Dennis sobra na estreia da Era Gen3 para vencer eP da Cidade do México. Di Grassi é 3º

Começou oficialmente a Era Gen3 na Fórmula E! A categoria de monopostos elétricos iniciou uma nova página em sua história neste sábado (14), com o eP da Cidade do México e a estreia dos novos carros de terceira geração. E o britânico Jake Dennis iniciou a nova fase da melhor forma possível, passando pela Mahindra de Lucas Di Grassi para dominar completamente a corrida e conquistar a vitória no Autódromo Hermanos Rodríguez. Pascal Wehrlein levou a Porsche ao segundo lugar, e o brasileiro completou o pódio.

A primeira corrida dos carros Gen3 não foi vistosa do ponto de vista esportivo. Os pilotos encontraram muitas dificuldades com a aderência, em uma pista repleta de sujeira, e se preocuparam mais em não perder o controle do que em buscar posições. Ainda assim, os primeiros colocados fizeram uma boa briga pelo pódio e o novo modo ataque estreou com muitas variações entre as possibilidades estratégicas.

A corrida foi recheada de abandonos: Robin Frijns e Norman Nato deixaram a disputa logo na primeira volta, após uma batida do holandês na traseira da Nissan; Sam Bird viu sua Jaguar apagar logo depois da reta principal; por fim, Edoardo Mortara perdeu o controle do carro na curva 1 e estampou a Maserati no muro. No fim, René Rast també recolheu mais cedo para os boxes. Com isso, naturalmente, a disputa contou com três entradas do safety-car, o que prejudicou seu andamento.

Agora, a Fórmula E descansa até o último fim de semana de janeiro, quando a categoria desembarca em Diriyah, na Arábia Saudita, para sua primeira rodada dupla da temporada. As duas corridas estão marcadas, respectivamente, para os dias 27 e 28 de janeiro, ambas às 14h (horário de Brasília).

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Confira como foi o eP da Cidade do México:

Di Grassi manteve a primeira posição na largada, seguido por Jake Dennis e Jake Hughes em uma volta inicial sem maiores sobressaltos. No início da segunda volta, entretanto, Robin Frijns atingiu com muita força a traseira de Norman Nato, danificando precocemente sua Abt Cupra de forma terminal. Com isso, o primeiro safety-car da temporada foi acionado.

Ainda com o carro de segurança na pista, Nato abandonou a corrida e recolheu o carro para os boxes da Nissan. Neste momento, o top-10 tinha Di Grassi, Dennis, Hughes, André Lotterer, Dan Ticktum, Pascal Wehrlein, Sacha Fenestraz, Sébastien Buemi, António Félix da Costa e Mitch Evans.

A relargada abriu a sexta volta sem maiores incidentes ou mudanças no grid, e todos os pilotos se respeitaram nas primeiras curvas. Sam Bird, por outro lado, viu seu — terrível — fim de semana ser encerrado devido a um problema em sua Jaguar e ficou parado na pista. Com isso, mais um safety-car foi acionado.

Di Grassi segurou a ponta novamente na relargada e abriu a décima volta na ponta. Mais atrás, Nick Cassidy e Stoffel Vandoorne estrearam a ativação do novo modo ataque em estratégias diferentes — a Envision optou por 1min, enquanto a DS Penske ativou 3min de uma vez.

Jean-Èric Vergne também ativou o modo ataque na volta seguinte e recebeu 3min de potência, logo antes de Dennis atacar Di Grassi e tomar a primeira posição na volta 11. A Andretti pedia ao britânico para pressionar o brasileiro, que cometeu um erro na curva 1, perdeu a ponta e precisou se defender de Hughes. Mais atrás, Vandoorne deixou Cassidy para trás e tomou o 13º lugar.

Então, Dennis aproveitou a distância em relação à Mahindra de Lucas e ativou o modo ataque, com direito a 1min de potência. Na volta 13, Dan Ticktum foi punido pela direção de prova por um pico de energia acima do permitido e precisou pagar um drive-through. Com isso, despencou para o último lugar.

A briga pelo pódio começou a se intensificar de vez entre os cinco primeiros, e Di Grassi ativou 1min de modo ataque na volta 16. O brasileiro viu Hughes se aproximar, mas conseguiu manter o segundo lugar — por outro lado, Dennis disparou e abriu mais de 3s pela primeira vez na corrida.

