Tanto a batida de Sebastian Vettel na Alemanha em 2018 quanto a de Charles Leclerc na França este ano aconteceram a dez corridas do fim da temporada. Mas mesmo com chances matemáticas, o título se distancia cada vez mais de Maranello — e da mesma forma como no passado, por culpa da própria Ferrari sob o aval da feroz imprensa italiana

O desespero de Charles Leclerc após a batida no GP da França não era para menos: mais uma vez, com uma liderança sólida na corrida, o piloto via os 25 pontos escorrerem por entre os dedos e o principal rival na disputa pelo título, Max Verstappen, aproveitar como ninguém o caminho aberto para mais um triunfo — o sétimo em 12 corridas realizadas na temporada 2022 da F1 até então.

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Imediatamente, porém, o monegasco chamou a responsabilidade para si: não houve quebras, nem problemas com pneus ou qualquer falha que tivesse provocado a escapada na curva 11 em Paul Ricard, no 17º giro da corrida. Leclerc simplesmente perdeu a traseira do carro e bateu contra a proteção de pneus.

Um erro puro e simples, como tantos outros já vistos na Fórmula 1. Erro que o próprio cometera em ocasiões passadas. Mas o visto em 24 de julho, no entanto, trouxe uma carga pesada de críticas e cobranças vindas da implacável imprensa italiana. “Criança envergonhada”, “fragilidade”, “campeão incerto” foram alguns termos usados pelo tradicional Corriere dello Sport, por exemplo. Enquanto isso, Mattia Binotto passava ileso ao tom feroz da mídia.

Charles Leclerc perdeu o carro e foi no muro na França (Foto: Reprodução/F1)

O que acontece com Leclerc nesse momento é muito semelhante ao que Sebastian Vettel viveu em 2018. Naquele ano, a Ferrari já contava com um jejum de 11 temporadas sem um piloto campeão — o segundo maior de sua história, igualando o período sem títulos de 1964 (John Surtees) a 1975 (Niki Lauda). A pressão sobre Vettel, que já trazia o peso dos seus quatro títulos conquistados com a Red Bull, só crescia.

Mas a Mercedes era a bola da vez, com um Lewis Hamilton implacável. Dominante na chamada era híbrida da Fórmula 1, os alemães vinham numa sequência de quatro mundiais de Pilotos e Construtores, enquanto a Ferrari ainda oscilava em meio às mudanças dos motores.

Mas 2018 começou diferente, e Vettel venceu as duas primeiras corridas da temporada, buscando a regularidade quando o degrau mais alto do pódio não era possível. E isso resultou na liderança do campeonato por dez etapas.

E então veio o GP da Alemanha, o 11º do calendário. Uma corrida em que a chuva acabou roubando a cena e foi crucial para o erro de Vettel na volta 52. Da mesma forma que Leclerc, o alemão perdeu o controle do carro e bateu sozinho. Um erro puro e simples. Inconformado, Seb socava o volante. Pelo rádio, a voz parecia embargada. Dali em diante, seria o adeus definitivo ao título, uma vez que Hamilton não só venceu em Hockenheim, como assumiu a liderança para de lá não sair mais.

A cena mais emblemática do GP da Alemanha em 2018: o abandono de Sebastian Vettel (Foto: Reprodução)

A imprensa italiana não perdoou: “erro devastador”, “entusiasmo exagerado” e tantas outras frases foram ditas para massacrar o piloto.

A Ferrari não venceu em 2018. Na verdade, não vence um Mundial de Pilotos desde 2007, com Kimi Raikkonen. Já são 15 anos, a segunda maior seca de títulos da sua gloriosa história, e a pressão sobre Leclerc tende a aumentar ainda mais. Os problemas da Ferrari, no entanto, não se resumem aos pilotos. Mas são sempre eles os “peões” do tabuleiro.

Sebastian Vettel na temporada 2018 até o GP da Alemanha:

GPs disputados: 11
Modelo: SF71H
Vitórias: 4
Segundos lugares: 1
Terceiros lugares: 1
Top-10: 4
Abandonos: 1 (Alemanha)
Poles: 5
Voltas mais rápidas: 1
Pontos conquistados: 171 pontos*
Distância para o líder: 17 pontos

Charles Leclerc na temporada 2022 até o GP da França:

GPs disputados: 12
Modelo: F1-75
Vitórias: 3
Segundos lugares: 2
Terceiros lugares: 0
Top-10: 4
Abandonos: 3 (Espanha, Azerbaijão e França)
Poles: 7
Voltas mais rápidas: 3
Pontos conquistados: 170 pontos*
Distância para o líder: 63 pontos

(Em 2018, não havia pontuação para a volta mais rápida, reintroduzida na F1 no ano seguinte. Em 2021, a categoria adotou o formato de corridas sprints em alguns finais de semana, também com a possibilidade de pontos para os pilotos)

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