Retrospectiva 2021: Centro das atenções da Indy, Grosjean brilha em ano de estreia

Romain Grosjean seria uma das estrelas da temporada 2021 da Indy mesmo que andasse mal. Só que o francês brilhou no ano de estreia e saiu como um dos destaques da categoria e, de certa forma, favorito a brigar até pelo título em 2022

A Retrospectiva 2021 da Indy não podia deixar de ter um capítulo especial para a fabulosa temporada de recuperação de Romain Grosjean. Grande figura da categoria antes mesmo de fazer sua primeira corrida, o francês já era centro das atenções pela história de vida e sobrevivência pela qual passou em 2020, mas tratou de ir muito além no ano de estreia nos EUA.

Para contextualizar a situação: depois de uma década de Fórmula 1, o ciclo de Romain por lá se encerrou. Só que o fim foi melancólico, quase trágico, aliás. É que, já depois de saber que não seguiria no grid em 2021, Grosjean se envolveu em um gravíssimo acidente no GP do Bahrein, ficou em meio a uma bola de fogo e, por questão de segundos e de centímetros, não morreu.

Primeiro, um impacto fortíssimo com o guard-rail, que só não gerou algo maior pela presença do Halo da Haas. Depois, quando Grosjean ficou preso na mureta com o carro estraçalhado, o incêndio pegou forte e foi basicamente um milagre que fez o francês deixar o carro e ser salvo pela equipe de resgate.

A foto da mão de Grosjean que ganhou a internet (Foto: Grace Hollars)

As imagens rodaram o mundo, comoveram a F1 e o esporte como um todo. A recuperação de Grosjean, então, passava a ser um dos maiores interesses no automobilismo de 2021. Com algumas lesões e queimaduras pesadas nas mãos, Romain optou pela Indy e fechou com a Dale Coyne, mas com uma condição: não faria ovais, pelo risco que as pistas impõem.

Foi cercado de desconfiança quanto à forma física e em baixa nos resultados por uma pobreza completa da Haas, que o francês desembarcou nos EUA. Em um primeiro momento, temeu-se que Romain fosse sofrer no fundo do grid da Indy, até porque havia assinado com uma equipe que, historicamente, frequentava justamente aquela parte do pelotão. Só que a resposta foi maravilhosa.

Com um top-10 logo na estreia, no Alabama, Grosjean já despertou atenções maiores na Indy. Quando a categoria chegou em Indianápolis, então, aí conquistou a galera de vez. Pole e segundo colocado no misto da pista mais importante do mundo, Romain já comprovava que tinha tudo para brilhar como outrora havia feito na F1 e, com a torcida aos seus pés, foi se apaixonando pela nova categoria como até ele jamais havia esperado.

Vieram mais dois pódios na temporada, justamente no GP de Indianápolis 2, mas também em Laguna Seca. No fim, um 15º lugar geral que foi excelente para alguém que deixou de disputar três etapas, sendo uma delas em pontuação dobrada, as 500 Milhas de Indianápolis. E, sim, três etapas que faltaram para Romain e não quatro. Esse é mais um ponto que indica como a temporada foi especial.

Romain Grosjean está feliz da vida na Indy, agora na Andretti (Foto: IndyCar)

É que Grosjean gostou tanto da Indy, se sentiu tão vivo na categoria, tão competitivo, que resolveu se arriscar também nos ovais. Primeiro, foi 14º, mas com boas ultrapassagens feitas em Gateway, o oval curto mais simples que teria à disposição. Depois, definiu que iria tentar a temporada completa em 2022, a única forma de, quem sabe, poder ser campeão.

A assinatura de contrato com a Andretti confirma isso tudo. Primeiro, porque impressionou um dos principais times do grid, ou seja, mostrou que tem nível para disputar coisas maiores na Indy. Depois, porque confirma a ambição de Romain de ter algo maior na categoria.

Aos 35 anos e em um lindo caso de amor com a nova casa, Grosjean entra em 2022 como um dos favoritos a vencer corridas e, quem sabe, até a brigar pelo título da Indy. Alguém ainda duvida de algo vindo do francês?

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