Retrospectiva 2023: O’Ward faz ano de bons momentos, mas acaba sem vitórias na Indy

Embora tenha conseguido uma temporada sólida na Indy em 2023, Pato O'Ward sofreu com alguns azares ao longo do ano e não venceu uma corrida sequer com a McLaren

Depois de ter momentos de destaque em 2021 e 2022, quando conquistou quatro vitórias na Indy, Pato O’Ward sofreu um revés em 2023 e passou o ano em branco. Isso porque, embora tenha feito uma temporada relativamente consistente, mantendo-se na briga pelo top-3 até a última prova do ano em Laguna Seca, o piloto da McLaren terminou a campanha sem uma vitória sequer. Às vezes por culpa própria, em outras por causa de terceiros. Mas fato é que, nesse ponto, o mexicano deixou a desejar.

A primeira corrida do ano, em St. Pete, já deu um resumo do que seria a temporada de O’Ward em 2023. Faltando 21 voltas para o fim, o piloto da McLaren assumiu a liderança e tinha tudo para começar a campanha com o pé direito. No entanto, enfrentou problemas mecânicos na antepenúltima volta e foi superado por Marcus Ericsson. Pato, naturalmente, ficou chateado com a situação e reclamou da falta de sorte.

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“Fizemos tudo certo hoje. Sempre tem alguma coisa. Os meninos mereciam [que a gente vencesse]. Acho que estamos um passo à frente em relação ao ano passado, melhoramos. Mas nós só temos um caminho depois de hoje: não podemos mais permitir que isso aconteça”, lamentou o mexicano após a corrida. E o tempo mostrou que não estavam um passo à frente, não.

No Texas, mais uma vez, viu a chance de vencer acabar indo pelo ralo após uma série de acontecimentos. Na corrida que ficou marcada pela batalha entre O’Ward, Josef Newgarden e Álex Palou, o mexicano teve ritmo competitivo durante toda a prova e se manteve na ponta por 91 voltas. Uma bandeira amarela na fase final do GP do Texas acabou com o sonho do primeiro lugar. Com 27 voltas para o fim, Graham e Devlin DeFrancesco se encontraram na pista e forçaram a entrada do safety-car. A etapa foi reiniciada a 12 voltas do fim e, três giros mais tarde, O’Ward perdeu a liderança para Newgarden. O piloto da McLaren até retomou o primeiro lugar na volta 247 das 250 previstas, mas voltou a ser superado logo em seguida e teve de se contentar com o segundo lugar.

Pato O’Ward teve ano consistente, mas não venceu na Indy em 2023 (Foto: IndyCar)

Em Long Beach, terceira corrida do ano, Pato despontava como um dos favoritos à vitória depois de liderar o TL1 e TL2. A corrida, no entanto, foi marcada por inúmeros acidentes. De novo. O primeiro foi com Scott Dixon e o segundo com Kyle Kirkwood. Com tantos problemas, o mexicano teve de se contentar com um 17º lugar no fim do dia. No entanto, reconheceu o erro.

“O outro problema que tive na curva 8 [com Kirkwood] foi totalmente culpa minha. Decepcionei o time e o público que veio. Quando lembrei de parar o carro, era tarde demais. Não quis tirar Kirkwood, então apenas pisei no freio e rodei. Estou decepcionado comigo por fazer essa estupidez. Não é o nível que esperava de mim mesmo”, concluiu.

No Alabama, Pato teve outro resultado sólido com o quarto lugar, mas que de novo poderia ter sido um pouco melhor. No entanto, uma bandeira amarela foi acionada por Sting Ray Robb na volta 38, e mudou os rumos da corrida, atrapalhou a estratégia do #5 e acabou lhe tirando da briga pelo pódio. 

No GP de Indianápolis 1, novamente, um novo flerte com a vitória. Pela terceira vez em cinco corridas, O’Ward ficou com a segunda colocação. Daquela vez, no entanto, não tinha muito o que fazer e o próprio piloto da McLaren reconheceu a superioridade do vencedor Palou. Embora o primeiro lugar ainda não tivesse sido conquistado, Pato era o segundo colocado na tabela de pilotos naquele momento, com apenas seis pontos de desvantagem para Palou. O ponto de virada poderia vir nas 500 Milhas de Indianápolis, mas não foi o que aconteceu.

