Max Verstappen começou 2024 da mesma forma que 2023, mas será que dá para acreditar em mais ação da parte das adversárias? O Lado a Lado desta semana compara a abertura do Mundial deste ano com a da última temporada
A Fórmula 1 2024 começou da mesma forma como no ano passado: com vitória maiúscula de Max Verstappen no GP do Bahrein. Trabalho mesmo, o neerlandês só teve na largada, quando precisou se defender de Charles Leclerc, em segundo, mas nada ameaçador o bastante para temer não largar na frente na briga por mais um título na principal categoria do automobilismo mundial.
Foi a 55ª vitória de Max na carreira, com direito a pole-position, volta mais rápida e liderança de ponta a ponta — o famoso Grand Chelem, o quinto para o piloto da Red Bull, que está a três de igualar o recorde de Jim Clark.
Desde os testes coletivos, alguns dos principais adversários já se davam conta de que seria muito difícil impedir o tetra de Verstappen, assim como o hepta do time austríaco no Mundial de Construtores. De fato, o domínio confirmado pelo Grand Chelem já na abertura do campeonato deixou a impressão de que o #1 estará mais que disposto a conquistar o que ficou faltando em 2023.
Há, contudo, alguns aspectos que valem atenção e indicam que o domínio poderia ter sido muito maior. Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari, por exemplo, chamou atenção para o fato de Carlos Sainz, terceiro colocado, ter cruzado a linha de chegada ‘apenas’ 25s atrás de Verstappen. Isso porque na corrida barenita de 2023, a distância foi de quase 50s.
Ano passado, coube à Aston Martin ser a segunda força, com um aguerrido Fernando Alonso em terceiro. O espanhol, aliás, marcou lugar cativo no pódio nas seis primeiras etapas da temporada, ficando fora do top-3 apenas no GP do Azerbaijão. Mas a escuderia de Silverstone não conseguiu acompanhar o desenvolvimento das rivais mas experientes e perdeu fôlego na reta final, sendo superada não apenas por Ferrari e Mercedes, como também pela McLaren.
Este ano, logo atrás da Ferrari, foi o time de Brackley que se colocou como terceira força, com George Russell cruzando a linha de chegada em quinto, a mais de 48s de desvantagem — praticamente a mesma distância de Lewis Hamilton para Verstappen na corrida do ano passado, com o heptacampeão também em quinto. A boa notícia para a Mercedes é que apenas os italianos estão entre ela e a Red Bull agora.
A classificação também deu um vislumbre de competitividade, pois mesmo Max tendo anotado a 33ª pole da carreira, não foi ele o dono da melhor marca da sessão. Coube a Leclerc, no Q2, obter um tempo de volta mais rápido que o registrado pelo holandês no Q3 com a SF-24.
Em suma, será mais uma temporada em que os demais times terão de correr contra o tempo para preencher lacunas de desempenho, mas talvez 2024 proporcione mais oportunidades aos que deixaram Sakhir imediatamente atrás dos taurinos. E é a Ferrari quem larga na frente.
A vitória de Verstappen no GP do Bahrein de 2023
Pole-position: 1min29s708 (0s138 mais rápido que o segundo colocado)
Distância para o segundo colocado: 11s987 (Sergio Pérez)
Distância para o primeiro carro não Red Bull: 38s637 (Alonso, Aston Martin)
Voltas na liderança: 54 de 57
Volta mais rápida na corrida: 1min36s236 (+2s240 da volta mais rápida, de Guanyu Zhou)
Pontos: 25 de 26 possíveis
A vitória de Verstappen no GP do Bahrein de 2024
Pole-position: 1min29s179 (0s228 mais rápido que o segundo colocado)
Distância para o segundo colocado: 22s457 (Sergio Pérez)
Distância para o primeiro carro não Red Bull: 25s110 (Sainz, Ferrari)
Voltas na liderança: 57 de 57
Volta mais rápida na corrida: 1min32s608 (melhor volta)
Pontos: 26 de 26 possíveis
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