Dixon é hexacampeão com 3º lugar em St. Pete. Newgarden brilha e vence na final
Josef Newgarden fez a parte dele e venceu de forma brilhante em St. Pete, mas não foi suficiente. Em terceiro, Scott Dixon também foi muito bem para ser hexacampeão
O caos esperado desde a classificação apareceu também neste domingo (25), mas não mexeu com o título da temporada 2020 da Indy. Em uma corrida repleta de confusões, Josef Newgarden venceu pela quarta vez no ano, com direito a uma relargada fenomenal passando dois carros na curva 1 para assumir a liderança. Mas não foi suficiente. Em terceiro, Scott Dixon reencontrou sua melhor forma na hora certa e, assim, se tornou hexacampeão da categoria.
A segunda colocação ficou com Pato O’Ward, que tem tudo para ser o grande rival do neozelandês da Ganassi e do americano da Penske nos próximos muitos anos de Indy. O mexicano é o futuro em meio a dois nomes mais do que consolidados que protagonizaram a disputa de 2020.
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Sébastien Bourdais teve um desempenho excelente e colocou a Foyt em quarto, na frente de Ryan Hunter-Reay que, no fim das contas, foi a melhor Andretti. A equipe, aliás, dominou o final de semana e a corrida quase inteira, mas empilhou erros com seus pilotos, especialmente Colton Herta, Alexander Rossi e James Hinchcliffe.
Simon Pagenaud ficou em sexto, com o top-10 tendo ainda Marcus Ericsson, Charlie Kimball, Graham Rahal e Takuma Sato.
Saiba como foi a final em St. Pete
A largada para a decisão da Indy em St. Pete aconteceu às 15h33 (em Brasília). Will Power manteve a dianteira com o trio da Andretti na sequência com Alexander Rossi, Colton Herta e James Hinchcliffe, em ordem. Josef Newgarden até partiu bem, mas não conseguiu levar a sétima colocação de Sébastien Bourdais.
Os minutos iniciais de final foram bem positivos para Scott Dixon. O neozelandês ficou tranquilinho em 11º, já que ninguém passava ninguém e que Simon Pagenaud e Scott McLaughlin, parceiros de Newgarden, foram muito para o fundo do pelotão no começo.
A corrida teve o primeiro momento de loucura ainda antes das 10 voltas completadas. É que Power perdeu ritmo de forma bem estranha, ficou meio de lado e caiu para quarto, com uma trinca da Andretti na frente e Rossi no comando. Enquanto isso, Newgarden tentava passar Bourdais, mas quase acabou atrás de Rinus VeeKay, no lado sujo da pista.
Cedo, bem cedo, alguns pilotos já recorriam aos boxes, tentando o pulo do gato, mas também mostrando como os pneus macios estavam se desgastando prematuramente. Eram eles: McLaughlin, Felix Rosenqvist, VeeKay e Marcus Ericsson.
Bourdais era o primeiro a parar do grupo dos ponteiros, já sofrendo bem com o desgaste. Mas o que mais chamava a atenção até ali era o ritmo das Andretti, que pareciam em outra liga e colocavam 11s em Power.
Rossi e Herta começavam a se descolar também de Hinch ali no fim do primeiro quarto de corrida, na volta 25. Os dois andavam próximos, já 6s na frente do canadense e 14s de Power e Pato O’Ward. Newgarden não conseguia se livrar de Jack Harvey, enquanto Dixon se posicionava em nono, com a situação muito controlada.
Newgarden foi aos boxes na volta 29, trocando os pneus duros pelos macios. Dixon, para marcar o rival, fez o mesmo na sequência, mas indo dos macios para os duros. Chamava atenção, é claro, como o stint do neozelandês havia sido longo com os pneus que desgastam mais.
A volta de todo mundo para a pista após a primeira parada rendeu momentos interessantes. Power tomou um susto com Newgarden e quase bateu no companheiro, mas, depois de ser ultrapassado, assumiu um ótimo papel de escudeiro e foi prendendo uma turma grande enquanto Josef sumia. Só que aí acabou a festa. Na volta 37, o australiano deu no muro e acabou com o entretenimento momentâneo.
Will ainda deu um espetáculo um tanto lamentável jogando as luvas longe após descer do carro, bastante irritado, aparentemente com o próprio erro. Veio a bandeira amarela, com 60 voltas pela frente.
Na relargada, Newgarden saiu cheio de decisão e logo tirou VeeKay do caminho, ficando atrás apenas de Rossi, Herta e Hinch. Mas, antes de pensar em mirar nas Andretti, amarela novamente acionada com uma paulada de Santino Ferrucci na curva 2. Perto da metade, era Josef em 4º, Scott em 9º.
Antes mesmo da relargada, Conor Daly surgiu com problemas, tendo de recolher também. E o resta um continuava a todo vapor: McLaughlin rodou após tocar em Andretti quando deu a bandeira verde e foi com tudo com VeeKay. Mais um duplo abandono, ótimas notícias para Dixon, o oitavo colocado e cada vez mais perto da taça.
Com todo o tumulto, a bandeira amarela era bem longa na prova e restavam apenas 18 pilotos na mesma volta, com Rosenqvist insistentemente entre os líderes para a relargada, mas como retardatário. A bandeira verde voltou no 53º giro, na contagem regressiva da definição da taça.
