Stellantis cita potencial e vê Fórmula E em rota de colisão com F1: “Virá na hora certa”

Diretor-executivo do Grupo Stellantis — dono de Maserati e DS —, Carlos Tavares explicou investimento profundo na Fórmula E e acredita que F1 será obrigada a abandonar motores

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A entrada da Maserati na Fórmula E a partir da próxima temporada demonstra que montadoras tradicionais do cenário do automobilismo seguem interessadas no futuro que a categoria elétrica pode oferecer. Em um mundo no qual cada vez mais alternativas ao combustível fóssil precisam ser encontradas de maneira a não prejudicar o meio ambiente, a proposta da FE se encaixa na sustentabilidade. E o diretor-executivo do Grupo Stellantis, Carlos Tavares, compartilha dessa visão.

A Stellantis é um dos maiores grupos de montadoras do mundo — o sexto maior em vendas, por exemplo —, e surgiu de uma fusão da Fiat-Chrysler com o Grupo PSA — que tinha entre suas subsidiárias marcas da grife de Peugeot e Citroën, além de outras. A partir do ano que vem, a empresa passará a ter duas de suas marcas simultaneamente na Fórmula E: a Maserati entrará como equipe própria e a DS, que já faz parte da categoria, permanecerá ao fornecer o trem de força da Dragon.

E o motivo para isso é muito simples, na visão de Tavares: a Fórmula E “possui o maior potencial de crescimento da sociedade”, acredita o português. Durante o eP de Roma, última corrida disputada até aqui na temporada, o dirigente falou com o portal inglês The Race e revelou que vê um futuro em que a Fórmula 1 vai precisar sentar para conversar com a FE para encontrar uma maneira de ambos sobreviverem — tudo pela sustentabilidade.

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ALEJANDRO AGAG; DAVIDE GRASSO; MASERATI; FÓRMULA E;
Davide Grasso, CEO da Maserati, e Alejandro Agag, chefão da Fórmula E, celebraram a entrada da equipe na Era Gen3 (Foto: Maserati)

“Você pode ver que as grandes montadoras já estão aqui [na Fórmula E], lutando e tentando competir”, explicou Tavares. “Acredito que exista um grande potencial de melhora e crescimento na Fórmula E, o que significa que, em certo ponto, a questão vai ser: ‘F1 ou FE?’ Essa pergunta virá na hora certa”, acredita Carlos.

“O que eu também acredito é que vai existir um momento em que a Fórmula 1 não vai poder continuar a correr com motores de combustão interna, simplesmente porque os cidadãos não vão aceitar isso”, opinou. “A pressão da sociedade será tão grande que a F1 vai ter que largar a tecnologia do ICE, o que significa que nesse momento, a F1 e a FE vão precisar discutir isso e encontrarem o caminho certo junto à FIA sobre a direção de cada uma”, explicou.

Tavares afirmou que o pensamento dominante no momento é a sustentabilidade, o que transformaria a Fórmula E na categoria com maior potencial de desenvolvimento para o futuro. A própria Fórmula 1 já estuda novos motores que vão entrar na categoria a partir de 2026, assim como um novo combustível — que promete ser consideravelmente menos poluente.

“A Fórmula E é a disciplina em crescimento no momento”, afirmou. “A que possui o maior potencial de crescer na sociedade, na qual estamos todos operando com um problema de aquecimento global que precisamos consertar. Esse é o maior potencial no momento. Essa foi a razão pela qual trouxemos duas marcas da Stellantis — Maserati e DS — para cá”, salientou.

Evolução de métodos sustentáveis podem elevar FE ao posto de protagonista do automobilismo mundial, segundo Tavares (Foto: Fórmula E)

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Os planos de investimento da Stellantis para seus carros elétricos demonstra o nível de imersão que a empresa está disposta a oferecer. Apenas na eletrificação de veículos e no investimento de novas tecnologias, o planejamento do grupo envolve injetar € 30 bilhões (aproximadamente R$ 150 bilhões) até o ano de 2025.

A Maserati vai entrar pela primeira vez na Fórmula E a partir do ano que vem, que terá a introdução dos carros Gen3 na categoria. Além dos motores recebidos pela DS — que serão trabalhados e rebatizados pela equipe —, a escuderia fechou parceria com a Venturi e vai absorver as operações do time monegasco.

A Maserati entrou para a história do esporte a motor quando levou Juan Manuel Fangio em parte da temporada 1954 e em todo o ano de 1957 rumo ao título mundial de Fórmula 1. A marca esteve presente na disputa do antigo Mundial FIA GT e conquistou ao todo 14 títulos entre 2004 e 2010.

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