uma sombra de um dos melhores pilotos da história da Fórmula E. O desempenho nem foi tão abaixo do companheiro Frijns, com a exceção de que o neerlandês conseguiu um sprint final importante que o suíço não teve. Foi uma péssima temporada para a Envision no geral, mas esperava-se muito mais de Buemi após a saída de Nick Cassidy, ainda mais quando o desempenho no WEC mostrou que o ritmo ainda estava lá. Segundo campeão da história da categoria, o veterano muito provavelmente está entrando em seu último campeonato com os carros elétricos.
Norman Nato
Nato deixou a Nissan para sonhar com o título na Andretti, mas a história teve final curto: depois de um ano sendo consistentemente superado por Dennis, voltou ao time japonês. O campeonato não foi bom e, mesmo com uma Andretti claudicante, Jake mostrou que era possível buscar muito mais. O placar de 122 a 47 na concorrência interna diz tudo, e Norman terá de evoluir se não quiser ser engolido por Rowland em 2024/25. A boa notícia é que a Nissan foi o time que mais cresceu de um ano para o outro, o que indica a possibilidade de sonhar com coisas grandes. Só precisa de velocidade para isso.
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