Herta encara ‘missão Franchitti 2010’ para impedir tri de Palou e levar título na Indy
Colton Herta precisa repetir Dario Franchitti contra Will Power em 2010, quando escocês descontou 59 pontos e foi campeão da Indy
Colton Herta tem uma missão muito difícil para conquistar o primeiro título da carreira na Indy. O piloto da Andretti precisa tirar 59 pontos de Álex Palou nas quatro corridas restante da temporada 2024 para, enfim, se sagrar campeão. Impossível? O retrospecto da categoria mostra que não. Foi exatamente essa diferença que Dario Franchitti tirou de Will Power em 2010 para conquistar o tricampeonato.
Desde 2008, a Indy é organizada pela IndyCar, empresa que é o resultado da reunificação entre IRL e ChampCar [antes, CART] entidades que derivaram da divisão que a categoria sofreu em 1996. Neste período de 17 campeonatos, somente em 2010 vimos uma virada tão grande no recorte de quatro etapas para o fim. O que mais se aproximou disso foi em 2015, quando Scott Dixon tirou 54 pontos de Juan Pablo Montoya e levou o título nos critérios desempate.
Herta sabe que vai precisar andar o fino em Portland, nas duas provas de Milwaukee e Nashville, palco da decisão da Indy, além de contar com infortúnios de Palou. Assim foi desenhado o título de Franchitti em 2010. Na ocasião, o então piloto do #10, mesmo carro do espanhol nos dias de hoje, arrancou com vitória a sequência das quatro corridas finais, disputada no oval de Chicagoland. O escocês anotou 50 pontos em um dia ruim de Power, que fez os 14 da 16ª posição.
Logo de cara, a vantagem foi recortada de 59 para 23 pontos, com três etapas em ovais para fechar aquele campeonato: Kentucky, Motegi e Homestead. Vale destacar que, naquele momento, Power nunca tinha vencido neste tipo de traçado. As cinco vitórias do australiano em 2010 foram São Paulo, São Petersburgo, Watkins Glen, Toronto e Sonoma — todos circuitos mistos.
Em Kentucky e Motegi, Helio Castroneves saiu vencedor, mas, mesmo sem vencer, Franchitti descontou alguns pontos para Power nas duas ocasiões. Foi quinto e segundo, respectivamente, nessas provas, enquanto o australiano ficou em sétimo e terceiro. Menos nove tentos para o #12, que ia à decisão com 14 de vantagem.
Em Hometead, Power, basicamente, precisava marcar Franchitti para ser o campeão. O escocês, que nada tinha a perder, foi para cima desde o início — liderou 128 voltas. Na caça ao adversário, no ensejo de estar próximo, o australiano bateu enquanto tentava dar uma volta em Ryan Hunter-Reay. Desse modo, abriu caminho para Franchitti ser campeão. Depois do acidente, o representante da Ganassi pilotou de maneira conservadora e chegou em oitavo para levar o título com 602 pontos, cinco a mais que Power.
Herta vai precisar elevar um pouco o nível nessa reta final de campeonato. Apesar de muita gente reforçar que Palou nunca venceu em ovais, o norte-americano também não. O representante da Andretti não teve muita sorte nesse traçado em 2024. Rodou sozinho em Indianápolis, viu o espanhol causar uma bandeira amarela ao bater sozinho em Iowa 1, bem no momento que estava nos boxes. Era o segundo colocado e foi para o fundo do pelotão. Na segunda do oval de Newton, terminou em quinto, enquanto Palou foi o segundo.
Além de melhorar as atuações, Herta vai para Portland, que é um palco onde o espanhol conhece muito bem: em três aparições, Palou venceu duas vezes — conquistou o título de 2023 no circuito do Oregon. Também vale destacar que o #10 terminou 11 das 13 corridas no top-5 em 2024, com um abandono [Iowa] e o 16º lugar na acidentada prova de Detroit. Uma consistência absurda.
Os números desta temporada mostram que Palou é, sem dúvidas, o favorito para o título. São favas contadas? Não. O histórico relembra que tudo pode acontecer na Indy.
A Indy retorna já neste fim de semana com a etapa de Portland, no Oregon, marcada para o próximo domingo (25), com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.
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