Ericsson vence após decolar em acidente em GP de Nashville de 9 bandeiras amarelas

Marcus Ericsson saiu de uma decolagem por cima de Sébastien Bourdais para uma quase que inexplicável vitória no GP de Nashville. Colton Herta deu show, mas acabou no muro a prova de nove bandeiras amarelas e duas vermelhas

É difícil entender como, mas Marcus Ericsson venceu o GP de Nashville da Indy 2021. Neste domingo (8), o sueco chegou a cair para as últimas posições ao arrebentar o carro decolando por cima de Sébastien Bourdais, mas a Ganassi ajeitou o carro e, com estratégia perfeita e ótima atuação defensiva, o sueco triunfou pela segunda vez no ano.

A corrida foi absolutamente caótica. Foram mais de 2 horas de uma prova que tinha 80 voltas em um traçado curto. Ocorre que as confusões foram múltiplas, com nove bandeiras amarelas e duas vermelhas sendo acionadas no período. A última delas acabou sendo a mais marcante: líder de todas as atividades e dono de uma atuação de gala na corrida, Colton Herta estampou o muro quando perseguia Ericsson.

Scott Dixon passou muito longe de brilhar, mas ficou lá com a segunda colocação, aproveitando o abandono de Herta. O neozelandês, assim como Ericsson, entrou de vez na briga pelo campeonato. O pódio ainda teve James Hinchcliffe, que não ficava no top-3 desde Iowa, em 2019, e que não tinha sequer um top-10 em 2021.

Ryan Hunter-Reay, Graham Rahal e Ed Jones cruzaram a linha de chegada na sequência. Álex Palou, que teve de remar para se recuperar de um incidente no início, salvou alguns pontos em sétimo, com Felix Rosenqvist logo atrás.

Helio Castroneves foi nono em sua segunda corrida pela Meyer Shank. Josef Newgarden, dono da casa, foi envolvido em alguns incidentes e não passou de décimo. Santino Ferrucci perdeu o 100% de aproveitamento de top-10 em 2021, mas foi por pouco: 11º lugar para ele. Em dia de azar e também de certo arrojo excessivo, Pato O’Ward ficou só em 13º.

Marcus Ericsson venceu em Nashville (Foto: IndyCar)

Confira como foi o GP de Nashville

O GP de Nashville já teve drama antes mesmo da largada. Quando os carros saíram para as voltas de aquecimento, Jimmie Johnson ficou nos boxes, com problemas ainda consequentes da série de batidas no fim de semana, especialmente da sofrida ainda no warm-up, poucas horas antes da prova.

A largada veio às 18h51 (em Brasília), com a aceleração acontecendo na saída da ponte. Colton Herta segurou bem o pelotão e manteve a dianteira, com Alexander Rossi partindo para cima e deixando Scott Dixon para trás.

O destaque negativo da largada ficava com Josef Newgarden. Dono da casa, o americano não saiu muito bem, mas tomou uma fechada forte de Graham Rahal e, espremido no muro, despencou para 17º. O grupo da frente tinha Herta, Rossi, Dixon, Romain Grosjean e Felix Rosenqvist.

Josef Newgarden não começou bem (Foto: IndyCar)

A primeira bandeira amarela veio já na volta 2, com o carro de Dalton Kellett simplesmente parando. No rádio, o canadense reclamou que o volante simplesmente soltou na mão dele. Johnson aproveitava ali para fazer mais reparos no carro.

Veio a relargada no quinto giro e, para a surpresa de absolutamente ninguém, nova amarela. Só que essa muito mais preocupante e, inexplicavelmente, demorada. Assim que saiu a bandeira verde, Marcus Ericsson se precipitou e montou na traseira de Sébastien Bourdais, decolando por cima do francês da Foyt.

Os dois carros tiveram estragos gigantescos, mas a direção de prova esperou quase uma volta toda para acionar a amarela. Para Bourdais, o pior: o carro ficou danificado o bastante para aquilo virar um abandono, o terceiro no ano em que o francês não teve culpa alguma.

Marcus Ericsson bateu em Sébastien Bourdais (Foto: Reprodução)

Bandeira verde de volta no décimo giro e Herta sumindo na frente. Aí vinha um bolo com Rossi, Dixon e Grosjean. Depois, as McLaren de Rosenqvist e Pato O’Ward. Newgarden já era 20º, também tendo perdido terreno na pancada de Ericsson em Bourdais.

