Bird ressurge das cinzas e Cassidy sofre baque: o sobe e desce da Fórmula E em São Paulo

Enquanto Sam Bird teve um dia histórico para si e para a McLaren, o líder Nick Cassidy sofreu um baque com o primeiro abandono do ano. Confira quem sai de São Paulo em alta e em baixa após a quarta etapa da temporada 2023/24 da Fórmula E

No retorno da Fórmula E após a pausa forçada pelo cancelamento do eP de Hyderabad, o eP de São Paulo trouxe a primeira grande corrida da temporada 2023/24. Sam Bird, em atuação magistral, controlou a energia e o pelotão para encerrar um jejum de quase três anos sem vencer, com o adendo de uma ultrapassagem espetacular sobre o ex-companheiro Mitch Evans na penúltima curva.

Completando o dia maravilhoso da Nissan — que tem seu trem de força no carro vencedor da McLaren —, Oliver Rowland saiu da 11ª posição no grid para tomar o terceiro lugar de Pascal Wehrlein em cima da linha de chegada. Depois do pódio e da pole em Diriyah, a montadora japonesa mostra suas garras e comprova que está em franca evolução.

A prova ainda trouxe outros destaques, como a recuperação incrível de Maximilian Günther e o primeiro abandono de Nick Cassidy na temporada — depois de três pódios em três corridas. O dia ainda foi bem negativo para a DS Penske, que só perdeu posições, enquanto Pascal Wehrlein saiu na pole e nem conseguiu garantir um pódio.

A cada fim de semana de corrida, o GRANDE PRÊMIO traz alguns nomes que deixam a etapa em alta e outros que saem de forma negativa. Confira todos os escolhidos após o eP de São Paulo!

A Fórmula E trouxe mais uma corrida movimentada e emocionante ao Brasil (Foto: Fórmula E)

👍 POLEGAR PARA CIMA 👍

Sam Bird

Primeira vitória depois de 37 corridas, 12ª na história da Fórmula E — ficando a uma do recorde histórico de Lucas Di Grassi e Sébastien Buemi — e também a primeira da McLaren na categoria. O dia não poderia ser melhor para Sam Bird, que largou em quinto e esteve na briga pela vitória desde o início. Sabendo acelerar e guardar energia nas horas certas, fez a ultrapassagem mais espetacular da temporada sobre Mitch Evans na penúltima curva e encerrou longo jejum de quase três anos sem vencer. Atuação histórica do inglês.

Oliver Rowland

Largando em 11º, Rowland buscou entrar no top-10 durante a corrida e garantir alguns pontos para a Nissan no campeonato. No entanto, a prova foi se desenrolando, o inglês conseguiu guardar energia e partiu para cima dos primeiros colocados no fim. Foi agraciado com um pódio muito merecido, ganhando duas posições literalmente na última reta — logo depois de fazer a curva final de forma genial. Vem muito bem na temporada e aproveita bastante a evolução da fabricante japonesa.

Roland executou recuperação sensacional em SP (Foto: Fórmula E)

Maximilian Günther

Como assim, nono lugar e um polegar para cima? O resultado final pode não parecer muito, mas Günther executou simplesmente a maior escalada da corrida — e por muito. Depois de mais uma classificação muito boa, o alemão largou em último por trocar a caixa de câmbio e ainda precisou pagar um stop-and-go de 10s. Voltou à pista, aproveitou as entradas do safety-car e foi ganhando posições ao longo de toda a prova. Mais uma vez, mostrou que é digno de confiança da Maserati e executou uma estratégia perfeita. Em Tóquio, a punição vai se repetir. A ver se o alemão conseguirá reeditar a remontada.

Nissan

Pole e pódio em Diriyah com Rowland, vencedora com a McLaren de Bird em São Paulo e mais um pódio com o britânico. A Nissan apresenta claro crescimento na Fórmula E, deixando de ser a ‘leoa de treinos livres’ para realmente incomodar em classificações e corridas. A primeira vitória da história do motor japonês veio no Brasil, e a impressão é de que há condições para que a fabricante se coloque entre as favoritas na Era Gen4 — ou talvez até mesmo no Gen3Evo, que entra em cena no ano que vem. É o time que mais suscita dúvidas sobre onde pode chegar ao fim da temporada.

Mais uma vez, faltou brilho a Vandoorne (Foto: Fórmula E)

👎 POLEGAR PARA BAIXO 👎

Stoffel Vandoorne

Mais uma vez, sem brilho. Vandoorne repetiu o desempenho do ano passado e fez uma ótima classificação no Brasil, eliminando o próprio companheiro de DS Penske, Jean-Éric Vergne, e foi até a final. Perdeu para Wehrlein, mas largou em segundo e poderia mostrar muito mais do que o oitavo lugar ao fim da prova — novamente atrás do francês. Tudo bem que a DS Penske não é nenhuma Jaguar ou Porsche, mas era possível fazer mais. A cotação do belga envolve não apenas o desempenho em SP, mas também a falta de brilho recente. Pontua mais em 2024 do que em 2023, mas segue longe da forma que mostrou em 2022, quando terminou campeão da categoria.

Nick Cassidy

O ainda líder do campeonato saiu do Brasil como um dos maiores perdedores da rodada, com uma batida brusca que o fez abandonar a prova e terminar a etapa de São Paulo zerado. A distância para Wehrlein foi encurtada em 15 pontos, e o alemão agora vê o neozelandês de pertinho — 57 a 53. O acidente não foi sua culpa, já que um toque na asa dianteira a fez entrar embaixo do pneu e causou a perda de direção. Em corridas de pelotão tão próximas, o azar e a sorte andam lado a lado. Pior para Nick, que não pôde contar com a segunda no Anhembi.

Nick Cassidy abandonou pela primeira vez em 2024 e viu a distância na ponta cair (Foto: Fórmula E)

Pascal Wehrlein

Wehrlein foi quarto colocado e somou bons pontos no campeonato, se colocando a apenas quatro de Cassidy com os 12 da corrida e os três pela pole. A questão é que, com o abandono do líder, o alemão poderia ter tomado a liderança para si, mas saiu do primeiro posto no grid de largada e nem conseguiu se manter no pódio ao fim da prova. A classificação, porém, foi importante para a Porsche, que só consegue se colocar em um bom ritmo de volta lançada em algumas pistas. Como ponto positivo, fica a regularidade: Pascal não deixa de pontuar desde o eP da Cidade do Cabo — são 15 corridas seguidas no top-10.

DS Penske

Depois de uma rodada dupla muito forte em Diriyah, esperava-se bem mais da DS Penske em São Paulo. A expectativa até foi fortalecida por um bom desempenho na classificação, mas a corrida só viu os dois pilotos perderem terreno. Vandoorne saiu em segundo e chegou em oitavo, enquanto Vergne largou em terceiro e completou em sétimo. Não é nenhum desastre, claro, mas esfria o ensaio de que poderia haver algum desafio à vitória nas circunstâncias certas após Diriyah. Precisa tomar cuidado com a aproximação do trem de força Nissan, grande vencedor do fim de semana.

A próxima etapa da Fórmula E acontece entre os dias 29 e 30 de março, com a tão aguardada estreia da categoria em Tóquio. O GRANDE PRÊMIO transmite todas as atividades de pista da temporada AO VIVO COM IMAGENS no YouTube.

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