Sette Câmara defende corridas de pelotão na Fórmula E: “São legais para o público”

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Sérgio Sette Câmara afirmou que categoria precisa entender seu próprio propósito, ou serão apenas "um bando de homens andando de carrinhos e se divertindo"

As corridas de pelotão costumam dividir a opinião de pilotos e membros das equipes que fazem parte da Fórmula E, categoria que tradicionalmente corre em circuitos de rua. Recentemente, Jean-Éric Vergne, piloto da DS Penske e bicampeão mundial, ameaçou até se retirar do grid caso o estilo continue. Contudo, foi em uma das provas em circuitos permanentes que o brasileiro Sérgio Sette Câmara conseguiu o melhor resultado da temporada 2023/24 com a ERT. No eP de Misano 2, o piloto largou em 11º e conseguiu terminar a corrida em sexto, levando 8 pontos para casa naquela ocasião.

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Sette Câmara citou pontos negativos das corridas de pelotão, mas defendeu o estilo e enfatizou que o formato de corridas em circuitos permanentes é atrativo para o público e para a visibilidade da categoria dos carros elétricos.

“Todos estão no mesmo barco, querem que a categoria cresça, que dê certo, não é bom ficar criticando a categoria sempre. Tudo tem lado bom e o lado ruim. Realmente, olhando pelo lado esportivo, não é a coisa mais meritocrática. O fator sorte entra muito na jogada. Mas olhando pelo lado positivo, nem toda corrida é de pelotão. Acho que 50% das corridas [da temporada] são de pelotão e elas são muito emocionantes para os fãs. Tem muita ultrapassagem, ninguém sabe quem vai levar, fica aquela indecisão. Acho que temos de olhar para o lado positivo também”, disse o brasileiro.

Sette Câmara citou o fato de o campeonato ter apenas dez ano e disse que a Fórmula E ainda busca se posicionar como categoria, por isso permite-se fazer testes durante as temporadas. Para ele, os pilotos precisam lembrar que correm para o público, ou seriam apenas homens “andando de carrinhos e se divertindo”.

Sette Câmara defendeu corridas de pelotão (Foto: Fórmula E)

“O campeonato é novo, tem dez anos, está se descobrindo como marca e formato de corrida. Fizeram alterações na classificação que deram certo, então existem alguns acertos. As corridas de pelotão são legais para o público. Muitas vezes o piloto esquece que está correndo para o público. Tem de ter um nível de atratividade, senão vira um bando de homens andando de carrinhos e se divertindo. O esporte perde o propósito”, opinou o #3.

“Não podemos só olhar para a pilotagem. O espetáculo precisa ser legal e, neste sentido, a corrida de pelotão não é um desastre e não deixa de ser legal para o público. Nenhum promotor de evento mantém uma corrida se ela não tem apelo do público. As corridas em São Paulo entregam muito e isso é bom. Mas veja a Coreia do Sul. Assinaram contrato de cinco anos, no primeiro ano nós fomos e não deu ninguém. No ano seguinte cancelaram o contrato e a gente nunca mais voltou. É a maior prova disso”, finalizou Sette Câmara.

Fórmula E retorna com atividades de pista somente entre os dias 4 e 7 de novembro, com os testes coletivos de pré-temporada na pista de Valência, na Espanha. A temporada 2024/25 começa aqui no Brasil, com o eP de São Paulo, marcado para o fim de semana do dia 7 de dezembro.

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