A corrida vinha finalmente acontecendo de forma tranquila e, mesmo sem boas disputas, ao menos vinha rolando em bandeira verde. Só que Ed Jones tinha planos diferentes e deu no meio de Scott McLaughlin, que atravessava na curva 4. Nova intervenção da amarela.

Começava ali a batalha de estratégias. Álex Palou, James Hinchcliffe, Ryan Hunter-Reay, Helio Castroneves e Newgarden estiveram entre os pilotos que tentaram o pulo do gato na estratégia, já na volta 18 das 80 previstas nas ruas de Nashville.

A bandeira verde retornava na 20ª volta, mas saía de forma relâmpago. Os créditos, se é que podemos chamar assim, iam todos para Will Power. O australiano forçou muito na relargada em cima do companheiro Simon Pagenaud e prensou o francês no muro. Veio, então, um engarrafamento com mais de dez carros parados.

Naturalmente, bandeira vermelha acionada para que tanta gente fosse retirada da curva e o caminho fosse aberto. Ali, não havia dúvidas, o negócio demoraria muito. Da confusão toda, os maiores estragos pareciam com Cody Ware e Johnson, que se chocaram, além de Takuma Sato e Rinus VeeKay, que cravaram o muro.

Depois de longos mais de 20 minutos, a amarela voltava, com os carros retornando para a pista. Só que um ficava de fora: na Indy, diferentemente da F1, não se pode mexer no bólido em bandeira vermelha. A Ganassi revirou o #48 de Johnson, que foi desclassificado.

A relargada acontecia na volta 24 e, num primeiro momento, com tranquilidade no pelotão. VeeKay e Sato seguiam nos boxes, enquanto Jones era punido, ainda pela batida em McLaughlin. Lá na frente, Herta abria 3s6 para Rossi em duas voltas, enquanto Grosjean colava em Dixon pelo top-3.

Em busca de uma improvável recuperação pelo traçado de difícil ultrapassagem, Newgarden aparecia em 13º, seguido por Conor Daly, Harvey e Castroneves. Aí vinha McLaughlin, que passou muito perto de estampar Max Chilton no muro ao sambar na ponte pelos bumps.

Rinus VeeKay bateu duas vezes (Foto: IndyCar)

Claro que veio uma amarela pouco depois. Na volta 32, VeeKay voltou a estampar o muro, parando as coisas. Foi aí a chave para uma rodada de paradas dos líderes e, obviamente, confusão na ordem das posições no pelotão. Do nada, Ericsson surgia na frente, com Hunter-Reay também na frente de Herta e Rossi. Aí pintavam Hinch, Newgarden, Daly, Dixon, Rosenqvist, Harvey e Castroneves.

Só que acontecia o seguinte: o VAR da Indy entrava em ação para ver quem na verdade voltou na frente de quem e Herta e Rossi recuaram mais um posto, com Hinch em terceiro. Tudo parecia pronto para mais uma tentativa de relargada.

A relargada acontecia no 36º giro e Herta e Rossi vinham com tudo, nervosos pela perda de posições nos boxes. E os dois pareciam até sincronizados. Primeiro, Colton limpou Hinch e Alex acompanhou. Depois, fizeram o mesmo com Hunter-Reay.

Novamente, a amarela voltava rapidinho. E as figuras se repetiam: McLaughlin e Kellett no muro. Mas o causador também não era novo: Power, que bateu no companheiro de equipe neozelandês. Dalton foi meio barbeiro e não desviou a tempo do #3 da Penske. Aquela amarela parecia que demoraria, com muito óleo na pista.

Os boxes foram abertos na volta 46 e muita gente resolveu ir aos boxes, entre eles Ericsson, Rossi, Hinch, Dixon e Hunter-Reay, que voltavam a partir do oitavo lugar. A nova ordem tinha Herta, Newgarden, Daly, Harvey, Grosjean, O’Ward, Pagenaud e Ericsson. E um novo elemento pintava: teríamos sol até o fim das 80 voltas?

A relargada saiu na volta 51, com o grid misturando pilotos com e sem paradas e depois de uma longa pausa para retirada de óleo da pista. Amarela voltava na hora, claro, com O’Ward e Rossi se tocando e o mexicano ficando atravessado.

Por sorte, o resgate foi rápido, mas deu tempo de alguns pilotos pararem, entre eles Herta, Newgarden, Daly, Pagenaud, Power e Rossi. Na nova ordem, Grosjean surgia na liderança para a relargada na volta 53, com Ericsson, hinch, Dixon, Hunter-Reay, Rosenqvist, Ware, Herta, Rahal e Castroneves em um top-10 quase inexplicável como um todo.

