Herta e O’Ward transformam futuro em presente e ameaçam Dixon e Newgarden
Scott Dixon e Josef Newgarden dominaram as últimas quatro temporadas da Indy, mas, por mais que provavelmente sigam como favoritos em 2021, não estão mais sozinhos. E as atuais principais ameaças são da nova geração: Colton Herta e Pato O'Ward
A Indy passa por um momento bastante especial. Após um 2020 complicado, com um calendário remendado e o nível bastante comprometido com a estreia do aeroscreen em meio a uma pandemia, a categoria já passa a olhar para 2021 e vê um cenário positivo no horizonte. Equipes consolidadas, pistas interessantes de volta e, claro, um grid bem diversificado e de qualidade. É aí que entram Colton Herta e Pato O’Ward, nomes do futuro, mas também do presente da categoria.
A temporada 2020, reduzida a 14 corridas e cheia de pistas repetidas, teve domínio de Scott Dixon de ponta a ponta e, como adversário mais próximo, um Josef Newgarden que foi varrendo a concorrência nos dois terços finais de ano para quase ficar com a taça. Olhando um pouco mais além, o cenário de Dixon e Newgarden no topo também se repetiu em 2019, 2018 e 2017, ou seja, são realmente caras que sempre precisam ser tratados como favoritos ao título.
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Mas, definitivamente, a tendência é que a dupla não esteja mais sozinha na disputa, foi algo circunstancial. Sendo assim, 2021 promete a volta de nomes como Alexander Rossi, Simon Pagenaud e Will Power para a briga, mas, principalmente, os de Herta e O’Ward. Aos 20 e 21 anos de idade, terceiro e quarto colocados no campeonato que se encerrou em St. Pete, os dois garotos já surgem como forças do grid e merecem, sim, o posto de principais desafiantes de Dixon e Newgarden.
Herta talvez esteja um passinho adiante de O’Ward em uma primeira análise. É que o americano, ainda que seja um pouquinho mais novo e que até tenha perdido do mexicano no confronto direto que tiveram na Indy Lights de 2018, já está mais consolidado na Indy. Parece pouco, mas ter duas temporadas completadas contra uma e meia do rival é algo que faz a diferença. Indo além, são três vitórias já conquistadas, enquanto Pato ainda busca a primeira, que parece prestes a sair.
Tem ainda um fator que não pode ser ignorado de forma alguma: Colton está na Andretti, enquanto Pato defende a McLaren. Sim, sabemos que o 2020 dos dois times não foi lá tão diferente, mas a McLaren é ainda uma equipe que está entendendo como a Indy funciona e que, naturalmente, tende a oscilar. A Andretti, por outro lado, está entre as três gigantes do grid e, mesmo em uma temporada fraca, mostrou que pode ser extremamente dominante, como na reta final do calendário.
O’Ward, aliás, ainda tem um outro ponto a encarar: a dificuldade imensa de encaixar dois anos positivos seguidos em sua tumultuada carreira. O talentosíssimo mexicano tem um histórico de escolhas erradas, falta de orçamento e coisas do tipo que o fizeram peregrinar por categorias mundo afora. Agora, com a estabilidade de uma McLaren por trás, parece ter tudo nas mãos para progredir e atingir o imenso potencial que já mostrou ter.
“Estou muito orgulhoso da McLaren e de mim pelo que alcançamos neste ano. Nossa vitória vai ter de esperar. Chegamos em segundo na corrida, apenas cinco pontos atrás de terceiro no campeonato. Temos de ficar muito orgulhosos, sou muito grato pela oportunidade que consegui. Acho que mostramos que somos uma força a ser reconhecida, vamos nos esforçar no próximo ano para ameaçar ainda mais os veteranos. Espero levar até a última corrida e ganhar o título”, prometeu Pato.
Em condições normais, como na Fórmula 1, por exemplo, com Charles Leclerc, Max Verstappen, Pierre Gasly e companhia, talvez devêssemos projetar o futuro da Indy a partir de Herta e O’Ward, mas a realidade é outra. Em uma categoria muito mais equilibrada, os dois são forças que merecem ser consideradas já para 2021, frequentando pódio, vencendo corridas e desafiando pelo título.
A disputa Dixon x Newgarden deve se repetir em 2021, é claro, mas é bastante provável que os dois ganhem a companhia dos jovens Herta e O’Ward. O americano e o mexicano, assim, podem atropelar a tal passagem de bastão e já roubar títulos dos dominantes ainda no início de suas muito promissoras trajetórias.
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