Power corrige injustiça histórica com bi e se coloca entre grandes da Indy

Will Power merece muito mais do que apenas um título na Indy. Após bater na trave tantas vezes, australiano sobe de patamar na história da categoria com total justiça

Miami, 2010. Em seu primeiro ano completo pela Penske, Will Power fez uma temporada mágica. Cinco vitórias ao longo do ano, número absurdamente difícil de se conquistar na Indy, mas os muros de Homestead tinham planos diferentes para o australiano. Vice.

Las Vegas, 2011. Um ano tão bom quanto 2010, agora com o incrível número de seis vitórias ao longo do ano. Agora, não foi apenas um acidente que custou o título, mas uma tragédia completa que acabou vitimando Dan Wheldon. Outro vice, mas mais importante que isso: perdeu um companheiro de pista.

Fontana, 2012. Agora não escapa, três vitórias ao longo do ano, múltiplos pódios. Os adversários melhores como Scott Dixon, Helio Castroneves e Dario Franchitti mais para trás. O muro de Fontana quis algo diferente. Vice.

É claro que, em 2014, Power espantou todos os demônios que tinha para levantar a Astor Cup pela primeira vez, mas a conquista deste domingo em Laguna Seca tem outro sinal. É o que coloca, finalmente, o australiano entre os grandes da história. Ele não merecia ter a mesma quantidade de títulos de Simon Pagenaud, Ryan Hunter-Reay e outros. Will sempre esteve um nível acima deles.

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Power é campeão da Indy de novo (Foto: Indycar)

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E a conquista se torna mais especial ainda pelo contexto. Não é como se Power viesse de grandes temporadas nos últimos anos. Teve inícios de campeonato muito ruins, conseguia se recuperar no fim, mas tarde demais para sonhar com qualquer coisa. O ápice foi em 2021, quando finalizou o ano apenas no nono lugar, o pior resultado em qualquer temporada completa que fez pela Penske.

O que foi visto ao longo do ano, desde quando chamou pouca atenção com um pódio em St-Pete, foi um piloto constante, que soube se meter em todas as brigas para conquistar resultados relevantes. Não foi de altos e baixos como o companheiro de equipe Josef Newgarden, e é justamente isso que premia na Indy. Precisou vencer apenas uma vez em 2022, justamente quando o senso de urgência apertou. Se classificou em 16º em Detroit, fez uma parada a menos que todo mundo e faturou em Belle Isle.

Agora, a mesa em que Power se senta é diferente. É a mesma de Josef Newgarden, de Alex Zanardi, de Gil de Ferran, de Al Unser Jr. É um patamar que o australiano merece ter. É um dos melhores talentos que a Indy viu no pós-ruptura, e que bom que resolveu fazer a carreira nos Estados Unidos.

É curioso que, quem tem assumido o papel de “novo Power” é justamente Josef Newgarden, que repete o feito do colega australiano ao emendar três vice-campeonatos consecutivos. Golpes duros para o americano, especialmente pensando no que aconteceu naquele domingo em Iowa. De qualquer forma, Josef ainda é novo, vai completar 32 anos. Um dia, as coisas ainda vão se encaixar como se encaixaram para Power, e ele também pode crescer em diferentes prateleiras históricas da Indy.

Foram 17 corridas, 9 vencedores diferentes, 15 pilotos no pódio, uma Indy 500 que viu um vencedor justo e que representa o novo momento da categoria, além de um campeão merecido, da velha guarda, que definitivamente está escrito na história.

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