Kanaan vê Roger Penske como “old school” e admite: “Indy precisa de novos fãs e peca no marketing“
Tony Kanaan falou sobre a gestão de Roger Penske à frente da Indy e as necessidades do investimento no marketing para aumentar a popularidade da categoria
Novo diretor adjunto da McLaren, Tony Kanaan falou sobre o momento que a Indy vive. Recentemente, a categoria assinou o sistema de charters e introduziu o novo motor híbrido, mas ainda recebe críticas dos fãs pela falta de expansão do calendário e outros problemas, como o marketing fraco e com dificuldades de atrair maiores audiências.
Em entrevista ao Paddock GP, do GRANDE PRÊMIO, Kanaan falou sobre as críticas que o dono da categoria, Roger Penske, recebeu de Michael Andretti, que era o CEO da Andretti Global até a última semana, quando passou o cargo ao investidor Dan Towriss. Penske assumiu o controle da Indy em 2019, meses antes da pandemia de Covid-19.
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“Tento sempre ser neutro. A gente sabe que o Michael sempre foi um chorão. Tudo ele chora. Ele já foi meu patrão e eu falo isso na cara dele. Todo mundo contra os Andretti, sempre assim. Antes da pandemia, com o Tony George, ia acabar a categoria. Ele já tinha feito um monte de cagada, gastado o dinheiro da família. O Roger vai lá e compra, gasta e chega o Michael Andretti falando que tem que vender, que tem que mudar tudo”, afirmou.
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“Se eu sou o Roger, falo que gastei 400 milhões de dólares e posso fazer o que quiser. Mas, entendo que o Roger é bem old school. Tem a tradição de Indianápolis, que algumas coisas você tem de deixar, mas precisa de um meio termo. Está meio desbalanceado, mas ele comprou a categoria, salvou a categoria e tem uma visão. O dinheiro é dele, a categoria não vai acabar, mas está deixando de crescer”, declarou Tony.
Kanaan também mencionou as conversas que tem com Zak Brown, CEO da McLaren, sobre a modernização da Indy em diversos aspectos. Tony também apontou que a melhor forma da categoria atrair novo público é por meio das plataformas digitais.
“Quando você senta com o Zak, ele fala que precisa de um carro novo, mais moderno, precisa adaptar para a visão da molecada porque agora é motor híbrido. Eu não discordo, mas precisamos de novos fãs. A corrida é uma merda? Não é. Os carros são rápidos? Demais. Será que precisamos de um carro novo? Será que se fizer isso, vamos atrair público? Estamos em um meio de divulgação em que precisamos dar ênfase onde a molecada assiste. Eu tenho quatro filhos e nenhum sabe o que é canal local. Eles assistem YouTube, assistem nos aplicativos. E não estamos lá. O que salvou a Fórmula 1 foi a tal da Netflix, mas por quê? É o que a molecada assiste”, concluiu.
A Indy retorna agora somente no dia 2 de março de 2025, com o GP de São Petersburgo, no circuito de rua na Flórida, que abre a próxima temporada da categoria