Newgarden tentou, mas não conseguiu se livrar de Hinch, enquanto Dixon teve um movimento mais feliz: após Harvey tocar O’Ward – e acabar punido, o neozelandês passou Harvey e Rahal, subindo para sexto e se livrando bem de uma confusão grande de carros. Ali no meio, aliás, destaque para Andretti, que limpava meia dúzia de rivais para virar sétimo. Na frente, Rossi e Herta isolados.
Na volta 63, um momento crucial na disputa: Herta rodou sozinho e voltou imediatamente atrás de Newgarden. Aí, o piloto da Penske foi aos boxes para sua última parada. Viria um stint muito longo aí de pneus duros, mas a volta para a pista era complicada, apenas em 18º.
Quando todo mundo dos ponteiros foi aos boxes, a ordem nova tinha, mais uma vez, as Andretti na frente. Só que aí Rossi resolveu aprontar: rodou, deu no muro, atravessou na pista e abandonou.
Em amarela, com menos de 30 voltas para o fim, Rahal liderava, seguido por Ryan Hunter-Reay, Askew e Ericsson, mas todos ainda precisariam parar, bem como Palou, o sétimo. Herta e Hinch vinham em quinto e sexto, Newgarden era oitavo, Dixon surgia em décimo, bem sossegado. O top-4, então, ia todo para os boxes.
Veio a relargada com 25 voltas para o final e: mais confusão, é claro. Primeiro, Sato perdeu o ponto de frenagem e deu em cheio de Marco Andretti, que foi parar na barreira de pneus. Aí Hinchcliffe fez uma barbeiragem sem tamanho: em safety-car, rodou sozinho e ainda bateu em Harvey ao voltar para a pista, quebrando o bico.
Mais uma vez, amarela na pista e aí coisa ficou ainda mais complexa porque, do nada, começou a cair uma bela chuva em St. Pete. Talvez fosse a única chance de Dixon, em quinto, perder o título para Newgarden, em terceiro. Herta, Palou, Newgarden, O’Ward e Dixon formavam o top-5.
A relargada aconteceu com 22 voltas para o fim e Newgarden foi simplesmente brilhante. O americano montou na zebra e, em uma curva, passou Palou e Herta, uma manobra excepcional. Mas Dixon também foi ótimo, tirando Palou do caminho e subindo para terceiro, se mantendo bem confortável para ser hexacampeão.
Os pilotos relargaram com 17 voltas para o fim e O’Ward estava absurdamente rápido. O mexicano atropelou Dixon e Herta e colou no líder Newgarden, a manobra parecia questão de tempo. Nisso, Herta escapava da pista de novo, com Bourdais e Palou no top-5, atrás de um virtual hexacampeão Dixon.
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A temporada chegava aos últimos 10 giros, com Newgarden fugindo de O’Ward com os pneus aquecidos. Dixon, em terceiro, até era ameaçado por um animado Bourdais, mas precisaria perder mais sete posições para perder. Palou, Hunter-Reay, Pagenaud, Rosenqvist, Ericsson e Kimball fechavam um estranho top-10.
As voltas finais foram quase que meramente protocolares. Palou foi aos boxes já sem nada de combustível, deixando Newgarden, O’Ward, Dixon, Bourdais, Hunter-Reay, Pagenaud, Ericsson, Kimball, Rahal e Sato no grupo dos dez primeiros.
No fim, uma corrida absurdamente amarga para a Andretti, que dominou e só teve um carro no top-10, uma grande vitória de Newgarden, um hexacampeonato merecido de Dixon.
Indy 2020, GP de St. Pete, Final:
1 | J NEWGARDEN | Penske Chevrolet | 2:06.12.595 | 100 voltas |
2 | P O’WARD | McLaren Chevrolet | +4.141 | |
3 | S DIXON | Ganassi Honda | +6.156 | |
4 | S BOURDAIS | Foyt Chevrolet | +7.413 | |
5 | R HUNTER-REAY | Andretti Honda | +9.753 | |
6 | S PAGENAUD | Penske Chevrolet | +10.577 | |
7 | M ERICSSON | Ganassi Honda | +11.070 | |
8 | C KIMBALL | Foyt Chevrolet | +15.858 | |
9 | G RAHAL | RLL Honda | +16.374 | |
10 | T SATO | RLL Honda | +16.775 | |
11 | C HERTA | Andretti Honda | +24.215 | |
12 | M CHILTON | Carlin Chevrolet | +30.472 | |
13 | A PALOU | Dale Coyne Honda | +43.579 | |
14 | J HINCHCLIFFE | Andretti Honda | +1:04.066 | |
15 | R VEEKAY | Carpenter Chevrolet | +2 voltas | |
16 | O ASKEW | McLaren Chevrolet | +2 voltas | |
17 | C DALY | Carpenter Chevrolet | +2 voltas | |
18 | F ROSENQVIST | Ganassi Honda | +2 voltas | |
19 | J HARVEY | Meyer Shank Honda | +3 voltas | |
20 | M ANDRETTI | Andretti Honda | +26 voltas | NC |
21 | A ROSSI | Andretti Honda | +31 voltas | NC |
22 | S McLAUGHLIN | Penske Chevrolet | +54 voltas | NC |
23 | S FERRUCCI | Dale Coyne Honda | +60 voltas | NC |
24 | W POWER | Penske Chevrolet | +65 voltas | NC |
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