A ação recomeçava com Herta jantando todo mundo e já surgindo em sétimo, colado em Rosenqvist. Rossi vinha sedento no fundo, tentando retomar terreno. Só que, evidentemente, mais uma amarela logo saía, com 25 voltas para o fim. Sozinho, Ware rodava e batia no nono lugar. O americano até tentou voltar sozinho, mas o carro morreu.

Grosjean foi aos boxes e Ericsson liderava com Dixon, Hinch, Hunter-Reay, Rosenqvist e Herta atrás. A relargada foi dada na volta 58 e Colton atropelou Felix, voltando ao top-5. Palou já era nono, Newgarden subia para 12º.

Apesar da corrida como um todo ter um nível complicadíssimo e um excesso absurdo de amarelas, Herta dava um show. E assim tirava Hunter-Reay e Hinchcliffe da frente sem tomar conhecimento dos dois, colando em Dixon e já olhando para Ericsson.

Simon Pagenaud abandonou após tomar dois toques (Foto: IndyCar)

Ericsson fazia exibição fantástica de defesa contra um inspiradíssimo Herta, que queria a vitória de qualquer jeito. A corrida flertava com uma nova amarela quando Grosjean tocava Pagenaud, que ficava com um pneu furado. No entanto, verde mantida.

Herta tentou um ataque desesperado, mas Ericsson fechou a porta e, travando os pneus, o piloto da Andretti quase estampou o muro. Enquanto isso, Pagenaud abandonava e Ware era desclassificado por não conseguir voltas rápidas o suficiente. Grosjean também tinha problemas e voltava aos boxes já com seis voltas para o fim.

O fim de semana perfeito de Colton acabava da pior forma possível. Na perseguição a um Ericsson que já parecia poupar combustível, Herta travou tudo de novo, mas não conseguiu salvar. O americano arrebentou o carro no muro. Arrebentou tanto que a nona amarela virou segunda bandeira vermelha. Colton saiu chorando, ciente do show que estava dando.

Ninguém tinha ideia se haveria relargada, mas a ordem da corrida tinha Ericsson, Dixon, Hinch, Hunter-Reay, Rahal, Rosenqvist, Jones, Palou, Castroneves, Newgarden e Ferrucci. Às 21h19 (em Brasília), uma nova amarela era acionada para a volta à pista, para tentarem algumas voltas em verde na chegada. Seriam tentadas duas voltas em verde.

A sensação que ficou da relargada foi de que quase todo mundo estava satisfeito simplesmente por completar a prova. Assim, Ericsson arrumou sua segunda vitória na Indy, as duas em 2021, as duas em pistas de rua.

Indy 2021, GP de Nashville, Final:

1M ERICSSONGanassi Honda2:18:49.83180 voltas
2S DIXONGanassi Honda+1.560 
3J HINCHCLIFFEAndretti Honda+2.392 
4R HUNTER-REAYAndretti Honda+2.802 
5G RAHALRLL Honda+4.083 
6E JONESDale Coyne Honda+4.772 
7A PALOUGanassi Honda+5.533 
8F ROSENQVISTMcLaren Chevrolet+5.967 
9H CASTRONEVESMeyer Shank Honda+6.787 
10J NEWGARDENPenske Chevrolet+7.529 
11S FERRUCCIRLL Honda+8.493 
12C DALYCarpenter Chevrolet+8.832 
13P O’WARDMcLaren Chevrolet+9.121 
14W POWERPenske Chevrolet+9.596 
15J HARVEYMeyer Shank Honda+11.092 
16R GROSJEANDale Coyne Honda+12.276 
17A ROSSIAndretti Honda+16.530 
18M CHILTONCarlin Chevrolet+24.845 
19C HERTAAndretti Honda+6 voltasNC
20C WAREDale Coyne Honda+10 voltasNC
21S PAGENAUDPenske Chevrolet+12 voltasNC
22S McLAUGHLINPenske Chevrolet+13 voltasNC
23D KELLETTFoyt Chevrolet+43 voltasNC
24R VEEKAYCarpenter Chevrolet+56 voltasNC
25T SATORLL Honda+61 voltasNC
26J JOHNSONGanassi Honda+62 voltasNC
27S BOURDAISFoyt Chevrolet+75 voltasNC

Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! Clique aqui.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.