Prestes a iniciar uma fase intensa da temporada 2023, com três corridas seguidas, o GRANDE PREMIUM faz um balanço do campeonato da MotoGP para ver o que funcionou ou não
Depois de uns dias de descanso, a MotoGP volta à ativa neste fim de semana para dar início a uma intensa fase da temporada, com três GPs — Itália, Alemanha e Holanda — em três semanas.
Nas primeiras cinco corridas do ano, a MotoGP mostrou muitos pontos altos, como, por exemplo, a força da Ducati, o crescimento da KTM e a boa forma da VR46. Mas nem tudo são flores neste início de campeonato.
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Sendo assim, o GRANDE PREMIUM listou neste 10+ algumas das coisas que decepcionaram na temporada 2023 da classe rainha do Mundial de Motovelocidade:
Desfalcada desde o dia 1
Iniciando uma nova fase na MotoGP, agora como equipe oficial da GasGas, a Tech3 sofreu um duro golpe logo no primeiro dia da temporada. Ainda no segundo treino para o GP de Portugal, Pol Espargaró sofreu uma forte queda e teve lesões importantes, como fraturas na mandíbula e de vértebra.
Por causa das extensas lesões, o catalão segue afastado. O #44 até imaginava voltar no GP da Itália deste fim de semana, mas acabou barrado pelos médicos, já que segue com um “pequeno edema” na região da vértebra fraturada.
Pol era, contudo, o principal nome da equipe chefiada por Hervé Poncharal. Depois de dois anos ruins com a Honda, o catalão estava de volta à RC16, moto que guiou durante quatro temporadas com a KTM. Sem ele, a GasGas Tech3 se viu com um estreante — o espanhol Augusto Fernández, campeão de 2022 da Moto2 — e com um recém-contratado piloto de testes, o alemão Jonas Folger.
Desta forma, a GasGas Tech3 é a nona colocada no Mundial de Equipes, com 37 pontos, 110 a menos do que a líder VR46. O time de origem francesa só foi melhor do que a RNF — também campeã de azar em 2023 — e da lanterna Honda.
Protagonista ausente
Boa parte das expectativas neste 2023 residiam nos ombros de Enea Bastianini. Depois de se destacar com Avintia e Gresini, o italiano foi promovido para a equipe de fábrica da Ducati, mas, até agora, quase não deu para ver ‘Bestia’ vestindo vermelho.
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Também em Portimão, mas no segundo dia da temporada, Enea foi derrubado por Luca Marini em um lance de corrida na sprint e acabou com uma fratura no ombro, que não exigiu cirurgia. O #23 até tentou voltar na Espanha, mas acabou desistindo.
Agora, Bastianini deve voltar à MotoGP neste fim de semana, mas já com um atraso de 94 pontos em relação ao líder Francesco Bagnaia.
Que tombo foi esse?!
Falando em Francesco Bagnaia, também decepcionou o fato de o campeão vigente seguir sendo inconsistente. No GP das Américas, o italiano deu uma bobeada daquelas e caiu enquanto liderava a corrida.
Pecco lidera o campeonato com 94 pontos, mas o abandono de Austin, junto com a queda do GP da França — num lance polêmico com Maverick Viñales —, resultaram em uma margem de só um ponto para Marco Bezzecchi, o segundo colocado.
Festival de lesões
Se tem uma coisa que marcou a temporada 2023 até aqui foram as lesões. Pol Espargaró e Enea Bastianini são apenas dois dos casos, mas Marc Márquez também perdeu corridas e já até precisou operar por causa de uma fratura na mão direita, sofrida ainda no GP de Portugal.
Miguel Oliveira também não esteve integralmente na pista, já que sofreu duas lesões diferentes: primeiro na perna e, depois, uma fratura no braço esquerdo. Joan Mir foi barrado na Argentina aos ter sofrido uma concussão.
Bagnaia também não escapou ileso e tem uma fratura no tornozelo em consequência da queda em Le Mans. Luca Marini também saiu ferido da França, com uma lesão no osso trapézio — ou grande multiangular — do punho direito.
O rei do azar
Poucas pessoas foram mais azaradas do que Miguel Oliveira nesse início de temporada. Nas duas lesões que sofreu no ano, o português foi vítima inocente das lambanças alheias.