Na 18ª volta, Edoardo Mortara apareceu pela primeira vez na temporada — e não de uma forma positiva. O suíço da Maserati simplesmente perdeu a traseira do carro na curva 1 e foi diretamente na barreira de proteção, abandonando a prova imediatamente. Pela terceira vez na disputa, o safety-car entrava na pista do Autódromo Hermanos Rodríguez.

O carro de segurança deixou o traçado na volta 23, e Dennis imediatamente começou a abrir vantagem em relação a Di Grassi. Mais uma vez, nenhum piloto tentou algum movimento mais ousado e a ordem do grid permaneceu a mesma: Dennis, Di Grassi, Hughes, Wehrlein, Lotterer, Fenestraz, Da Costa, Buemi, Evans e Vergne.

Wehrlein ativou o modo ataque e partiu à caça de Hughes, que acabou perdendo a terceira colocação ao também optar pela potência extra na volta seguinte. Dennis, Di Grassi, Buemi, Fenestraz e Nico Müller também fizeram o traçado externo e concluíram suas estratégias com a última ativação do artifício, no 28º giro.

O britânico da Andretti, neste momento, liderava a corrida tranquilamente: tinha mais de 4s de diferença para Di Grassi, que gerenciava ao máximo sua bateria. Com isso, o brasileiro era seriamente ameaçado por Wehrlein, que conseguiu fazer a ultrapassagem ainda na volta 28.

A 30ª volta oferecia um cenário perigoso a Di Grassi: o piloto da Mahindra tinha pelo menos 3% de energia a menos do que todos os outros competidores, o que causava uma grande necessidade de gerenciar a bateria. Assim, Hughes passou a pressionar fortemente pela terceira colocação. Lá atrás, uma briga que lembrou a última temporada, entre Mitch Evans e Stoffel Vandoorne — a diferença é que, ao contrário do título de 2022, a disputa valia a décima posição e um ponto no campeonato.

A situação de Lucas ficou ainda mais complicada quando a direção de prova estendeu a corrida por mais cinco voltas, regra prevista em caso de entrada do safety-car na pista. Dennis reinava sozinho na ponta, Wehrlein seguia confortável em segundo, e a briga de verdade acontecia pela terceira colocação: o brasileiro segurava Hughes e Lotterer de todas as formas possíveis.

O cenário da corrida se manteve o mesmo até o fim, com poucas tentativas de ultrapassagem no meio do pelotão e uma pressão total sobre Di Grassi pela terceira colocação. Como o brasileiro segurava Hughes e Lotterer, Buemi e Da Costa rapidamente se aproximaram e passaram a se envolver na disputa.

A luta se tornou feroz na última volta, com Da Costa atacando Buemi por fora e Lotterer tomando a quarta posição de Hughes. Bem mais à frente, Dennis cruzou a linha de chegada com uma boa distância para Wehrlein, enquanto Di Grassi conseguiu segurar a Mahindra na pista até o final para fechar em terceiro.

Fórmula E 2022/2023, eP da Cidade do México, Corrida:

1	J DENNIS	Andretti	41 voltas
2	P WEHRLEIN	Porsche	+7.816
3	L DI GRASSI	Mahindra	+18.611
4	A LOTTERER	Andretti	+19.161
5	J HUGHES	McLaren	+20.289
6	S BUEMI	Envision	+20.714
7	A.F DA COSTA	Porsche	+21.051
8	M EVANS	Jaguar	+24.758
9	N CASSIDY	Envision	+29.150
10	S VANDOORNE	DS Penske	+29.662
11	M GÜNTHER	Maserati	+30.276
12	J.E VERGNE	DS Penske	+31.141
13	O ROWLAND	Mahindra	+31.537
14	N MÜLLER	Abt Cupra	+31.951
15	S FENESTRAZ	Nissan	+32.355
16	S. SETTE CÂMARA	NIO	+35.205
17	D TICKTUM	NIO	+1:14.372
18	R RAST	McLaren	NC
19	E MORTARA	Maserati	NC
20	S BIRD	Jaguar	NC
21	N NATO	Nissan	NC
22	R FRIJNS	Abt Cupra	NC

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