Power cutuca F1 e defende disputa interna na Penske: “Aqui não tem jogo de equipe”
Mesmo depois de cair da segunda para a quarta posição no campeonato após o GP de Gateway, Will Power defende Penske: "Difícil fazer piloto abrir mão da vitória"
O acidente na reta final do GP de Gateway, disputado no último sábado (17) e vencido por Josef Newgarden, fez as chances de título diminuírem bastante para Will Power. O australiano viu a desvantagem para Álex Palou subir de 49 para 66 pontos, além de cair da segunda para a quarta posição. Enquanto muita gente no paddock da Indy sugeriu que a Penske deveria priorizar o #12, o piloto defendeu a postura da equipe e até cutucou a Fórmula 1 pela forma como é realizado o jogo de equipe por lá.
Aliás, o acidente no qual acabou envolvido teve muita repercussão dentro da Penske. Durante a penúltima relargada da corrida, com dez voltas para o final, Power foi acertado por Alexander Rossi na saída da curva 4, o que gerou uma bandeira vermelha. O piloto de 43 anos — e também outros pilotos do grid — reclamou de Newgarden, também da Penske, que não manteve o ritmo constante antes da bandeira verde. O australiano ficou bastante irritado com o companheiro, tendo mostrado o dedo médio a ele durante a realização da etapa, além de ter dito em entrevista que o bicampeão da Indy 500 “foi quem mais errou” no episódio.
O incidente também gerou alguns comentários diversos dentro do paddock da Indy, afinal, ficou evidente que a Penske não priorizou seu principal piloto na disputa pelo título e que a postura de Newgarden, que buscava a vitória, na relargada deixou Power exposto ao acidente. Por essas razões, alguns especialistas sugeriram que o time deveria ter dado preferência ao australiano.
Power declarou que ordens de equipe nunca foi escopo do trabalho na Penske, onde está desde 2009, e que valoriza esse tipo de postura. O australiano explicou o quanto é difícil vencer na Indy, portanto, entende que é complexo determinar uma mudança de posição. No entanto, o #12 apontou apenas uma condição aceitável para jogo de equipe: valer o título na última etapa.
“Tenho de me colocar na frente no começo. Acho que isso é muito possível vendo o que nós três fizemos nas últimas três provas. É muito difícil dizer para um piloto abrir mão da vitória — simplesmente, é. Sei disso por já ter estado dos dois lados. É muito complicado vencer na Indy, aí chega final de temporada e tem de falar para o cara deixar o outro ganhar…”, declarou Power à revista norte-americana Racer.
“Caso seja na última corrida, não questiono. Esse sempre foi o caso na Penske. Se for para fazer o time ser campeão, isso deve ser feito. Mas é difícil fazer essas coisas [jogo de equipe] com quatro ou cinco etapas para o final”, completou.
No entanto, Power revelou que os pilotos chegaram a conversar sobre possíveis ordens de equipe para Gateway, no entanto, o australiano fez questão de esclarecer que não foi discutido abrir mão da vitória no circuito oval de Madison.
“Conversamos como equipe antes [do GP de Gateway] e, basicamente, dissemos o seguinte: ‘sabemos onde estamos na classificação do campeonato. Se puder ajudar o companheiro, ajude’. Mas falamos isso caso fosse um quinto ou sexto lugar”, comentou.
Ao explicar como funciona a jornada dentro da Penske, Power alfinetou a forma como funciona o jogo de equipe na F1, que, na maioria dos casos, tem determinado quem é o piloto principal. Porém, o australiano admitiu que é difícil administrar as disputas francas dentro do time.
Neste ano, inclusive, a Penske conviveu com alguns toques entre seus pilotos na pista. No GP de Toronto, o próprio Power acertou Scott McLaughlin na reta final da prova, o que deixou o neozelandês possesso com o companheiro — o australiano foi punido na ocasião por contato evitável. Em Laguna Seca, foi o contrário: o McLaughlin mergulhou para cima de #12. Power perdeu algumas posições, mas fechou a corrida em sétimo, enquanto o #3 precisou ir aos boxes e ficou apenas com a 21ª colocação.
“Na Fórmula 1, sim. Eles definem essas coisas e mudam as posições ainda cedo na temporada, mas é por isso que sempre gostei da Penske, pois deixam os pilotos correrem contra os outros e serem responsáveis pelas disputas. Não tem ordem de equipe, não escolhem o número 1. Todos são competidores principais, pilotos de alto nível, com capacidade de vencer corridas e campeonatos”, pontuou Power.
“Equilibrar isso é difícil. Sempre tive disputas com companheiros de equipe por vitórias e títulos, mas esse é o caminho para quem corre na Penske”, finalizou.
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A Indy retorna já neste fim de semana com a etapa de Portland, no Oregon, marcada para o próximo domingo (25), com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.
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