A primeira desventura aconteceu ainda no GP de Portugal, quando um destrambelhado Marc Márquez atingiu o português com tudo, causando uma lesão na perna. O segundo infortúnio aconteceu na Espanha, quando Fabio Quartararo se embolou, caiu e coletou o titular da RNF. O resultado foi uma pequena fratura no braço esquerdo.
Se souber de uma boa simpatia para espantar o azar, vale enviar para o Oliveira. Ele está precisando?
É tão difícil tomar decisão?
As muitas lesões e lambanças, mais uma vez, colocaram o Painel de Comissários sob os holofotes. E não pelo lado positivo.
A polêmica mais gritante foi a relacionada ao incidente entre Marc Márquez e Miguel Oliveira. É que o espanhol recebeu como sanção uma dupla volta longa, mas o texto dizia claramente que o #93 tinha de cumprir a pena no GP da Argentina. O hexacampeão da MotoGP, porém, não foi a Termas de Río Hondo por causa da lesão que sofreu no mesmo incidente. Os comissários, então, fizeram um remendo no texto, dizendo que a advertência teria de ser cumprida quando ele voltasse à ativa. Só que a Honda não aceitou, recorreu e a ganhou a causa no tribunal da FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Assim, o irmão de Álex escapou ileso.
Mas não foi só isso. Punições aplicadas a Fabio Quartararo e Francesco Bagnaia também suscitaram questionamentos, o que levou, inclusive, a uma reunião entre os pilotos e o Painel. Que, ao que parece, não deu lá muitos resultados.
Melhorou, pero no mucho
Outra coisa que não deu muito resultado foi o trabalho da Yamaha em cima da YZR-M1. É verdade que a mudança no motor deixou a moto com mais velocidade, mas isso afetou o restante da moto, que segue sofrendo para ter performance. É difícil classificar bem, é difícil ultrapassar…
Franco Morbidelli, que fez um 2022 bastante ruim, até deu sinais de melhora neste ano, mas a Yamaha, como um todo, não tem funcionado bem. Vice-campeão vigente, Fabio Quartararo soma apenas 49 pontos e tem a nona colocação na tabela do Mundial de Pilotos.
A casa de Iwata, por sua vez, é a lanterna do Mundial de Construtores, com 116 pontos a menos do que a líder Ducati.
A moto é boa, mas?
Outra decepção até aqui foi a Aprilia. A RS-GP segue sendo uma boa moto, mas, até agora, a casa de Noale não passou de uma coadjuvante. O melhor na classificação é Maverick Viñales, que ocupa o sétimo posto, enquanto Aleix Espargaró vem só em 11º, já 52 pontos distante do líder.
Na disputa das fábricas, a Aprilia surge na terceira colocação, 23 pontos atrás da KTM, a segunda colocada, e com 94 de diferença para a líder Ducati.
Honda, querida, cadê você?
Verdade seja dita: a Honda venceu uma corrida neste ano. E uma vitória conquistada, não fruto do acaso. Mas, ainda assim, a fábrica japonesa acostumou o mundo a esperar mais dela. Muito mais.
Por enquanto, os japoneses podem comemorar a vitória de Álex Rins no GP das Américas, o pódio de Marc Márquez na sprint de Portugal e a boa atuação do #93 antes da queda na França. E só.
Pouco, muito pouco para uma marca com um currículo vitorioso e que já sofre na MotoGP há algum tempo.
Ai, migo!
A primeira parte da temporada mostrou o calvário de Joan Mir. Ex-Suzuki, o espanhol ainda não conseguiu se entender com a difícil RC213V e, além de ter liderado o ranking de quedas, aparece no fim da fila da classificação, só com cinco pontos — conquistados no GP de Portugal.
O começo foi tão ruim, que Mir já admite o medo de ver a passagem pela Honda terminar do mesmo jeito que aconteceu com Jorge Lorenzo e Pol Espargaró.
É cedo, mas o campeão de 2020 tem razão para ter medo: a Honda andou moendo pilotos nos últimos anos. E nem Marc Márquez escapou ileso. A diferença é que os outros foram moídos esportivamente, enquanto o #93 sofreu fisicamente mesmo.
A MotoGP volta às pistas no dia 11 de junho, para o GP da Itália, em Mugello. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.
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