Na prova mais importante do ano, O’Ward até brigava pela vitória, mas acabou abandonando. Com oito voltas para o fim, Newgarden liderava e tinha Pato e Ericsson logo atrás. Em uma disputa que valia o segundo lugar, o mexicano beliscou a grama, perdeu o controle do carro, tocou no adversário sueco, bateu contra o muro e abandonou. Marcus continuou na Indy 500 e o piloto da McLaren não escondeu sua fúria.

“Nós tínhamos quatro carros muito rápidos, e apenas dois estão na corrida. A sete voltas do fim eu fui para o ataque e fui muito bondoso, só preciso ter a certeza de levá-lo comigo na próxima vez. Eu dei a ele o espaço necessário, mas acabei sendo espremido, e não vou me esquecer disso”, disse o irado #5.

Pato O’Ward perdeu controle do carro em disputa com Marcus Ericsson. Agustín Canapino e Simon Pagenaud também bateram (Vídeo: Reprodução / Indy)

Em Detroit, um novo pesadelo. Embora tenha liderado o TL1, O’Ward teve uma corrida para se esquecer no domingo. No giro 36, Pato foi aos boxes, mas sofreu uma quebra na saída do pit-stop, que o fez perder muito tempo e, com isso, sair da briga pela vitória. Não suficiente, na ânsia de recuperar o prejuízo, encontrou Santino Ferrucci como retardatário, tentou a ultrapassagem, parou no muro e precisou abandonar.

Depois da sequência de duas corridas ruins, O’Ward teve um respiro com o terceiro lugar em Road America, conquistado após ter de fazer uma corrida de recuperação ao ser tocado no início da prova, quando era segundo colocado. O pódio levou o mexicano a 226 pontos e o colocou na quarta posição entre os pilotos. Embora a diferença para o líder Palou fosse de 98 tentos, ainda acreditava na chance de título.

“Estamos lutando no top-3 em todas as semanas. Não houve uma semana em que não estivemos, então não vejo isso mudando, acho que ainda estamos na briga. Obviamente, isso [ficar atrás de Palou] não é ideal para todos nós, incluindo nossa situação no campeonato, mas o Álex [Palou] e os caras da Ganassi fizeram um trabalho fantástico hoje e nós precisamos melhorar”, avaliou O’Ward.

Em Mid-Ohio e Toronto, no entanto, o #5 teve novos tropeços e viu Palou emendar mais uma vitória e um segundo lugar. As chances mínimas de títulos começaram a reduzir ainda mais. Um novo pódio no GP de Iowa até melhorou um pouco o cenário para o piloto da McLaren, que não se viu capaz de brigar pela vitória com as inalcançáveis Penske do vencedor da prova, Josef Newgarden, e do segundo colocado, Scott McLaughlin.

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Pato O’Ward foi o segundo colocado no GP de Gateway (Foto: IndyCar)

Nos GPs de Iowa 2 e Nashville, Pato voltou a ter problemas e foi décimo e oitavo, respectivamente. Palou, novamente, voltou a acumular pódios. No GP de Indianápolis 2, se deu melhor na batalha estratégica contra Christian Lundgaard e Alexander Rossi e conseguiu um novo terceiro lugar depois de extrair tudo do equipamento.

“Estou super orgulhoso da equipe. Acho que essa estratégia maximizou o que tínhamos hoje. Estou super feliz com o que fizemos. Acredito que as paradas nos boxes foram muito boas, eu não teria mudado nada”, celebrou.

No GP de Gateway, pela quarta vez no ano, a vitória batia na trave. Embora tenha celebrado o segundo lugar, o mexicano da McLaren afirmou que os retardatários não o ajudaram a pegar o vácuo necessário na disputa pela vitória com Scott Dixon.

“Mentalizei que era o segundo no ritmo certo, mas o retardatários não ajudaram ninguém, não atrapalharam as voltas dos líderes, mas é o que é. Estou feliz com o resultado, mas é outro segundo lugar, mais um em 2023. Mas vou continuar tentando transformar isso em vitória nesta temporada”, contou.

Nas etapas em Portland e Laguna Seca, a vitória não ficou tão perto assim e Pato foi apenas quarto e nono colocado. Mesmo sendo relativamente consistente, o ano de O’Ward na Indy terminou sem vitórias. Mas, se serve como consolação, guiou para a McLaren no TL1 da Fórmula 1 em Abu Dhabi e se tornou piloto reserva da equipe para 2024.

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