Dennis transforma Fórmula E em F1 e deixa recado: está mais vivo do que nunca pelo bi

Em alguns momentos, Jake Dennis parecia ter transportado o carro da Red Bull com o qual disputou o TL1 de Abu Dhabi para a pista de Diriyah. Destruindo a concorrência, inglês venceu com margem de 13s e afastou qualquer dúvida: está mais vivo do que nunca pelo bi

O primeiro lugar contundente de Jake Dennis no eP de Diriyah 1, disputado nesta sexta-feira (26), não foi apenas uma vitória. O atual campeão, que começou a temporada de maneira tímida na Cidade do México, foi avassalador e destruiu a concorrência, com incríveis 13s de vantagem para o segundo colocado, Jean-Èric Vergne. Não, não é algo normal na Fórmula E — e muito menos na apertada pista árabe —, mas, sim, um testemunho do piloto mais confiante no grid neste momento. Uma aula.

Em alguns momentos, o líder parecia que estava em uma corrida de Fórmula 1, com um equipamento muito superior aos concorrentes e fora do campo de visão até mesmo do segundo colocado. A verdade, entretanto, é que mais uma vez, a Andretti soube operar o conjunto Porsche melhor do que a própria equipe de fábrica — algo que se repetiu inúmeras vezes em 2023.

Se Vergne e Mitch Evans, que largaram na primeira fila, optaram por tirar logo o modo ataque do caminho nas primeiras voltas, Dennis aguardou o seu momento. Ciente de que tinha equipamento e habilidade para abrir distância em relação aos concorrentes, o terceiro colocado do grid ganhou um posto na primeira ativação. Na segunda, assumiu a liderança de vez e nem olhou mais para trás.

É claro, o fato de Vergne ter segurado o pelotão pela necessidade de regenerar a bateria fez com que a distância para o líder tenha aumentado, mas essa responsabilidade cai no colo do próprio francês — que, para conseguir se manter à frente das duas Jaguar, precisou pisar fundo na primeira parte da prova e sentiu a falta de energia no fim.

Dennis venceu em Diriyah pela primeira vez na carreira (Foto: Andretti)

O recado deixado em Diriyah foi claro: Dennis será o homem a ser batido na Fórmula E em 2024. Rápido na classificação, consciente e equilibrado na corrida, o inglês chegou a prometer à Andretti pelo rádio que se preocuparia em fazer a volta mais rápida apenas no fim, já que sofria pressão naquele momento. Dito e feito: na volta 36, a penúltima, o piloto registrou 1min11s399 e garantiu o ponto extra. Rápido como poucos, mas ainda mais cerebral do que a grande maioria.

Há de se registrar o desempenho da DS Penske de Vergne, porém. Pole, o francês se colocou na posição de honra pela primeira vez na Era Gen3 e empatou com Sébastien Buemi na liderança do ranking histórico da Fórmula E no quesito — 16 para cada. Justamente na pista em que viu o suíço se isolar como o maior pole de todos os tempos no ano passado, o bicampeão fez uma classificação impecável e bateu o favorito Evans na final.

Na corrida, a expectativa era para saber quando — e não se — Vergne perderia a ponta para os dois carros mais eficientes que vinham atrás, comandados por Dennis e Evans. O francês, como sempre, fez um jogo duríssimo e entendeu o momento certo de deixar o inglês ir, se concentrando em manter a segunda colocação.

Vergne acabou perdendo a ponta em Diriyah, mas fez corrida de encher os olhos (Foto: Fórmula E)

O plano funcionou, e o veterano ainda forçou Mitch a cometer um erro na última volta que lhe custou o pódio. Atuação absurda, e o trem de força DS segue evoluindo. Sem dúvidas, o melhor fora Jaguar e Porsche.

Uma menção honrosa ao brasileiro Sérgio Sette Câmara, aliás, é necessária. Impecável na classificação, o piloto da ERT largou em quarto e fez o que pôde na corrida. O nono lugar pode não parecer muita coisa, mas seu companheiro Dan Ticktum ainda não conseguiu terminar uma corrida este ano com menos de 1min de diferença para os primeiros colocados. O carro — que pelo menos não explodiu dessa vez — é terrível, e os dois pontos do mineiro foram extremamente valiosos.

Por fim, falemos de Mitch Evans. Este que vos escreve tem uma crença: é muito fácil julgar a ousadia de um piloto depois que um movimento dá errado. O neozelandês perdeu um pódio que era certo na última volta, é verdade, mas quantos outros resultados Mitch conquistou em sua carreira justamente por conta de sua perseverança e de sua audácia?

Mitch Evans arriscou tudo na última volta e terminou sem o pódio (Vídeo: Fórmula E/GRANDE PRÊMIO)

Ciente de que tinha um conjunto superior ao francês — que poupava energia naquele momento —, Evans arriscou a ultrapassagem. Deu errado, de fato, mas a perda de duas posições não é o fim do mundo. Com 14 corridas pela frente, é algo recuperável e fundamental para entender quando e onde arriscar. Ao menos, o pódio que seria do piloto ficou, de qualquer forma, com a Jaguar — que viu Nick Cassidy assumir o terceiro posto.

Em Diriyah, o trem de força da Porsche surge novamente como favorito, mas os carros da Jaguar estão na cola. Dennis ignorou esse fato e disparou na frente, deixando claro que não foi campeão à toa. Se venceu duas vezes no ano em que conquistou o título, já está — na segunda corrida da temporada — a um triunfo de repetir a marca. Como dito no início deste texto, Fórmula E não é Fórmula 1, e tudo pode mudar de um dia para o outro. Mas que a diferença para o segundo lugar foi um recado e tanto, foi. Dennis está mais vivo do que nunca.

No sábado, a programação de sexta se repete para a terceira prova da temporada. O TL3 acontece às 6h45, classificação às 8h50 transmissão aberta para o eP de Diriyah 2 às 13h30. Por fim, o GRANDE PRÊMIO fecha o fim de semana com o Briefing logo após a bandeirada e a cerimônia do pódio, às 15h30. Você acompanha tudo na GPTV. O GRANDE PRÊMIO é emissora oficial da Fórmula E no Brasil e transmite todas as atividades de pista AO VIVO e COM IMAGENS no YouTube e no Kwai.

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